Um sentimento materializado num clique

Andressa De Carli
Voz e Vez
Published in
3 min readJun 7, 2016

Uma vida dedicada às fotos

Um adesivo com as melhores fotos que ele registrou compõe sua mesa no escritório.

Em meio a tantas profissões, a fotografia foi a que mais chamou a atenção de Sérgio Sanderson. Para ele, tudo tem um motivo familiar, claro, baseado na constelação sistêmica, prática da qual ele é adepto.

O olhar do fotógrafo.

Antes de descobrir a paixão pela fotografia, ele era fissurado em mecânica, como seu pai que atuava nessa área. Veio então o desejo de entrar na área de engenharia mecânica, entretanto, também era muito ligado com a marcenaria, igual ao seu avô por parte de mãe, que trabalhava nesse segmento. Mas a fotografia já estava em seu sangue. Seus avôs e bisavôs, que eram americanos, trabalhavam na área de produção de cinema. “Todos os filhos são fiéis aos avôs”, ele comenta.

Uma relíquia: câmera com um rolo de filme gravava por 3 minutos.

Seguindo a linhagem familiar se tornou então fotógrafo, começou ainda na era analógica. O marco de sua vida foi quando estava servindo o exército e em um desfile deram uma máquina fotográfica e pediram para que ele registrasse o evento. Apesar do nervosismo, produziu fotos excelentes. “Havia 21 soldados em cima de uma moto, cortei o pé de um, a cabeça de outro, era uma foto em movimento. Nessa época, nunca pensei que iria trabalhar com automobilismo”, conta.

Evento Moto GP em Cascavel.

Foram apenas alguns anos depois que ele começou a fazer fotos da Fórmula 2 e Fórmula 3. As primeiras fotos ele acabou entregando gratuitamente aos participantes, mas eles perceberam a qualidade do trabalho de Sanderson e sugeriram que ele comercializasse o material, até porque as imagens estavam bem melhores do que as de fotógrafos com mais experiência que cobriam os eventos há um bom tempo.

Sanderson em seu estúdio de fotografia.

Em 1992, ele começou a utilizar câmeras digitais, foi um dos primeiros a se modernizar, já que a maioria dos fotógrafos da região aderiu a técnica apenas nos anos 2000. Atuando no automobilismo, ficou 15 anos sozinho como fotógrafo na Stock Car e 30 anos como fotógrafo oficial do evento.

Quando perguntamos sobre o amor pela fotografia, Sérgio nos questiona: “Quanto vale a sua vida? Então você faria algo que você não gostaria para sacrificar sua vida? Então tudo que você for fazer vale a sua vida, então você tem que fazer com muito amor”.

Um dos pontos mais belos de Cascavel, a Catedral em época de natal.

Hoje ele atua na fotografia de forma diferenciada, com maior profundidade e mais conhecimento, trabalhando com a expressão corporal da família na fotografia. “Qual o lado correto de a mulher ficar, do homem. Qual o lado que o filho ficaria da mãe”, explica.

Todo seu trabalho é muito bem pensado antes e depois do clique.

Fotos por: Andressa De Carli e Roberta Petrosk

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