QUANTO CUSTA VIAJAR O MUNDO?
Essa conta é simples? Por onde começar? É só pegar o valor que você gastou em uma semana de viagem das suas últimas férias e multiplicar pela quantidade de semanas que você pretende viajar? Se for um ano por exemplo é só multiplicar por 52?
NÃO!!! Ou melhor, depende, mas a resposta tende a ser não. Porque?
Um dos maiores enganos de quem já sonhou com viajar o mundo, ou fazer uma viagem a longo prazo é achar que o gasto de uma viagem de férias é igual ao gasto de uma viagem a longo prazo. Quando se trabalha o ano todo e se tira após esse ano uma semana de férias nada mais merecido e justo do que se dar todo o conforto, luxo e passeios que se possa querer.
O que muda na viagem ao longo prazo, é que a sua vida passou a ser a viagem, e na vida cotidiana não vamos a restaurantes todos os dias, não passeamos todos os dias, não pegamos táxi todos os dia, não compramos um monte de lembrancinhas e muitas outras coisas que são comuns em viagens de férias. Geralmente a proposta de quem viaja a longo prazo é imergir na cultura, conhecer os costumes locais daquele lugar, viver a vida real daquele povo. Vida real não é turismo, não é só ir em lugares badalados e estar confortável.
1º Passo — Entender que a viagem a longo prazo tem uma proposta diferente da viagem de férias
E se a vida passou a ser viajar, então da mesma forma que na vida cotidiana, nossas escolhas são condicionadas às nossas possibilidades. Por exemplo, se ganhamos um salário de R$ 1.000,00 não podemos morar numa casa que o aluguel custa R$5.000 porque queremos tal casa. Vivemos de acordo com nossas possibilidades, escolhemos uma habitação mais simples, usamos transporte público ou carro popular e assim por diante. Na viagem de longo prazo funciona da mesma forma, tem- se muitas e muitas formas de se economizar ou não gastar em hospedagem, em alimentação, em transportes, em passeios.
2º Passo — Entender que há formas baratas de se viajar
Vamos dividir os gastos de uma viagem a longo prazo em três partes: Antes, durante e depois da viagem:
Esse gasto depois da viagem não é propriamente da viagem, mas acho importante pensarmos no quanto vamos precisar depois que voltar até começar a trabalhar ou algo do tipo.
Antes da viagem além de muitas pesquisas, sonhos e planejamento precisamos de gastos com coisas tipo: vistos, compra de medicamentos, contratar um seguro viagem (em muitos países são obrigatórios mesmo de férias de curto prazo), compra de mochila (caso ainda não tenha) e passaporte para os que não tem, como eu não tinha. Além disso precisamos (ou não) de comprar algumas coisinhas para facilitar, registrar ou que seja te acompanhar numa viagem assim, como equipamentos eletrônicos ou acessórios: maquinas fotográficas, tripés, extensores pra selfies, kits viagens, extensões de tomadas, capinhas a prova d’água, mini secador de cabelo, roupas especiais, necessaires… e a lista desses itens extras pode ir longe, de acordo com cada pessoa, ou o que você tem, não tem, precisa ou não precisa.
E vamos para os gastos durante a viagem propriamente com algumas dicas de como se economizar em cada item:
- Deslocamentos entre destinos: que pode ser por avião, trem, ônibus, carro, moto, etc. A regra é quase sempre: quanto maior conforto e rapidez mais caro é. Quando se viaja a longo prazo tempo não é um problema. Aí vai da escolha de cada um priorizar a economia ou o conforto. Eu sempre priorizei a opção mais barata, e na grande maioria das vezes viajei de ônibus, ou de avião com longas escalas. Há também uma passagem de volta ao mundo, que dependendo dos destinos escolhidos, das características da viagem e do viajante pode valer a pena.
- Hospedagem: há opções de hostels em que se paga bem menos do que em hotéis ou couchsurfing que não se paga nada. Ou pra quem não curte essa ideia, sempre há pousadinhas, pensões e pequenos hotéis mais afastados do centro que tem custos mais baixos. Mais uma vez aqui entra a proposta diferente da viagem a longo prazo. Geralmente quem quer fazer uma viagem assim tem como objetivo conhecer pessoas, fazer amigos e viver experiências diferentes. Hostels é um ótimo lugar pra se conhecer pessoas novas pois a maioria das pessoas ali querem, além de uma hospedagem barata, se socializar. O que não acontece na maioria das vezes em hotéis.
