Top 8 insights da Product Camp 2022
Participei essa semana do maior evento de produtos da América Latina e tive diversos insights e aprendizados que compartilho abaixo:
Mas antes, segue um breve resumo de cada insight, se gostar, pode seguir rolando a página que trago ainda mais detalhes sobre cada um deles.
Resumo:
1) A tecnologia deve ser utilizada para intensificar o melhor das relações humanas. Referência: Orkut Buyukkokten — Fundador do Orkut.
2) Cliente nenhum define a estratégia do seu produto. A estratégia se molda ouvindo as necessidades reais dos clientes, mas ela não deve ser rasa a ponto de ter somente essa perspectiva, é preciso olhar para o momento da companhia, focar em suas fortalezas e atacar a real necessidade do cliente e não somente seus desejos, porque eles podem ser tão vagos quanto abrangentes. Referência: Alexandre Spengler — Head de Produto na Birdie.
3) Produto é negócio. Produtos é a área ou a competência que mais consegue abranger quase todas as áreas da empresa, e além de se comunicar com elas, desenvolve soluções para alavancar o negócio da companhia. Referência: Uribe Teófilo — Head de Produto na Youse Seguros.
4) Mensure o que importa — Pergunte oque você PRECISA saber. Busque fugir de generalizações, foque em fazer a pergunta certa, mais vale uma resposta precisa do que centenas genéricas. Referência: Priscilla Lugão — Coordenadora de Produto na PM3.
5) Faça o melhor que você pode, nas condições que você tem, enquanto não tem condições de fazer melhor ainda. Referência: Eduardo Magalhães — Head de Product Operations na RD Station.
6) Não se limite ao seu mercado e principais práticas, foque no core do produto/projeto e busque inspirações onde elas estiverem. Referência: Daiany Corrêa Correa e Johnny Soares — Product Managers no Magalu.
7) Para fazer um planejamento verdadeiramente integrado, todos precisam falar a mesma língua e usar os mesmos sinais. Referência: Alex Corcioli — CPO na GetNinjas.
8) Concentre-se na percepção tanto quanto no produto. Os clientes valorizam muito oque parece ser, muito mais do que de fato é. Essa estratégia deve fazer parte do Marketing do Produto. Somos bombardeados o tempo todo do que dizer ser “o produto mais eficiente”, “o mais novo”, “a melhor tecnologia”, mas será mesmo que esses adjetivos importam para nossos clientes? Referência: Martina Lauchengco — Autora de LOVED e sócia do Silicon Valley Product Group.
Versão completa:
1 — O poder das comunidades.
-Enquanto boa parte das empresas no mundo (leia-se em destaque a Meta rs) buscam alavancar experiência no mundo digital, criando novas formas de conexão e relacionamento no Metaverso, está evidente que as pessoas anseiam pelo contato genuinamente humano. A retomada dos eventos globais, cada vez mais lotados e com altíssima energia, tem mostrado o desejo das pessoas por conexões verdadeiras e sem barreiras impostas pela tecnologia.
A tecnologia deve ser utilizada para intensificar o melhor das relações humanas.
Vem um novo Orkut por aí? Fica a expectativa : )
Referência: Orkut Buyukkokten — Fundador do Orkut
2- Cliente nenhum define a estratégia do seu produto
-Afirmação polêmica, mas nem tanto rs. O centro da questão é não abandonarmos em nenhum momento a estratégia da companhia. A estratégia se molda ouvindo as necessidades reais dos clientes, mas ela não deve ser rasa a ponto de ter somente essa perspectiva, é preciso olhar para o momento da companhia, focar em suas fortalezas e atacar a real necessidade do cliente e não somente seus desejos, porque eles podem ser tão vagos quanto abrangentes e a empresa pode não ter tantos tentáculos assim para arriscar seguir somente o input do cliente. Olhe para o mercado e para o cliente, mas considere a estrutura da companhia e sempre, sempre tenha um foco central no que mais importa.
