Pensador: a palavra como guia e o Hip Hop como instrumento

Victor
Vivendo Hip Hop
Published in
2 min readAug 3, 2020

Gabriel, o Pensador foi um dos responsáveis por difundir o Hip Hop no Brasil. Em 1992, época em que Thaíde alcançava reconhecimento e antes mesmo do primeiro disco dos Racionais, Gabriel lançou “Tô Feliz (Matei o Presidente)”, criticando a política nacional e o governo Collor de um modo muito pouco conhecido na época: através do Rap. Gabriel colocou em rimas o que todo o país queria dizer sobre política e desigualdade social. A música, censurada nas rádios na época, abriu caminhos e serviu de referência para diversos artistas que depois iriam viver da arte.

Versos politizados, críticos e bem humorados caracterizam o artista. Atemporal, é autor de clássicos como “Racismo é Burrice” (93) “Cachimbo da Paz” (97) e “Até Quando?” (2001). No Rio, apoiou a cena das batalhas de rima e ajudou a consolidar o estilo no país, que hoje tanto agrega à cultura e é foco de grandes eventos, como o Duelo Nacional de MC’s, organizado pela @familiaderua.

Gabriel realizou, durante 7 anos, o projeto cultural Pensando Junto, na Rocinha. Utilizando o Hip Hop como instrumento para educar e dar oportunidades às crianças da comunidade, o projeto tinha aulas de break, de dj, graffiti, rap, português, matemática, inglês, além de ser um espaço de convívio e socialização. “A coisa mais bonita, mais motivadora que tem no meu trabalho de mexer com as ideias, de fazer os outros pensarem, a coisa mais especial, é emocionar as pessoas. A emoção que vem de volta explica muito o que eu estou fazendo nisso tudo”.

Gabriel escreveu livros, chegando até a ganhar um Jabuti, prêmio literário mais importante do Brasil. Seu trabalho, que influencia e inspira pessoas, é a prova que o Hip Hop tem força transformadora.

“Muda que quando a gente muda
O mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente”

Até Quando?

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