Dia de treinamento — Antoine Fuqua
Da série: Arte Negra Importa
Um policial novato na área de narcóticos, Jake Hoyt, é levado pelo experiente Detetive, Alonzo, para um dia treinamento na violenta Los Angeles.
O filme abraça toda a estética herdada da nova Hollywood dos anos 70, com sexo, drogas e violência, através de uma visão bem clássica.
O roteiro estabelece a tensão entre dois pontos de vista logo em seu início, a rivalidade e a carência emocional dos dois protagonistas, digamos assim, estão em jogo a cada cena, o que deixa o filme dinâmico e com um arco dramático conciso, claro e envolvente.
Aqui fica claro também como os filmes de gangues influenciaram o cinema dos anos 2000. Mesmo que de uma perspectiva de fora, com o olhar do policial novato (e branco) conduzindo a narrativa, a realidade do gueto é examinada com cuidado e, de certa forma, com afeto.
A direção tem um olhar sempre em foco, sempre próximo dos dois personagens principais ou dos obstáculos entre eles, mas nem por isso a câmera deixa de se movimentar quando necessário, deixando a narrativa tanto pessoal quanto fluida.
No final, com o uso da coincidência e do acaso, recurso super tradicional e Hollywoodiano, o filme passa a mensagem da ética e moral como bem absoluto. Mas nem por isso, essa vitória é celebrada.