Porque autoconhecimento é uma habilidade do futuro

Ariadne Aranha
Vida a partir da essência
3 min readJul 17, 2018

Faz 10 anos que um pequeno detalhe nos une como seres humanos em processo de evolução: todo mundo tem um computador no bolso, independente de gênero, raça e religião. Quem lembra que a gente tinha que trocar o filme da máquina e esperar uma semana para revelar? A era digital chegou, e tá transformando nossas vidas numa velocidade incrivelmente desafiadora de acompanhar.

Como está sendo processar esse fluxo intenso de informações? Cada dia aparece uma novidade nos nossos computadores de bolso. Uma novidade? Tá mais pra um milhão! Pensa só, com quantas pessoas a gente se conecta em apenas um dia? Entre grupos de whatsapp, interações no facebook, deslizadas no instagram e uns vídeos bacanas no youtube? Fica difícil até de contar né? Imagina que ontem a gente precisava ir até a casa do vizinho se quisesse conversar, e até a biblioteca se quisesse pesquisar.

Está mudando de forma estrutural, irreversível e inevitável a forma como as pessoas vivem, se relacionam, aprendem, trabalham, se comunicam, produzem e consomem. As configurações do mundo que a gente vive tá mudando, e as configurações da nossa mente tem que mudar também! E como é que a gente fica no meio de tudo isso? Quem se sente ansiosa ou angustiada põe o dedo aqui! Parece tudo muito legal, mas dá um trabalho danado acompanhar essa evolução, e isso traz uma necessidade urgente para cada um de nós: desenvolver novas habilidades.

Lembra tudo aquilo que você aprendeu na escola ou na faculdade? Agora esquece. Uma das principais habilidades que o mundo de hoje valoriza é habilidade de se relacionar bem consigo mesmo. O mundo de hoje não quer saber de suas habilidades técnicas, o mundo de hoje valoriza sua disposição pra estar sempre aprendendo e criando algo novo, sua capacidade de manter uma relação colaborativa com as pessoas, sua capacidade de adaptação ao novo e emergente. E isso tudo só é possível se a gente for a fundo pra entender como a gente funciona, aprender a se valorizar, trabalhar o autocontrole, cuidar das emoções e dos medos.

O autoconhecimento começa quando começamos a olhar pra nós mesmos como um organismo em processo de evolução, moldável, adaptável, mutável, e começamos a investigar nossa natureza mais profunda, o porquê agimos como agimos e pensamos como pensamos. A partir daí, quando a gente se torna nosso maior cúmplice e nossa maior testemunha, podemos empreender um caminho de transformação pessoal, que nada mais é do que acompanhar a si mesmo nos desafios cotidianos, celebrando as conquistas e lapidando as mudanças internas necessárias para conquistar nossos objetivos.

Até aí, legal! Seria muito fácil e tranquilo fazer isso se existisse só a gente no mundo, se o caminho fosse um tapete de rosas, e se mudar fosse só uma questão de deslizar o dedo na tela e passar pra outra página. Mas sabemos que não é tão simples assim quando se trata de mudança de comportamento. Acontece que hoje estamos programados para negativar, criticar, desvalorizar e desacreditar em tudo que fazemos. Não é por mal! Mesmo sem querer, mesmo desejando dar amor e apoio pra nós mesmos, o condicionamento tem uma força tão incrível, que a gente nem se dá conta que tá se atrapalhando ao invés de se ajudar. Mas ora, se esse condicionamento todo é um programa, não dá pra desinstalar e instalar outro? Era digital, baby! É claro que dá!

É trabalhoso, é desafiador, é suado, mas pra conquistar, basta começar. O mundo precisa de gente pensando diferente, para agir diferente e produzir resultados diferentes. Pra gente ter mais colaboração e menos competição. Pra gente ter mais compartilhamento e menos posse. Pra gente ter mais empatia e menos desconexão. Por mais abundancia e menos escassez. Bora pra frente! Como estamos contribuindo para construir esse futuro possível?

--

--

Ariadne Aranha
Vida a partir da essência

por mais culturas mais criativas, colaborativas e sustentáveis