O Hackathon do
TechCrunch Disrupt SF 2014

Leandro Rezende
Leandro no Vale do Silício
8 min readSep 9, 2014

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Conhecendo um mundo de possibilidades que eu nunca ouvi falar

Ufa! No ar o último e mais legal post da minha primeira visita ao Vale do Silício. Você pode acompanhar como foram os primeiros 5 dias aqui.

Nos primeiros dias conheci a Universidade de Stanford e várias empresas legais. Até jantei com o Woz, o inventor do computador☺ Foi irado também.

O dia já começou com uma novidade, olho pra cima e tem uma empresa de Cloud fazendo marketing literalmente nas nuvens.

Imprimir no céu não deve ser tão fácil!
https://www.youtube.com/watch?v=oX0MUy7SImU&feature=youtu.be

Para quem não sabe, o Hackathon é uma maratona de programação. Grupos de pessoas se juntam para projetar e desenvolver uma solução tecnológica em apenas 24h, sempre com ideias inovadoras.

Cheguei no local do evento muuuuuito perdido! Quanta gente!
Quanta coisa legal já na entrada!

Pra não ficar tão perdido, fui entrando e fazendo meu reconhecimento do local ☺.

Havia vários stands de empresas que forneciam APIs dos mais diversos tipos.

Curioso que sou, fiquei umas 2h parecendo criança ouvindo como tudo funcionava e entendendo a finalidade de cada uma dessas APIs.

É incrível como quase tudo que fazem lá é baseado no reaproveitamento de informações de outras empresas. Por exemplo, a Sabre fornece a API utilizada em praticamente todos os sistemas de checkin de todas as empresas aéreas. Não é “cada um faz a sua”. E o mesmo se repete para informações meteorológicas da The Weather Company, reviews de pontos turísticos, geolocalização, aplicações com mapas, bate-papo, SMS, voz, meios de pagamento (dos mais diversos tipos) e por aí vai…

Essas empresas premiariam quem utilizasse melhor suas tecnologias. Do mesmo jeito que ganhamos o prêmio de melhor Hack do Twitter no Hackathon do Brapps desse ano em Brasília com o #100gov. Só que com muito mais prêmios, e prêmios de até 5 mil dólares por API☺

Empresas que participaram do Hackathon do Disrupt

Algumas fotos do time que deu saudade quando eu estava lá! Ô, se deu! Como time faz a diferença!

Time da InkMustache no aquario no meio do Shopping Iguatemi participando no Hackathon do Brapps. Lucas Cosso, Adriano Teles, Cleudson Assis, Leonardo Rezende, Victor Marques e eu ☺

Acho que tinha quase 25 mil dólares em prêmios por lá. A lista completa do que as empresas ofereciam está aqui. Não ganhei os prêmios mais gordinhos mas acabei trazendo pra casa um monte de brindes hehe

Falando nos brindes, lembrei dessa camisa do “Eu Amo 3D”. Olha só que legal essa impressora que estava imprimindo um bonequinho em três dimensões…

Impressora 3D no TechCrunch Disrupt

O problema é que esse tempo que perdi para entender como as coisas funcionavam por lá, fez falta. Eu ainda precisava pedir para participar de um time, afinal, estava sozinho dessa vez.

Os times eram grandes, de 5 a 10 pessoas. Você teria coragem de pedir pra fazer parte desse time?

Time do Shower with friends

Eu até tive a cara de pau de pedir, mas eles falaram que não tinha muito espaço para mais um. Dava pra perceber, né? kkk

E esse time aqui? Que dupla maluca! Olha o cara programando em cima de um skate com o notebook na cadeira :s

Times do Hackathon

Esse eu nem pedi, muita loucura…

De repente vejo a placa numa mesa procurando especialistas UX… Opa, era minha oportunidade!

Rashad, o desenvolvedor de Chicago

O Rashad, de Chicago, me falou que sabia muito de backend e veio para San Francisco somente para participar do evento. Ele tinha uma ideia, queria trabalhar nela, e estava confiante que conseguia implementá-la em 24h. Era promissor ☺

A ideia dele era fazer um aplicativo que te mostrasse as pessoas por perto com os mesmos interesses que você. Se rolasse uma química no papo virtual, poderiam passar para o papo na vida real.

Ideia meio batida, olha o Tinder aí… Mas, segundo ele, se mostrassemos as pessoas no mapa, seria um grande diferencial.

Imagina: você vai a uma festa, e já fica sabendo logo de cara quem vai te dar um fora e com quem você tem chance ;p. Acabou o toco! hehe

É como um Tinder, mas para locais bem específicos.

Topei a ideia, não pelo negócio, mas pela mistura de Tinder com Geolocalização — pareceu interessante. Sugeri que misturassemos um pouco de Superplayer para simplificar os interesses (ao invés de usar categorias) e começamos a trabalhar umas 17h.

O Superplayer.fm é um site que toca músicas. Você não escolhe por artista, por gênero ou por nome da música, mas sim pela atividade que está fazendo. Ele mesmo sabe o que você precisa quando diz: “Estou arrumando as malas” ou “Cantando no chuveiro”.

