Dia de treinamento — Antoine Fuqua

Hudson Araujo
vulgo H.A.S opina
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2 min readAug 12, 2021

Da série: Arte Negra Importa

Um policial novato na área de narcóticos, Jake Hoyt, é levado pelo experiente Detetive, Alonzo, para um dia treinamento na violenta Los Angeles.

O filme abraça toda a estética herdada da nova Hollywood dos anos 70, com sexo, drogas e violência, através de uma visão bem clássica.

O roteiro estabelece a tensão entre dois pontos de vista logo em seu início, a rivalidade e a carência emocional dos dois protagonistas, digamos assim, estão em jogo a cada cena, o que deixa o filme dinâmico e com um arco dramático conciso, claro e envolvente.

Aqui fica claro também como os filmes de gangues influenciaram o cinema dos anos 2000. Mesmo que de uma perspectiva de fora, com o olhar do policial novato (e branco) conduzindo a narrativa, a realidade do gueto é examinada com cuidado e, de certa forma, com afeto.

A direção tem um olhar sempre em foco, sempre próximo dos dois personagens principais ou dos obstáculos entre eles, mas nem por isso a câmera deixa de se movimentar quando necessário, deixando a narrativa tanto pessoal quanto fluida.

No final, com o uso da coincidência e do acaso, recurso super tradicional e Hollywoodiano, o filme passa a mensagem da ética e moral como bem absoluto. Mas nem por isso, essa vitória é celebrada.

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Hudson Araujo
vulgo H.A.S opina

Estudante de Letras, (inglês português), Redator, Escritor e outras coisas mais.