300, leonidas versus lobo

Competitivo: você é, ou você é.

Já parou para pensar sobre a essência da competitividade do ser?

João Pedro Rodrigues
V i d e o G a m e s ♥
4 min readJun 17, 2013

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Faço Ciência da Computação e desenvolvi em um trabalho da faculdade uma pequena aplicação de Jogo da velha para ser jogado em Rede, coisa simples, dois computadores ligados com duas pessoas se enfrentando. A coordenadora do meu curso, a Srta. Terezinha, quando viu a aplicação adorou. Me fez um convite para participar da feira de profissões e apresenta-lo no espaço da faculdade.

O Jogo da velha funciona de maneira bem fácil, o jogador senta no computador, clica em novo jogo, a aplicação pede o nome dele, sincroniza e os dois usuários começam um “melhor de 3". As regras eu não preciso explicar não é? — Todo mundo já jogou uma partida de velha, acredito eu.

O inicio das apresentações e o destaque inesperado

Quarta feira, dia 12/06, eu acordei cedo para ir até o Círculo militar de minha cidade e parti a caminho do lugar marcado com a coordenadora se não fosse um pequeno detalhe, não era o Círculo militar, mas sim o Colégio militar. Putz, cheguei super atrasado no local, tinha que montar e configurar as máquinas além de ver a apresentação das outras universidades todas prontas, super desanimador.

3 computadores e o meu notebook improvisado — hahaha

Ao terminar tudo eu pensei:

“— pronto, tem um espaço de Medicina e outro de Engenharia da computação das federais aqui do meu lado, vai ser uma longa manhã parada.”

Quando eu liberei o game para apresentação começou a juntar alunos em volta das máquinas, tantos alunos que quando percebi estava perdido sem saber para onde, ou para quem explicar. Pensei durante muito tempo comigo “ — Como um joguinho simples pode atrair tanta atenção?”

Multiplayer. Isso não é jogo, é guerra!

O Colégio militar liberou os alunos por grau de ensino, primeiro veio o médio e preparatório, depois chegou o “show da xuxa”. A criançada é mais solta e fala o que vem na cabeça, não importando quem esteja em volta. Justamente por causa do ensino fundamental que eu percebi o motivo da euforia em volta do jogo.

Conforme eles se aproximavam eu explicava que o jogo era disputado entre duas pessoas, assim foram colocando nick names e berrando conforme ganhavam, na forma mais natural do velho bully de jogos. Em alguns momentos eu acabava rindo ao invés de pedir para pegarem leve, estava adorando ver como eles imergiram na competição. Quando falei para os garotos que o vencedor se mantinha na máquina, putz!

“Seu noob, ruim, perdeu, próximo, ruinzão e vaza da máquina.”, essas foram algumas das frases proferidas pela turminha da mônica durante a apresentação, minha coordenadora chegou a arregalar os olhos desse tamanho: “O.O”. Conforme o tempo passava começaram a juntar o que chamamos nos multiplayers de Gankers¹, ajudando e zoando, as vezes até se batendo.

Eu comentei com a Terezinha: “— Eles estão super competitivos assim, imagina se eu tivesse colocado no projeto um servidor de ranking.”

Era isso mesmo, imagina a batalha para ter o nome como primeiro da lista de vencedores?

Ganker¹: Grupo de pessoas jogando juntas em um game online ou grupo de jogadores que se unem por um objetivo.

Pense comigo, porque jogos como Call of Duty e Battlefield que poucas vezes inovam, sempre terminam com vendas altíssimas acabando quase sempre como febre entre os jogadores?

A competição está na alma do ser humano, quase na gênese do eu. A competitividade é uma característica que nos faz querer sempre tirar as notas mais altas, conseguir a função mais importante e nos estimula a vencer na vida. Ela vem da fé, é extraída dos sonhos e principalmente estimulada pela vontade.

Coloque várias pessoas em uma mesa e um jogo de tabuleiro no meio, veja namoros que encerram por momentos, amigos que viram inimigos imediatos e principalmente o espírito competitivo demasiado daquele seu colega reprimido te surpreendendo.

Como diz a frase: “ A carta +4 é o motivo de muita discórdia.”

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João Pedro Rodrigues
V i d e o G a m e s ♥

— Cientista Louco da Computação, sem escrúpulos para ajudar, com 2 personalidades sem sentido e várias dúvidas da vida! —