Ingmar Bergman — Da Vidas das Marionetes (Não parece Bergman, mas eu juro que é)

Marco Aurélio Corrêa
Viagem Ao Fim Da Noite
1 min readAug 19, 2018

O filme abre com sua cena mais bela, porém de desfecho brutal: Peter estrangula uma prostituta e sodomiza seu cadáver. Com o assassinato, o vermelho gritante da cena migra para o preto e branco que irá até o epílogo. Logo uma narrativa não-linear se estabelece e vai montando a lógica do assassino. A esposa, o psiquiatra, o trabalho, a mãe, o amigo… Tudo que deixa Peter neurótico, infeliz, impotente e inseguro. Todas as cenas são muito diretas (inclusive começando com legendas explicativas) que lembram o expressionismo alemão (é o único filme de Bergman completamente alemão). Cada cena complica cada vez mais a explicação do assassinato, o que vai ficando claro são jogos de poder entre os personagens. Todos se contradizem progressivamente e divagam sobre sua própria alienação. O resultado é desolador e fatalista. Por fim as explicações que restam são sonhos (muito bem filmados) e piadas com Freud. Esse é um dos filmes mais esquecidos de Bergman, talvez por nele ele não parecer nada com si mesmo, por isso mesmo, penso que merece ser assistido.

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