As influências das redes sociais

Devemos estar sempre atentos com o que lemos e publicamos na internet

Bruno Gall De Blasi
Vinte&Um
3 min readFeb 16, 2018

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Reprodução / Internet

As redes sociais têm um papel importantíssimo na sociedade. Se elas não estão presentes apenas em etapas de socialização, acabam nos expondo a ideias e comportamentos que não encontraríamos de outra maneira. Entre os exemplos estão os diversos ativismos políticos de hoje em dia, tão intensificados em grupos, páginas e perfis espalhados pelo mundo. Não à toa, estamos sempre tentando entender sobre como a junção entre a política e as redes sociais podem afetar a nossa sociedade, especialmente com a chegada do fenômeno das “fake news”. Esta, sem dúvida, é uma das perguntas mais importantes nos debates atuais.

E não é para menos. Se nas redes podemos encontrar tudo sobre tudo a qualquer momento, também existe a possibilidade de nos esbarrarmos com pontos de vista diversos. Além disso, a Internet é um espaço onde há milhares de tribos espalhadas, cada uma com a sua identidade própria. Obviamente, isso acaba criando novas tendências e opiniões pelo mundo.

Para explicar melhor, podemos colocar duas teorias no meio dessa discussão. Uma delas é o Agenda-Setting. Nessa hipótese, podemos crer que a mídia — e, nesse caso, as redes sociais, também — afetam o nosso pensamento ou então os nossos assuntos do dia a dia. Dessa maneira, estamos mais propensos a dar atenção àquilo que está em destaque, o que está sendo repetidamente veiculado, do que o ponto com menor relevância.

Ao lado, temos a Espiral do Silêncio. Aqui, já falamos sobre a opinião predominante. Podemos acreditar em uma espécie de superioridade, já que a ideia mais forte sobrepõe a mais fraca. Nesse caso, quem não pensa como a maioria acaba se omitindo, utilizando isto como uma espécie de proteção. Tudo por conta do medo causado pelas possíveis consequências após se expressar, que vão desde o temor da crítica até o isolamento social.

Embora a Internet seja um espaço misto, onde há uma divisão maior entre grupos e tribos, as duas teorias podem ser aplicadas nas redes sociais, também. Entretanto, devemos prestar atenção em outros efeitos desse meio: há o famoso filtro-bolha, onde apenas vemos aquilo que é apresentado por meio de algoritmos. Assim, uma pergunta nos cabe: estamos vivendo ou não em uma realidade orgânica e sem influências externas, movidas por interesses comerciais?

Sem sombra de dúvidas, devemos estar sempre de olho em como a Internet, sobretudo, as redes sociais, afetam a nossa vida. Pois não se trata apenas de política e economia. Há observações importantes sobre mudanças no modo de viver, tanto ao se tratar de ideologias quanto em atitudes cotidianas. Afinal, hoje, com um clique, podemos vivenciar realidades completamente distantes das nossas, cujas consequências são diversas.

Por isso, devemos aproveitar o melhor lado da moeda para utilizarmos a rede da melhor maneira possível, ainda mais quando existe a possibilidade de trazer mudanças impactantes na sociedade — e para o bem. A começar pela cautela com o que compartilhamos e mantendo um senso crítico em tudo que nos é apresentado. Caso contrário, tais confusões podem condenar um coletivo como um todo, assim como inúmeras democracias, por conta de publicações e mensagens com conteúdos falsos, discursos de ódio, entre outros problemas contemporâneos. E, claro, não podemos dar bobeira.

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