professor também fica doente

Nayara Peneda Tozei
virei professora… e agora?
3 min readMay 21, 2014

Nesta segunda-feira, acordei com dor de garganta. Arranhava um pouco, doía para engolir e eu sentia dificuldades para falar. Fui dar aula assim mesmo porque precisava concluir o conteúdo que será cobrado na prova da próxima semana. Mas fui imaginando que não poderia abusar.

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Um aspecto muito importante no trabalho de um professor é sua voz. Muita gente descuida disso, mas eu tive alguns professores que começaram a faltar seguidas aulas por terem ficado afônicos. Geralmente era por falarem alto, darem muitas aulas seguidas sem pausa, etc. O suficiente para me deixar apreensiva sobre o assunto.

Então, queria estratégias para lidar com o fato de ter de dar aula com dor de garganta. Procurei sugestões com parentes e conhecidos que são professores, tentando imaginar o que eu faria na quarta, se não tivesse melhorado. As principais sugestões foram tentar substituir a aula expositiva por alguma atividade que exija menos da voz, como exercícios e vídeos. Porém, nesta segunda, isso não teria sido possível. Não tinha nenhuma lista de exercícios elaborada. Nem sei se existiria algum vídeo relacionado à matéria. O conteúdo era novo, e o cronograma estava apertado. Como acordei pouco antes da aula, eu só tinha o planejamento feito no domingo.

Nas próximas turmas, talvez eu consiga pensar nas aulas com mais de uma estratégia didática, para dar conta dessas necessidades do momento. Bem, provavelmente, não. Esse é um daqueles planos que a gente se propõe fazer e nunca cumpre, mas vale a nota mental: pensar em diferentes métodos para uma mesma aula, para ter planos B.

Como eu acordei e fui para a aula, o que fiz foi diminuir um pouco o ritmo. Passei mais rapidamente por alguns itens e tentei falar em tom de voz normal, para não forçar a voz. Saí da aula e fui direto para a farmácia, comprar os remédios que costumo tomar em caso de resfriado e uma pastilha para a garganta. Mas, conversando com uma prima, musicista, descobri que não é bom usar pastilhas antes de falar. Elas darão a falsa impressão de que está tudo bem e você vai forçar a voz sem perceber. O ideal é, entre outras coisas, beber muito líquido, fazer pausas frequentes para descanso da voz, fazer alguns exercícios e falar com voz normal (nem muito alto, nem muito baixo, porque ambos exigem mais da voz).

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Passei o resto do dia em casa, de molho, tomando remédio e bebendo muito líquido. Acordei no dia seguinte um pouco melhor, mas logo piorei de novo. Produtividade zero. Cancelei os atendimentos a alunos e resolvi apenas algumas questões inadiáveis ou rápidas, por email. Felizmente, hoje, parece que já estou melhorando. Ufa! Ficar doente é desagradável, mesmo que seja um resfriado rápido.

Fui para a aula de hoje, de revisão antes da prova, sem muito planejamento. Gostaria muito de ter devolvido as últimas listas corrigidas, mas não tive ânimo para fazer isso nesses dias de indisposição. Mas passei aos alunos algumas dicas para eles estudarem, organizando rapidamente algumas ideias que eu tinha tido ao longo do curso. Nunca quis que uma dor de garganta fosse embora tão rápido!

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