-A Birdie também criou um excelente modelo de competências em produto para avaliar a maturidade das empresas, vale conferir: https://birdie.ai/blog/a-product-management-maturity-model/
Referência: Alexandre Spengler — Head de Produto na Birdie
3- Produto direcionando o negócio
-Não romantize, todo negócio precisa gerar valor para o cliente e valor para o cliente é receita para a empresa!
-É valioso se aproximar e se possível, construir e avaliar o P&L da linha de produtos da cia ou do seu próprio produto. Essa visão te mostra a cozinha, os bastidores de como o negócio funciona, como ele fica de pé ou te mostra onde está sua mina de ouro ou sua âncora. Produto não tem apego, tem objetivos e eles precisam ser alcançados. Saiba ser frio e olhe para a construção de valor do seu produto ou dos produtos de forma geral da cia. PM com essa visão consegue elevar muito seu impacto no negócio (negócio aqui como alavanca de receita e resultado e não como área).
Extra: Produto é negócio
Produtos é a área ou a competência que mais consegue abranger quase todas as áreas da empresa, e além de se comunicar com elas, desenvolve soluções para alavancar o negócio da companhia. Isso quando a empresa não é PLG (Product Led Growth) e já tem no produto sua principal fonte de valor e receita.
Extra 2: Top down e bottom up — como unir os dois mundos
Estratégia de produto se desdobra da estratégia da companhia. A Youse por exemplo, define sua estratégia anual (Top down) com a construção de seus OKRs e cada time de produto e Tribo também definem seus próprios OKRs, linkando, claro, com a estratégia e os OKRs da companhia para aquele ano.
Extra 3: Não estamos na era das cavernas, então planejamento não é escrito em pedra
Sem plano, sem ação. É necessário desenhar um plano e setar o norte a ser perseguido, mas negócios são vivos, principalmente negócios com bases digitais, então um novo input pode ser feito a qualquer momento, mas ele precisa ter embasamento e buscar clareza e evidenciação que fará sentido para o negócio e o momento da companhia.
Referência: Uribe Teófilo — Head de Produto na Youse Seguros.
4-Mensure o que importa — Pergunte oque vc PRECISA saber
-Para um produto educacional como o da PM3 e dado um contexto de diversos professores, com abordagens e repertórios variados, vale ouro entender o impacto e a percepção dos alunos sobre cada abordagem, para retroalimentar e evoluir continuamente suas abordagens. Para isso, inseriram uma avaliação em cada aula do curso (oque antes era feito por módulo e tinha menor acuracidade). Essa abordagem permitiu gerar insights mais precisos sobre a didática, abordagem e até conteúdo que precisam ser atualizados ou revistos.
Extra: Além disso, a PM3 reuniu diversos alunos para discutirem sobre os produtos com o objetivo de encontrar oportunidades e melhorias. A abordagem levou em consideração os touchpoints, ou seja, todos os pontos de contato que o cliente poderia ter com o(s) produto(s). Estimularam o cliente a pensar em voz alta enquanto navegava e executava tarefas no site. Essa abordagem, permitiu entender mais genuinamente a real dor do cliente, uma vez que a fala possui filtro maior do que o pensamento e muito menor em relação a escrita.
Referência: Priscilla Lugão — Coordenadora de Produto na PM3
5-Faça o melhor que você pode, nas condições que você tem, enquanto não tem condições de fazer melhor ainda
-Foi com esse pensamento que criaram a área de Product Operations na RD. A EUquipe do Edu tinha muito desejo de fazer acontecer, mas como como qualquer projeto incipiente em produto, não tinha recursos suficientes e nem o capital social necessário para tracionar uma nova área.
Extra: Não se incomode em ser o chato do rolê.
Especificamente falando sobre a área de Product Operations, seus objetivos eram viabilizar as melhoras condições e o melhor ambiente para que os times de produto e demais áreas da companhia entregassem o melhor produto para o cliente e conseguissem evoluir continuamente. Ser o chato do rolê tem seu desconforto, mas saiba que se quiser criar algo novo, você vai precisar criar capital social e também estar atento o tempo todo em mostrar valor, deixar claro como as pessoas ou a empresa está se beneficiando do que você e seu time estão fazendo. Lembrem-se, um dia já disseram que o Iphone não seria grande coisa, pois é, sabemos o final dessa história.
