Como conseguir dinheiro pra ficar um ano sem trabalhar e viajar tanto?

Prometo que ainda tiro uma foto dessa com essa cara de paz de quem é milionária e substituirei essa !!! ( risos)

A resposta não tem nenhuma mágica, infelizmente. No meu caso foi simplesmente trabalhando, me planejando e juntando dinheiro. Se você não nasceu rico, ganhou um grande prêmio ou uma herança (COMO EU) ainda sim é possível fazer um ano sabático, uma super viagem ou atingir qualquer outro objetivo por mais distante que ele pareça.

No meu caso, eu juntei dinheiro por 3 anos e meio (que foi o tempo que trabalhei depois que me formei). Eu trabalhava em um trabalho convencional das 8 às 18h e além disso ministrava aulas à noite e pegava trabalhos extras para fazer finais de semana e feriados. Mas além do dinheiro que juntei trabalhando, contei com o acerto do trabalho que saí e também vendi meu carro que comprei por consórcio (que eu paguei por 7 anos, desde que comecei a ganhar uma bolsa de estudos de R$320,00). Então não foram só os 3,5 anos de economias.

No total eu gastei na viagem o que levei 7 anos pra conquistar.

Isso mostra, e é o que acredito, que não depende se você ganha pouco ou muito e sim como você gasta o que você ganha. A questão é ter um propósito e direcionar seus esforços para isso e não gastar tudo que você ganha, que geralmente são com coisas que às vezes nem precisamos de verdade ou podemos abrir mão por algo maior e melhor.

Eu sempre tentei ao máximo economizar em tudo que podia. Tentando sempre viver de uma forma mais simples, não gastar dinheiro com o que tinham outras possibilidades, e não comprar nada além do que eu preciso. E ainda sim, eu me divertia com meus amigos, viajava as vezes mas sempre focando em poupar para conquistar meus objetivos.

Uma das primeiras atitudes que tomei, quando comecei a sonhar com minha volta ao mundo foi: pesquisar quanto eu precisava de dinheiro para isso. Tudo que ia precisar antes, durante e depois da viagem e comecei a planejar em todas as áreas.

Vou falar dos valores da minha volta ao mundo nos futuros posts mas a escolha dos meus destinos foram condicionadas aos gastos, e minha forma de viajar também era econômica, gastando o mínimo possível que eu conseguisse. E assim como na vida, na viagem, gastar menos não significa necessariamente ser ruim ou inferior. Eu queria fazer mais e ir mais longe, então essa foi minha prioridade.

Quando realmente decidi planejar e realizar minha viagem, em julho de 2017, coloquei na ponta do lápis tudo que iria precisar, em questões financeiras, documentações, pesquisas, roteiros e todos os detalhes pra que meu sonho realmente se realizasse. Eu tinha 6 meses pois queria começar do começo, queria um 2018 todo sabático.

Foram 6 meses muito inspiradores, de planos e de sonhos mas também de muito trabalho, porque nem passaporte eu tinha…

Uma mostra da minha primeira planilha de planejamento com inúmeras abas por países com custos, detalhes e observações de cada país. Essa foi a 00, eu cheguei ao final da viagem com a revisão 15…

Com uma prévia da escolha dos países que eu gostaria de ir, e dias que gostaria de ficar, pesquisei e descobri uma média de gastos por dia e por país com os gastos normais de uma viagem mochileira (leia-se gastando o mínimo): hostels, comida, transporte nas cidades em que fiquei e passeios. Tem países com custos mais altos e outros com custos mais baixos. E minha escolha foi balanceada pelos países que eu queria muito conhecer por outros que poderia trocar por opções mais econômicas.

Além dos gastos acima, outro grande gasto são as passagens entre países. Pensei uma rota entre países nos quais as distâncias ficariam menores e assim eu gastaria menos com passagens. Pesquisei o preço de todas as passagens desses trechos. Hoje com a internet tudo é tão mais fácil que em alguns dias eu já tinha o valor total bem aproximado do que iria gastar.

Esse foi o esboço da minha rota inicial ( que foi alterado várias vezes depois), seguindo a logica de países mais próximos um do outro pra diminuir as distancias e consequentemente os custos de deslocamentos

Além dos gatos acima, ainda tiveram o preço de coisas como vistos, mochila, um valor pra quando eu voltasse da viagem não estivesse sem nada até conseguir um outro trabalho e assim eu tinha o quanto eu ia precisar.

Além das minhas economias eu ainda precisava de mais dinheiro para realizar a viagem. Fiz as contas de tudo que eu já tinha juntado ou poderia obter vendendo coisas pessoais, e o restante do que eu precisava eu dividi pelos próximos 6 meses que eu ainda estaria trabalhando.

O foco era economizar mais e trabalhar mais.

Como vocês podem ver não há passe de mágica: há planejamento. MUITO PLANEJAMENTO. E não só da pré-viagem, mas principalmente durante a viagem. Afinal eu precisava controlar o que já havia gastado, fazer adaptações quando necessário, diminuir gastos ou mudar o roteiro quando necessário (como aconteceu).

Como eu tinha uma média por dia em cada país, se um dia eu gastava mais, no outro eu tinha que gastar menos para equilibrar… sempre visando não estourar o que havia planejado. Ou era isso, um controle total, ou eu tinha voltado bem mais cedo pra casa (risos).

Se o euro ou o dólar subia, eu lembrava do que eu acredito: Não é o quanto você tem e sim o como você gasta. O valor em real que eu tinha era o mesmo, eu só precisava gastar menos. E consegui. Eu fiz uma viagem barata, dentro das minhas condições e nem por isso ela foi ruim ou infeliz. Muito pelo contrário, foi uma viagem incrível e por isso estou compartilhando com vocês, que tudo é possível.

Nos próximos posts contarei quanto custou minha viagem e como eu fazia para economizar e não sair do orçamento. Embarque nessa com a gente que faremos muitas viagens juntos! Siga nosso perfil no Instagram e fique por dentro.

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Juliana Freitas …………#arquitetaviajante #RTWdajuh
viajarsemcomplicacoes

Architect and urbanist traveling around the world in 2018 and sharing their perceptions, their feelings and experiences.