Como UXers, estamos cientes da importância e dos benefícios de ouvir o nosso usuário. Mesmo assim, poucos dão a atenção necessária ao assunto, e mais raro ainda são aqueles que ativamente se dedicam ao UX Research.
Advogamos muito pelo usuário, mas sempre falamos de experiências passadas, terceiros, PMs, VPs, C-level; e ainda pior, as vezes, nos usamos como exemplo, sabendo que na maior parte das vezes essas visões não refletem o comportamento — real — do nosso usuário.
Consultar diretamente o usuário deveria ser a primeira opção, uma decisão bem simples e lógica, não?
Ouça seu usuário
Não é preciso um laboratório chic, centenas de milhares de usuários ou equipamento high-tech para realizar pesquisa. Você ficaria surpreso com o resultado que pode conseguir com alguns usuários, boa vontade e dedicação.
A grande vantagem de conversar com o seu usuário é a capacidade de encontrar soluções objetivas muito rapidamente, resolvendo problemas importantes que você está longe de identificar, tudo isso antes mesmo de lançar o seu produto.
O usuário tem a prerrogativa de não conhecer o seu business, se focando completamente nas suas necessidades pessoais e dificuldades, coisa que você não tem domínio, e apresentar pontos de vista que você sequer imaginou.
Claro que esses os insights precisam ser analisadas com cuidado, mas, a sua validade é enorme e indiscutível.
Nosso processo
Aqui no VivaReal não seguimos exatamente uma regra de ouro ou algo pronto, no máximo usamos como base uma proposta do Google. Gostamos de praticar UX Research com um modelo bem simples: pesquisa qualitativa + quantitativa.
Quando identificamos uma hipótese convidamos usuários para uma conversa, com a intenção de levantar insights, ou desenvolver ideias que possam fornecer um entendimento melhor do usuário, suas motivações e opiniões. Assim, conseguimos estabelecer padrões comportamentais.
Já com esses padrões em mãos, enviamos um questionário quantitativo com a intenção de conseguir uma grande massa de dados e validar a existência desses comportamentos através de números.
Então começamos a criar soluções de design usando todas essa informação como base. No final, construimos um protótipo e re-validamos com nossos usuários.
Às vezes identificamos comportamentos bem proeminentes na fase qualitativa, nesse caso, pulamos a pesquisa quantitativa e vamos direto para a criação de soluções.
Conclusão
É inegável que os melhores insights, ideias e soluções para os seus problemas podem — e devem — ser iniciados pelos seus usuários.
Não deixe de conversar com eles, comece pequeno, fale com poucos usuários, mesmo que na rua ou por ferramentas online. Só não deixe de praticar o UX Research.
Além disso, é legal ficar de olho no que gigantes como o Google, AirBnB e o Facebook vem fazendo no campo de pesquisa.