Referência: Eduardo Magalhães — Head de Product Operations na RD Station
6- Como o Magalu implementou um piloto em 1 mês do SHD (Entrega em até 1hora).
-Esse case deixou claro que produtos não tem limitações e pode aproveitar de conceitos de outras áreas (na verdade, até conclui que produto é o somatório de diversas áreas e conceitos). O desafio aqui foi enorme: Fazer entrega em uma hora é preciso orquestrar uma grande cadeia de acontecimentos: Consulta e baixa de estoque em tempo real, embalagem e expedição, gestão de entregadores, gestão dos produtos disponíveis na loja, considerando a proximidade do cliente e ao mesmo tempo, a disponibilidade de entregadores e também sua proximidade.
-Enfim, o resumo é que eles se valeram do conceito de Gemba (“ir ao chão de fábrica”) como norte do projeto. Mapearam a loja, desenharam processos internos de embalagem, expedição, até entender se a loja está preparada para receber um carro ou moto e despachar o pedido MUITO rapidamente.
-Interessante também foi rodar o projeto partindo do objetivo de negócio e criando um verdadeiro MVP, contatando os clientes via WhatsApp, chamando entregadores diretamente, colocando alertas na expedição das lojas para garantir a velocidade necessária etc.
Extra: O projeto se baseou em demais serviços semelhantes (Ifood, McDonalds etc), partindo de segmentos de mercado diferentes, mas com o core do negócio sendo sempre levado em consideração.
Extra 2: Acompanhamento geral do projeto com report único para todas as áreas envolvidas, facilitando a compreensão de todos e uma visão integrada do projeto.
Referência: Daiany Corrêa Correa e Johnny Soares — Product Managers no Magalu.
7-Para fazer um planejamento verdadeiramente integrado, todos precisam falar a mesma língua e usar os mesmos sinais
-Para não criar uma moderna Torre de Babel, onde as pessoas falam línguas diferentes, a GetNijas utilizou uma abordagem direcionada e intencional para tracionar a estratégia da companhia. A definição de OKRs da empresa agora possui um modelo, que nãose engessa a ponto de não permitir novas abordagens, mas que simplifica sua criação e facilita a compreensão de todos com a utilização de um padrão.
O processo é o seguinte: Objetivo da empresa > desdobra em OKRs das Tribos > desdobra em Objetivos para as Squads > Gerando as iniciativas linkadas aos objetivos e metas da cia, assim é criado o Roadmap da empresa, com a (@alex licença para apelidar rsrs) “Calculadora Unificada GetNinjas”, uma calculadora que busca esclarecer onde cada iniciativa vai mexer e qual a proporção (forecast de resultado) essa iniciativa tem potencial de alcançar.
Referência: Alex Corcioli — CPO na GetNinjas
8-Concentre-se na percepção tanto quanto no produto.
-Já deveríamos ter abandonado o mindset de fábrica de features. Um pensamento alinhado ao mercado, ao momento e mais no “que que parece” do que “no que é”, tem um valor descomunal.
-Concentre-se na percepção tanto quanto no produto. Os clientes valorizam muito oque parece ser, mais do que de fato é. Essa estratégia deve fazer parte do Marketing do Produto. Somos bombardeados o tempo todo do que dizer ser “o produto mais eficiente”, “o mais novo”, “a melhor tecnologia”, mas será mesmo que esses adjetivos importam para nossos clientes?
Podemos adotar uma estratégia marketeira alinhada ao que desperta o desejo do cliente, ao que ele irá perceber que mais importa pra ele.
-O sucesso do vale do silício tem muito mais a ver com a comunidade e com o mindset que compartilha suas ideias, desejos e falhas, do que com as brilhantes ideias que saem de lá.
Referência: Martina Lauchengco — Autora de LOVED e sócia do Sillicon Valley Product Group.
Foi um evento memorável, estão abertas as inscrições para o evento do próximo ano, corram e aproveitam essa oportunidade e vamos construir uma comunidade de produtos ainda mais forte.
Parabéns aos organizadores: Marcell Almeida, Cursos PM3, Raphael Farinazzo e equipe.
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