Homens ganham 30% a mais que mulheres, feministas católicas, doação de sangue no STF, marcha pela ciência e muito mais #10

Jeferson Batista
Vozes Pela Diversidade
4 min readMay 7, 2020
Imagem: nappy

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Frase da Semana

“Acredito ser fundamental conversar sobre os direitos das mulheres dentro das religiões cristãs, até porque, não é possível falar sobre as mulheres brasileiras sem desassociar da religião que elas confessam”

Tabata Tesser, ativista da ong Católicas Pelo Direito de Decidir

#EntrevistasPelaDiversidade

A socióloga Tabata Tesser, 24 anos, ativista da ong Católicas Pelo Direito de Decidir é a primeira convidada da série #EntrevistasPelaDiversidade. Na conversa com Vozes Pela Diversidade, Tesser afirma que a organização trabalha com setores feministas para “desmistificar o preconceito sobre as mulheres católicas e evangélicas”. Para ela, é fundamental discutir direitos das mulheres dentro das igrejas. Clique aqui para ler a entrevista completa.

Homens ganham quase 30% a mais que as mulheres

Na semana passada, apresentamos dados de 2018 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada peIo IBGE, sobre pessoas negras e mercado de trabalho. Ontem, dia 06, o instituto divulgou dados de 2019, que estão resumidos abaixo. A pesquisa só comprova as desigualdades históricas do Brasil:

  • Os homens tiveram rendimento médio mensal 28,7% superior ao das mulheres. Enquanto eles receberam R$ 2.555, acima da média nacional (R$ 2.308), elas ganharam R$ 1.985.
  • O salário das pessoas brancas (R$ 2.999) foi maior do que o pago a pardos (R$ 1.719) e pretos (R$ 1.673).
  • Brancos tiveram rendimentos 29,9% superiores à média nacional (R$ 2.308), enquanto os pardos e pretos receberam rendimentos 25,5% e 27,5%, respectivamente, inferiores à média nacional
  • Trabalhadores com ensino superior completo ganharam, em média, R$ 5.108 — renda três vezes maior que a daqueles que tinham somente o ensino médio completo e cerca de seis vezes o rendimento dos trabalhadores sem instrução.
  • Profissionais do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul receberam R$ 2.572, R$ 2.480 e R$ 2.428, no Norte e Nordeste ganharam 1.687 e R$ 1.588, respectivamente. A diferença chega a 61,9% entre Sudeste e Nordeste.
  • E em época de coronavírus: um em cada três domicílios não tinha ligação com rede de esgoto em 2019.

Doação de sangue no STF

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votou contra a manutenção de portaria do Ministério da Saúde que estabelece restrições para doação de sangue por homens gays e bissexuais.

Iniciado em 2017, o julgamento da ADI 5543 voltou ao STF no dia primeiro de maio, quando o ministro Gilmar Mendes, sexto a votar, se mostrou contra as normas do Ministério da Saúde, formando, assim, maioria. Os ministros têm até dia oito para votar ou mudar o voto.

Em seu voto, Mendes afirmou: “a orientação sexual e afetiva há de ser considerada como o exercício de uma liberdade fundamental, de livre desenvolvimento da personalidade do indivíduo, a qual deve ser protegida, livre de preconceito ou de qualquer outra forma de discriminação”.

O assunto voltou a ser discutido na sociedade brasileira por causa da pandemia de coronavírus, que tem deixado os estoques dos hemocentros baixos. Diversos países do mundo flexibilizaram as regras para doação de sangue.

Atualmente, homens que fazem sexo com homens só podem doar sangue se ficarem 12 meses sem relação sexual. Organizações LGBT+ classificam a medida com discriminatória, valendo-se do argumento que a homossexualidade não é doença.

Para ler, ouvir e assistir

Café da manhã, podcast diário da Folha de S.Paulo, discute como as desigualdades na educação se potencializam com o ensino à distância, adotado pelo país por causa da pandemia.

Revista Raça entrevista Jaqueline Góes de Jesus, líder do grupo de cientistas brasileiros que desvendaram o sequenciamento do novo coronavírus.

Agência Pública mostra o Morro do Turano, uma das maiores favelas da zona norte do Rio, sob a lente de Fabrício Mota e relato de Carla Regina, estudante de jornalismo e moradora da favela.

#DiálogosEntreNós nesta quinta-feira, às 19h30, com o tema ‘Diáspora Negra e Ancestralidade na América Latina’, com Danielle Almeida, cientista da educação e especialista em relações raciais na América Latina, no Instagram de Guilherme Gobato.

Para participar

Se você ainda é do time que não cansou das lives, um site reúne todas. Confira a agenda neste link.

Vozes Pela Ciência

Conheça a história de Enedina Marques, primeira engenheira negra do Brasil e primeira mulher do Paraná a ter diploma de ensino superior.

Com atividades transmitidas pelas redes sociais ao longo do dia, entidades científicas do Brasil realizam hoje, dia sete, a Marcha Virtual pela Ciência. Pesquisadoras e pesquisadores de diferentes áreas podem se engajar na movimentação, que busca defender a pesquisa no país, utilizando #paCTopelavida e #FiqueEmCasacomaCiência.

Observatório do CEMI — COVID 19: continuamos com os relatos que mostram os impactos da pandemia do novo coronavírus pelo mundo. A partir de agora, você pode ler os textos no site do Centro de Estudos de Migrações Internacionais da Unicamp.

Observatório nº 21: Kuendelea na maisha [tocar a vida em frente] e o imperativo da fé na Tanzânia (Aline C. Rabelo).

Observatório nº 22: Os imigrantes de ontem são os enfermeiros de agora: Brexit e Covid-19 (Júlio D’ Angelo Davies).

Observatório nº 23: A cacana e o corona: sobre estratégias frente ao Covid-19 na terra dos chopes (Sara S. Morais).

Observatório nº 24: São Paulo, 35º dia de quarentena (David Reichhardt).

Observatório nº 25: Em Angola, o estado de emergência é uma constante (Jaqueline Santos).

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