Consequências do Alzheimer não ficam restritas ao idoso, e atingem os familiares

Os primeiros sintomas do mal de Alzheimer geralmente acontecem depois dos 65 anos

Victor Malveira
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2 min readDec 9, 2022

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Imagem: Tumisu

O Alzheimer é uma das doenças degenerativas mais cruéis, pois ele afeta a memória e a capacidade de pensamento.

A neurologista Joyce Menezes alerta que os primeiros sintomas geralmente acontecem após os 65 anos, sendo eles: perda progressiva da memória, inicialmente para fatos recentes, dificuldade de linguagem, como esquecer palavras e dificuldade de orientação no tempo e espaço.

Ana Heloísa Arnaut sabe por experiência própria as consequências que o Alzheimer causa em uma pessoa. Anna Izabel Arnaut, mãe de Ana Heloísa, foi diagnosticada com a doença quando estava com 82 anos. Ana relata que não contou para sua mãe sobre a doença e que resolveu ser sua memória. Ela conta que sua vida mudou completamente após o diagnóstico da mãe. “Por minha opção, deixei minha vida social, parei de fazer tudo que fazia antes para poder cuidar”, relatou ela.

De acordo com a médica, a vida social da pessoa com a doença fica muito prejudicada. “A pessoa se esquece de quem ela é, da sua própria história. Começa ter dificuldade de reconhecer amigos e parentes, dificuldade de se localizar, conversar”, disse Joyce.

Segundo Ana, é preciso ter muita paciência para saber separar o que vem da pessoa e o que vem da doença. Ela tem páginas nas redes sociais para compartilhar sua experiência com a doença. Chamada “Alzheimer minha mãe tem — Ana’s”, as páginas abrigam conteúdos que visam ensinar mais sobre a doença, dicas de cuidados, etc.

Incentivada por duas amigas, Ana abriu uma página no Facebook e em dois dias já contava com 80 mil pessoas. Ela diz que sentia falta de conteúdos ensinando a cuidar de pessoas com a doença, por isso ela começou a postar o modo como ela cuidava. “As pessoas começaram a interagir e fazer perguntas que eu ia respondendo. Consegui vários colaboradores profissionais na área que escreviam textos na sua área de atuação falando sobre o Alzheimer”, contou Ana.

Embora não haja cura, como aponta Joyce, existem tratamentos que podem retardar a progressão da doença. O estímulo cognitivo também é importante na preservação da memória. A família também é fundamental no processo, algo que Joyce aponta. “A família tem que ficar atenta no sentido de garantir o máximo de conforto para o paciente. Além disso, tem que acolhê-lo com respeito”, explicou ela.

Sobre isso, Ana explica que é filha única e que o marido a ajudou. Quando a doença estava avançada, seu pai pagou uma cuidadora para a auxiliar durante a semana. Ela conta que suas primas se uniram e fizeram um plano de saúde para ajudar.

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Victor Malveira
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Um quase jornalista que tenta ser cinéfilo. O objetivo aqui é escrever resenhas de filmes, séries e de outras coisas aleatórias. Amante de futebol.