Entregadores de aplicativo de comida ainda enfrentam perrengues no trabalho
Com a jornada de trabalho corrida, banheiro, água e refeições se tornam desafios
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Richard Neves começou a trabalhar como entregador do iFood no início da pandemia por causa de questões financeiras. Ele conta que o serviço é mais arriscado, mas que é possível ter um faturamento maior no mês, se comparado a um serviço CLT. O entregador relata que trabalha das 11 até as 22 horas, e folga uma ou duas vezes na semana.
Sobre o aplicativo, Richard conta que é passada uma meta diária e que é possível tirar 120, 200 reais trabalhando os três turnos. Segundo ele, com uma boa gestão é possível sobreviver.
Ele aponta o clima, as condições de trabalho e as necessidades básicas (banheiro e água) como desafios diários para entregadores de apps. Contudo, Richard não trocaria seu emprego atual por um CLT.
Marcelo Júnior também é entregador de comida por aplicativos. Trabalhando desde 2018, Marcelo explica que começou a fazer entregas porque era a única opção de emprego que ele tinha na época. “Foi o que apareceu na época, mas também parecia ser uma boa oportunidade de ser meu próprio patrão”, disse Marcelo.
Os desafios diários são parecidos com o de Richard. De acordo com Marcelo, as refeições dele são feitas no meio da rua entre uma entrega ou outra.
Ele diz que tem saudade de quando trabalhou como auxiliar administrativo e dos benefícios e direitos que ele tinha. “Eu tinha férias, trabalhava 8 horas, folga nos finais de semana, vale transporte e alimentação, plano de saúde”, comentou Marcelo.