O desencaixado João
Para João, a vida é orientada pela prática e novas experiências.
Não gosta de explicações antecipadas,
prefere saber por ele mesmo qual será a consequência.
Avesso ao status quo desde criança,
em vez de “Preparar, apontar, fogo”,
João sempre saiu atirando enquanto preparava e melhorava a pontaria.
Marcado por suas empreitadas, João é um ser interessante.
Tem sempre algo novo para compartilhar,
é exímio em “como não fazer”, empreender e fracassar.
Embora valorizado pelas organizações,
João não se encaixa.
Ao contrário, cada vez mais se desencaixa.
Todos veem potencial,
o chefe quer trazer pra perto,
investir e fazer dar certo.
Mas com uma condição,
João tem que ser mais profissional,
planejar, comprovar e garantir que não vai errar.
O João criança grande,
admirado por representar o novo,
mas não tolerado por ter a geometria diferente da vigente terá que se adequar?
A abordagem não convencional do João é também uma das principais formas de aprendizado durante os primeiros anos da infância. Primeiro a criança queima a mão no fogão e só depois do incidente é que é munida com a teoria sobre o fogo e o significado de queimar. Os pais preocupados se antecipam em explicar, mas como é que se experiencia o “queimar”?
É assim que o João, que não é mais uma criança, exercita a sua criatividade e visão de mundo: Primeiro experimenta e depois se orienta.
Há quem discorde e há quem concorde, mas a opinião não mudará a essência do João. O que fazer? Empoderar sem aprisionar ou colocar outro no lugar que seja bom em concordar?