Dei aquela empolgada de levez e lá pelas 20h já tinhamos todas as telas do aplicativo ☺. Era assim:

Protótipo do MapSwipe
  1. Escolha alguma coisa pra fazer: dançar, caminhar, academia, comprar roupas, ir para o clube, enfim, escolha uma atividade do seu dia-a-dia. O aplicativo encontrará pessoas que querem fazer o mesmo que você naquele momento. Acabou a solidão! Mesmo se seus amigos estiverem fazendo outras coisas ou caso você esteja viajando.
  2. Veja no mapa onde pessoas que querem fazer o mesmo estão. Agora ficou fácil achar a boate com mais chances de sucesso, o clube com pessoas mais legais ou o parque com mais gente mais preparada para o treino de corrida…. Clique para ver a foto das pessoas por lá e veja qual seu interesse no assunto.
  3. Como no Tinder, fique deslizando os cartões das pessoas para a direita, se quiser conversar, ou para esquerda, se não quiser (é o tal do Swipe).
  4. Se alguém tiver interesse em você também, aparecerá no seu mapa um alerta.
  5. Se você tiver interesse em uma pessoa que também tem interesse em você, o aplicativo deixa vocês conversarem. Se não, nem a pessoa saberá que você gostou dela, nem você ficará nem sabendo que levou toco ☺.
  6. Depois disso podem bater papo a vontade e marcar seus esquemetes!

Era muita coisa, mas com o uso das APIs parecia estar fácil… Faríamos mesmo somente a tela do mapa com swipe e o bate papo.

A ideia era usarmos as tecnologias abaixo:

O Esri seria usado para as funcionalidades de geolocalização, e o Sinch! para o bate papo.

O objetivo não era fazer o aplicativo para colocar no mercado, mas experimentar as APIs e ver o quanto isso facilitaria nossa vida nessa brincadeira. Além disso, swipe com geolocalização eu nunca vi, e seria um experimento de user experience bem bacana!

Quando mostrei as telas prontas, o Rashad curtiu. O problema é que ele ficou mais uma hora trabalhando e depois falou que não conseguiria fazer, que ainda estava aprendendo, pediu desculpas e foi embora…

Só tem maluco mesmo! Viaja de tão longe e larga tudo?! Depois dessa levantei, andei mais um pouco, vi como estavam indo os projetos, comi uma pizza e talz.

Eu queria mesmo era fazer a parte dos mapas com swipe em HTML5+CSS3, mas não daria para apresentar só isso, não usava APIs. Como eu estava curtindo o evento, e queria sentir o gostinho de mandar um pitch — falar lá na frente e curtir a emoção -, tentei fazer a parte do bate papo usando a API do Sinch pelo menos.

Nada memorável que competisse com times de 5 a 10 pessoas e que merecesse um prêmio, mas…

Funcionou meia hora antes de apresentar!!!
Fiquei feliz bagarai!!! Missão dada é missão cumprida!!!

Comecei a treinar o Pitch correndo, e a Evellyne até apareceu lá pra assistir e me deixar mais tranquilo!☺ Valeu amor!

Depois de 24h acordado, dá o maior frio na barriga falar pela primeira vez em inglês para tanta gente sobre o que foi construído. O vídeo está logo abaixo:

Assista o vídeo da apresentação do MapSwipe clicando aqui
Pra variar, o aplicativo não conseguiu acessar a internet do palco e deu pau beeeem na hora de mostrar o batepapo que fiquei fazendo na madruga haha. Acontece ☺

E foi isso galera! Experiência incrível participar de um evento como esse em um lugar que já funciona como o futuro que imaginamos aqui!

Eu ia falar das APIs que disponibilizaram lá, de como tudo está convergindo em wearables (tecnologias que se pode vestir), mas o post ia ficar ainda maaaais imenso. Vamos fazer assim: esse é o link com todos os projetos submetidos.

Esse é o link dos 3 melhores projetos do Hackathon.

Shower with friends foi o vencedor,
com a gamificação do banho.

Tudo foi feito em 24h. O que acelerou foram as APIs prontas para envio de SMS, Chat, Voz, Mapas, Revisões de locais turísticos, pagamento online, anotações, agenda, escolas virtuais, analise de dados, controle remoto inteligente, etc etc etc ☺

Já o vencedor do TechCrunch Battlefield foi Alfred: uma promessa mega ousada, inspirada no Uber e Airbnb. A ideia é que você nunca mais precise se preocupar com limpar a casa, lavar e passar roupa, comprar comida ou fazer qualquer tipo de atividade doméstica. É a mudança do paradigma de serviços sob demanda para serviços em automático. Veja o pitch nesse link.

Veja o vídeo do Alfred aqui http://techcrunch.com/2014/09/09/may-the-best-mind-win/

É isso!
Valeu InkMustache: pelas férias, pelos contatos, e pelo patrocínio para conhecer o Vale e participar do Hackathon do TechCrunch Disrupt SF 2014. Foi incrível!

E depois do Hackathon, comecei as férias de verdade! Nesse link você fica sabendo como foi! E foi muuuuito doido! Por isso só escrevi esse post agora que voltei de viagem ☺ Abraço!

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Leandro Rezende
Leandro no Vale do Silício

Instrutor de UX @ Udemy, Product Designer @ InkMustache, e Gestor de TI @ Supremo Tribunal Federal.