Como começar a medir o seu produto?

Um pouco da nossa experiência redefinindo o modo de medir o nosso produto e quais resultados alcançamos

Matheus Spagiari
Vindi
4 min readOct 8, 2020

--

Cada vez mais eu tenho visto gente com dúvidas de como começar e o que metrificar no produto em que está trabalhando. Em meio a tantas métricas de negócio, produto, UX, por onde devemos começar?

Nesse artigo vou contar a forma como fizemos aqui na Vindi. Não é uma receita, não é uma bala de prata, não é uma fórmula que vai resolver todos os seus problemas. É somente a experiência que tivemos e os frutos que estamos colhendo disso.

O início

Tudo começou quando fomos revisitar as métricas que já estávamos colhendo do produto. Não tínhamos as métricas que realmente nos ajudariam a definir em que trabalhar em um próximo quarter, ou que representassem algo significativo para os nossos clientes.

Essa inquietação nos levou para uma série de pesquisas em artigos sobre métricas de Produto e Design. Inclusive a McKinsey tem um estudo bem bacana mostrando como empresas que adotaram Design como um dos seus pilares, tiveram resultados significativos no faturamento geral da empresa.

Acontece que, quando você ainda está no início, falar de Design para os stakeholders ou como podemos mudar as métricas de uma empresa com Design parece algo aspiracional. Para comunicar valor, você precisa convencer que as mudanças em que você está trabalhando afetam diretamente em números que chamam a atenção como faturamento, churn, taxa de conversão, etc.

Falar a linguagem de negócio é essencial, já que quem gosta de Design são os designers.

Definindo “o que o nosso produto resolve?”

Aqui na Vindi, trabalhamos em squads multidisciplinares no time de produto (Gerentes de Produto, Desingers de Produto e Engenheiros de Software), então o primeiro passo foi juntar essas pessoas para responder a pergunta:

O que o nosso produto resolve para os nossos clientes?

Essa é a pergunta de ouro. Faz com que você identifique o verdadeiro propósito do seu produto. Por que ele de fato existe e qual dor ele combate todos os dias para os nossos clientes. Parece ser uma pergunta besta, mas faz com que ninguém tenha dúvidas e todos tenham o mesmo senso comum sobre “o que é” e “por que é”.

Estabelecendo os pilares

Após a definição do “o que o nosso produto resolve”, começamos a nos questionar sobre o que o sustentava. Melhor ainda, quais características um produto de sucesso, que resolve o problema que definimos no passo anterior, deveria ter. Quais regras ou princípios esse produto não poderia quebrar em nenhuma hipótese.

Basicamente, respondemos a pergunta:

“Quais pilares que o nosso produto deve ter para ser o melhor do mercado?”

Esse momento foi o ponto chave para nós. Definimos apenas três pilares que entendemos como essenciais para alcançar esse estágio de “ser o melhor do mercado”. Não é uma regra, mas acredito que seja um número saudável para que todos de produto consigam olhar de forma mais estratégica todos os pilares, o famoso, menos é mais.

Nesse momento, tínhamos algo mais ou menos assim:

Por motivos óbvios não posso colocar as informações que utilizamos na estratégia do nosso produto. No final coloquei um exemplo prático e hipotético.

Escolhendo os KPI’s

Quais métricas definem o sucesso desse pilar?

Fizemos esse exercício para cada pilar que construímos. No fim do exercício, ficou algo mais ou menos assim:

O resultado foi o levantamento de novas métricas de produtos. Tiveram várias métricas que eram essenciais, mas ainda não estávamos olhando. A definição do novo objetivo que iríamos trabalhar foi totalmente baseada nessa dinâmica.

Para ficar mais claro e visual, utilizei o mesmo “framework” em uma empresa hipotética que faz delivery de comida.

Resultados

Essa dinâmica resultou em ações de todo o time. Todo o nosso quarter foi focado em gerar e validar hipóteses que poderiam impactar diretamente as métricas definidas. Tivemos uma maior facilidade para medir o nosso trabalho e quanto de retorno isso estava trazendo.

Ganhamos também, uma maior segurança de cada ação, pois passamos a ter uma visão mais clara dos impactos. As próximas ações, serão focadas em acompanhar essas métricas até atingirmos o que foi definido de sucesso. Vale lembrar também que as métricas são revisadas constantemente para saber se realmente faz sentido, elas devem ser mutáveis, cada vez que você aprende algo novo vem novos questionamentos, dúvidas, etc.

E você? Como está medindo o produto em que você está trabalhando e resultados de cada hipótese validada? Você tem alguma sugestão de como podemos melhorar esse processo?
Vamos conversar: matheus.santos@vindi.com.br

Ahhh, estamos contratando! Dá uma olhada em nossas vagas.

Se você chegou até aqui e isso te trouxe uma luz de como você pode começar a medir o seu produto, deixe suas palmas, comente, compartilhe e acompanhe nossos textos!

Abraços!

--

--