Neil Young — Trans (Neil Young goes Devo)

Marco Aurélio Corrêa
Viagem Ao Fim Da Noite
2 min readAug 19, 2018

Neil Young um dia arrumou um synclavier, um vocoder e decidiu gravar um álbum inteiro assim. Ou melhor, seria, pois, no meio ele decidiu enfiar três faixas de um álbum rejeitado pela Geffen, que nada tinham com a história (faixas essas que são completamente descartáveis). Um começo nada promissor completado pela sua vontade de entrar em turnê (a do vídeo abaixo), que acabou apressando a mixagem do álbum. O resultado não poderia ser mais irregular e estranho. Enquanto a maioria do pessoal fazendo a transição das décadas anteriores para a década de 80 estava simplesmente indo para a vertente AOR, adicionando sintetizadores e bateria eletrônica para um “novo som”. Neil nos seus melhores momentos estava soando como Kraftwerk e alguns dos melhores momentos da new wave. Tudo isso parece como um grande suicídio comercial, mas “o motivo” para o som robótico é o filho de Young com paralisia cerebral, então tanto a natureza repetitiva da música até a voz alterada são reflexos de dificuldades que ele encontrava com a situação. Porém, o suicídio comercial de fato viria, o próximo disco é completamente de rockabilly, o que rendeu o infame processo no qual “Neil Young faz música que não parece com Neil Young”. Apesar de ter feito até um filme na época com participação do Devo (Human Highway), o caminho desse disco nunca foi novamente trilhado (o horroroso Landing on Water é um disco de synthpop/AOR), uma pena, é melhor que escrever uma autobiografia somente falando de trenzinhos de brinquedo.

https://youtu.be/om2Lt94Ltw4

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