Pandemia de covid-19 agravou os problemas das pessoas em situação de rua

Resolução de tal questão é complexo, ainda mais depois da pandemia de covid-19

Victor Malveira
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2 min readDec 10, 2022

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Imagem: Cesar Augusto Ramirez Vallejo

Um levantamento feito pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (POLOS — UFMG) apontou que 42. 240 pessoas vivem nas ruas da cidade de São Paulo.

Marco Guedes vive na rua desde meados de 2020, momento inicial da pandemia de covid-19. Ele conta que veio para a capital paulista em 2019 para trabalhar como vendedor de roupas no Brás, mas a pandemia atrapalhou sua vida. “Vim de Goiás para trabalhar no Brás. Eu já tinha me estabilizado aqui, mas a pandemia chegou e eu perdi o emprego”, contou ele.

O desejo de Marco é voltar para sua cidade em Goiás, onde tem família. Mas enquanto não consegue juntar dinheiro para voltar para casa, ele dorme na rua e sobrevive vendendo água no sinal. Marco diz que consegue se alimentar nos Bom Pratos pelo valor de 1 real, além contar com doações de comerciantes.

Assistentes sociais são fundamentais na ajuda a pessoas em situação de rua. Meirejane Santana é assistente social e comenta a situação de quem vive na rua. Ela diz que a assistência social precisa trabalhar em conjunto com outras secretarias (Direitos Humanos, Saúde, Educação, Trabalho, Previdência e Habitação) para resolver tal questão.

Segundo Meirejane, tudo que envolve pessoas em situação de rua é complexo e não tem uma resolução fácil, ainda mais depois da pandemia de covid-19. “Na rua tem pessoas que fazem uso de drogas e pessoas que não, tem pessoas que estão naquela situação pelo fato de ser de outro estado, outros pelo fato de as relações familiares estarem rompidas, então considero que há muito o que fazer, mas não há apenas uma saída”, disse.

Meirejane explica que as políticas públicas precisam olhar essas pessoas em sua integralidade. “Não adianta fazer programas de emprego, se não trabalha as questões familiares, uso e abuso de substâncias psicoativas, a questão da fome”, explicou.

Ela lista serviços sociais que dão suporte a essas pessoas: CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), CTA’s (Centros Temporários de Acolhimento), SEAS, serviço de abordagem de rua, e o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).

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Victor Malveira
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Um quase jornalista que tenta ser cinéfilo. O objetivo aqui é escrever resenhas de filmes, séries e de outras coisas aleatórias. Amante de futebol.