A grande pescadora da Amazônia
Julho de 2014, logo após o 7x1 pra Alemanha, viajei com meu filho para a Amazônia. Ficamos cinco dias em um barco, duzentos quilômetros de Manaus, imersos na floresta. Maravilhoso.
E, conosco doze estrangeiros, claro que tinha que haver algum alemão. Havia, um casal. Futebol foi o assunto inicial. Fomos as vítimas. E foi muito difícil de nos defender em língua inglesa.
Porém, também fiz — sem querer — uma pegadinha.
Fizemos um passeio de canoa para pescar piranhas. Eu e meu filho pescamos três e fomos considerados heróis pelos estrangeiros desajeitados.
Em inglês, soltei a pérola:
- Vocês precisavam ver o tamanho da piranha que escapou!
E mostrei com as duas mãos o tamanho imaginário, rindo, pois é o nosso famoso exagero de pescador.
Um jovem americano acreditou piamente. Tentei explicar que era uma brincadeira, mas não me fiz entender, antes que ele saísse espalhando o fato.
No almoço, comendo as piranhas fritas, eu sorria encabulada, pois o assunto dominou o ambiente. Trocava olhares cúmplices com meu filho e com o guia brasileiro e a gente ria muito e eles nem entendiam a graça que a situação tinha.
Eu desisti de fazer eles entenderem esse lado jocoso da cultura brasileira.
(Pequena amostra de textos que poderão ser lidos no meu próximo livro de crônicas de viagens)