Enedina Marques, primeira engenheira negra do Brasil

#VozesPelaCiência destaca pioneirismo da engenheira, que também é a primeira mulher do Paraná a ter diploma de ensino superior

Jeferson Batista
Vozes Pela Diversidade
2 min readMay 6, 2020

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Enedina Marques. Imagem: Reprodução

Na década de 1890, logo após a abolição formal da escravatura, a família de Enedina Alves Marques (1913–1981) deixou a zona rural para viver em Curitiba. Na capital do Paraná, a vida não foi menos difícil.

Alfabetizada aos 12, desde a infância trabalhou como empregada doméstica e babá nas casas da elite. Porém, em 1926 começou a ocupar espaços em que pessoas negras nem sempre eram bem vindas quando entrou no Instituto de Educação do Paraná. Saiu da instituição professora e foi trabalhar em escolas públicas paranaenses.

Queria mais: voltou à Curitiba e ingressou no curso de Engenharia Civil da Universidade do Paraná. Pobre e negra, era ainda a única mulher da turma. Conseguiu se formar em uma sociedade sem nenhum tipo de política pública para reparar a barbaridade da escravidão. E o pioneirismo não para por aí: ela foi a primeira mulher do Paraná a obter um diploma de ensino superior.

Engenheira formada, trocou a sala de aula pelos canteiros de obras. Na década de 1950 atuou como auxiliar de engenharia na Secretaria de Estado de Viação e Obras Públicas do Paraná. Em seguida, passou a trabalhar no Departamento Estadual de Águas e Energia Elétrica.

Seu nome está em diversas obras importantes, como a Usina Capivari-Cachoeira (Usina Governador Pedro Viriato Parigot de Souza.

Fonte de informações: casa.com.br e Brasil de Fato

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