Como vacinar uma criança para que não sofra de um dos principais males do século: a impaciência?
Todos sabemos o mal que um impaciente experimenta: vive apressado, angustiado e amargurado; faz as coisas malfeitas; abandona bons projetos nos quais deveria perseverar para colher resultados felizes.
Outro dia estava na praça com meu sobrinho de pouco mais de 2 anos. Ele encontrou um galho verde caído na grama e queria parti-lo. Natural, pois está na fase de experimentar e conhecer tudo. Vi que ele não estava conseguindo, pois o galho tinha fibras fortes e não era seco, estava verde. Então peguei outro galho e o mostrei: “Leo, veja como você faz para partir esse galho”. Segurando o galho nas duas pontas, comecei a torcê-lo girando as mãos em sentido oposto, até que se partiu.
Ele assistiu com atenção e logo começou a aplicar a técnica. Após alguns instantes, como não conseguiu resultado rápido, estendeu o galho na minha direção:
- “Tio, parte você para mim”?
Disse que ele, agora, já sabia partir, que ele mesmo deveria fazer se quisesse esse resultado.
- “Você deve ter paciência. Sabe o que é a paciência?”, perguntei.
Ele disse que não, então expliquei:
- “Paciência é continuar girando o galho, enquanto você espera que ele se parta”.
Com este estímulo, ele continuou e sorriu ao partir o galho um tempo depois! Certamente ele ainda não tinha consciência, mas o maior motivo de felicidade — para mim, que estava observando, e para ele, que poderá tomar consciência no futuro — não tinha relação com o galho, mas com o aprender a cultivar uma virtude muito positiva para a vida: a paciência ativa, que é saber esperar, confiando no resultado enquanto se realiza os esforços.
Penso que este é um estímulo importante que todos deveríamos buscar oferecer às crianças, especialmente nesta cultura vigente que tende a nos viciar no instantâneo, fácil e superficial.