- Alimentação: no dia a dia na vida “normal” cozinhar em casa sempre vai ser mais barato do que comer fora, e na viagem a longo prazo a maior parte das refeições nós mesmo podemos fazer (hostels, airbnb, ou couchsurfing também ganham nesse quesito; pois a maioria disponibiliza cozinha). A comida faz parte da cultura local e eu defendo que temos que experimentar, mas há sempre como economizar também. A dica é comer onde os locais comem e não restaurantes turísticos. Além de um custo bem mais barato a comida é realmente o que aquelas pessoas comem e não pratos gourmetizados e para agradar os turistas.
- Transporte (dentro dos destinos): é quase regra: o transporte público sempre vai ser mais barato do que táxi. Mesmo em um destino que o táxi custa muito barato, andar de ônibus, trem ou metrô sempre ficará mais barato. E mais barato ainda é andar a pé; claro que em longas distâncias andar a pé fica um pouco inviável; mas quando se está numa viagem a longo prazo, em que o objetivo não é ir em todos os pontos turísticos e nem se tem um tempo determinado pra isso, andar pela cidade, passa a ser uma das melhores coisas a se fazer, pois assim se conhece mais a fundo, percebe mais detalhes, se conhece o ritmo dos lugares.
- Atividades: em viagens mais longas não são todos os dias que temos gastos com passeios, atrações e momentos de diversão. Além disso, depois de se conhecer tanta coisa; entrar em todas as igrejas, museus e etc passa a ser desnecessário. Vamos aprendendo a selecionar o que realmente queremos fazer e mais do que isso aprendendo a se divertir e viver experiências fantásticas sem gastar nada ou quase nada por isso.
- Extras: como acreditamos que o planejamento é importante, esse dinheiro extra é pra qualquer improviso que possa aparecer, ou pra algo especial que possa querer fazer (tipo pular de bungee jump na Austrália, fazer um cruzeiro no Rio Nilo, um mergulho na Tailândia, experimentar um restaurante Michelin na França etc…).
Não existe um padrão de viagem, o quanto custa viajar o mundo vai variar muito do estilo da viagem e do viajante, do roteiro, do tempo, se está sozinho ou acompanhado e etc. Se pode gastar muito pouco ou gastar infinito… Mas o que queremos aqui é mostrar que pode ser muito mais barata do que se imagina e dar um norte de planejamento e organização de custos.
No meu padrão de viagem, com as minhas escolhas e perfil eu, Juliana em 2018, gastei R$ 145,98 por dia. Essa conta foi feita bruta com meu valor gasto total (antes, durante e depois da viagem) dividida pela quantidade de dias que viajei. Gastei R$ 39.269 pra viajar por 9 meses. Para algumas pessoas é muito, para outras isso é pouco. Tem viajantes que gastam metade disso por dia, tem viajantes que não gastam nada, outros juntam o dinheiro todo antes de sair. Outros trabalham durante a viagem… Não há regras, há exemplos…
A questão é que no Brasil esse é o preço de um carro novo popular. E cada pessoa tem seus valores e prioridades. Quando eu comparo esse custo com tudo que eu vivi, com todas as experiências que tive, com todas as emoções, mudanças, com todo o crescimento, com todas as amizades, com todos os sabores, enfim esse valor se parece muito pequeno em relação a realização que sinto e quanto a minha vida foi transformada com essa viagem.
*** DICA EXTRA: há um site chamado “Quanto Custa Viajar” ele apresenta o custo de passagens, hospedagens, alimentação e passeios de vários e vários destinos. Eu usei esse site para meu planejamento e super recomendo. Usei para a minha volta ao mundo, mas pode ser usado também para o planejamento da viagem de férias por exemplo.
Nos próximos posts vou compartilhar mais sobre minhas experiências…Embarque nessa viagem com a gente que vamos viver e experimentar muito mais! Siga nosso perfil no Instagram e fique por dentro.
