Minha primeira viagem internacional
Em abril de 2017, uma amiga me convidou para fazer uma viagem no feriado da sexta-feira santa — o destino Chile. Essa seria a primeira viagem internacional dela e a minha também. Na verdade de 4 amigas…
Confesso que topei rápido, estava em fase de mudanças na minha vida e uma nova experiência iria me fazer bem.
Em uma semana (tempo recorde) comprei minhas passagens, já olhamos os passeios e o hotel eu iria dividir o quarto já reservado pelas meninas.
Nessa jornada embarcamos nós quatro, mulheres lindas, cheia de energia e com muita vontade de conhecer tudo. Saímos do Brasil com 3 passeios já marcados e agenda do dia cheia. Afinal, tínhamos apenas 3 dias inteiros para aproveitarmos essa experiência.
1º Dia — Valle Nevado
O caminho até chegar lá não foi fácil, afinal ele está localizado a 3.200 m de altitude, com uma estrada bem sinuosa que nos faz pensar que vamos cair no penhasco.
Não é recomendável você fazer o trajeto por conta própria, especialmente no inverno, quando há risco de nevascas e a estrada se torna muito mais perigosa. Para desfrutar deste passeio indico contratar um serviço de transfer ou uma agência de turismo.
Quando descemos do transfer fiquei sem ar por alguns minutos, não só pelo fato do rarefeito, mas pelo impacto de avistar a Cordilheira dos Andes. Estava no início da neve, mas deu para tocar um pouco e sentir o quanto é diferente essa experiência. A louca saiu correndo e pulando feito criança e acabamos ficando com dificuldades de respirar por um bom tempo.
Visita a Concha y Toro
A Concha y Toro é uma das maiores produtoras de vinho do mundo e é a maior do Chile. Com exportação para mais de 100 países, produz doze marcas de vinhos em dezenas de vinhedos espalhados por todo o país. Por ser tão grande, seus tours são muito procurados e menos exclusivos.
Ainda cerca essa vinícola uma lenda, que é contada aos visitantes e está no site.
“Dizem que em 1883 um barco zarpou desde Burdeus, França, fazendo da imensidão do mar e o silêncio dos pássaros ao voar testemunhas das uvas trazidas por essa travessia…
As que unida com esta terra começaram a formar aquele misterioso vinho que com o passar do tempo daria vida a uma lenda mágica.
Contam que Don Melchor de Concha y Toro, fundador da vinícola, guardou sob sete chaves.
“Reservarei alguns dos melhores”, pensou.
Ainda que isso daria margem ao mistério…
dos constantes roubos que sua bodega sofria.
Por isso há mais de 100 anos… para evitar que seus vinhos desaparecessem, Dom Melchor de Concha y Toro difundiu o rumor que sua bodega era habitada pelo Diabo.
Dizem que o rumor se espalhou tão rapidamente quanto o fogo.
“Eu o vi”, muitos afirmavam.
E a notícia correu tão rápido que em pouco tempo em todos se instalou o temor.
Nunca ninguém pode confirmar o rumor sobre o guardião de suas bodegas e sua existência.
Hoje, a Lenda continua viva. “
Em resumo, eu vi o diabo….(risos)
Para ter como recordação, o tour concede degustação de vinhos e você pode levar a taça com o nome da vinícola para casa.
2º Dia — Viña del Mar
Viña del Mar é uma comuna da província de Valparaíso, considerada a capital turística do Chile.
Passamos rapidamente por lá, para aquelas fotos maravilhosas, por que o destino final era o tour nas termas das Colinas de Cajón del Maipo.
Tour nas termas de Cajón del Maipo
Esse foi sem dúvidas um dos passeios que entrou para o rol dos inesquecíveis. Antes de chegarmos em Cajón del Maipo, fizemos uma parada com o guia em algo tenebroso — Túnel Tinoco.
O túnel Tinoco, serviu de caminho para os trens entre 1914 até 1980. Parada que faz parte de todo roteiro turístico e a experiência é você atravessar por ele, um túnel que fica cravado na montanha e com a extensão de meio quilometro aproximadamente, totalmente escuro e úmido. Tão escuro que a lanterna do celular é capaz de iluminar nem meio palmo a frente dos seus olhos. É de arrepiar.
Na saída do túnel tem uma animita (tem gente que entra por esse lado, mas nós saímos por ele), um tipo de santuário para um jovem conhecido como Willy, menino de traços bonitos e que segundo pessoas próximas, de muito bom coração, mas que aos dezenove anos por conta de uma forte depressão se matou ali dentro do túnel. O fato aconteceu em 20 de julho de 1998, e até hoje o seu santuário recebe a visita diária de dezenas de pessoas, algumas deixam bandeiras, moedas, flores e muitos cataventos azuis, outras fazem pedidos e outras apenas agradecem, pois o jovem passou a ser o milagreiro das montanhas. Em uma pedra emoldurada por mosaico tem o escrito: “Para nós, Willy fala através dos cataventos, por favor não o cale. Seus pais.” Para a sua família Willy está onde sempre desejou estar, nos pés da cordilheira rodeado pela natureza e fazendo companhia para aqueles que necessitam. A saída do túnel é um presente, por entre arcos de pedras entra luz e o som do rio Maipo.
Cajón del Maipo
Um presente sem precedentes da natureza, são 7 piscinas de águas termais, cercadas por uma paisagem que nenhuma foto é capaz de descrever, afinal a Cordilheira dos Andes é de uma beleza estonteante.
As piscinas naturais tem temperaturas entre 30º e 60º C. Antes de descermos o guia orienta que ao entrar conferir a temperatura, por que algumas é impossível entrar. Confesso que não consegui entrar nas piscinas era muito frio para tirar a roupa (risos).
3º Dia — Embalse El Yeso
Se achávamos que já não havia mais algo mais belo do que vimos nos dias anteriores, Embalse el Yeso veio nos mostrar que tudo pode ser melhor.
É um passeio que requer 1 hora de viagem partindo de Santiago. E você deve ir preparado para o frio, sim….nós não fomos e passamos muito frio.
Para encerrar essa linda vista, fizemos um piquenique regado a muito vinho chileno.
Sem dúvidas me descobri como amante por viagens com essa viagem incrível. A cada paisagem eu tinha mais a certeza que viemos nessa vida para viver as experiências e aventuras, por que o que levamos dessa vida não é dinheiro e fama e sim momentos e amigos!
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