O desejo por plenitude que controla nossas ações

Existe um sentimento de insuficiência nas nossas vidas.

Isabela Silva
wabi-sabi
3 min readMar 14, 2018

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Por Leo Babauta

Existe um sentimento de insuficiência nas nossas vidas.

E o sentimos desde nossa adolescência, no mínimo, se não desde a primeira infância — é o sentimento de que algo está errado com a gente, que tem alguma coisa faltando, ou que estamos perdendo algo no mundo lá fora.

É um sentimento de desconexão ou solidão, um sentimento de que não nos encaixamos. O sentimento de passar pelo mundo sozinho, incompleto, sem intimidade com os outros, sem um senso de propósito no que fazemos.

Ansiamos esse sentimento de conexão e intimidade com outros, e o buscamos nas redes sociais, mas isso anda em falta em todos os lugares (principalmente nas redes sociais). Nós leva a usar aplicativos de encontros para encontrar o alguém perfeito, mas ter “encontros” não traz intimidade. E essa ânsia nos leva a ver as fotos do que pessoas estão fazendo, ler sobre suas aventuras, e sentir que nós não estamos fazendo nada significativo.

Acordamos e imediatamente começamos a nos destrair, buscando algo interessante, animador, qualquer tipo de choque de dopamina. Procuramos o conveniente ao invés do difícil, o rápido e fácil ao invés do trabalhoso e significativo.

Não damos a nós mesmos um momento livre ou silencioso, preenchendo todos pedacinhos com vídeos, músicas, podcasts, áudio livros, pequenas leituras online, notícias, redes sociais, tarefas rápidas, mensagens.

Tentamos preencher esse vazio com consumismo. Comprar nos dá instantâneamente um sentimento de satisfação. Não uma satisfação duradoura, mas um “boom de animação”. Mas isso não satisfaz essa vazio, e o prazer se dissipa alguns minutos após abrirmos o pacote que chegou no dia anterior.

Tentamos preencher com comida, com TV, com compras em lojas famosas … mas nenhuma dessas coisas traz uma satisfação duradoura.

Tudo isso guiado pelo nosso senso de que “está faltando algo”, nossa ânsia por completude. Um desejo que nós nunca permitimos realmente sentir, que nunca encaramos de peito aberto. Está sempre lá, desconhecido, escondido.

A tragédia é que se pudéssemos parar, por um breve momento apenas, e nos permitir sentir o desconforto dessa desconexão … poderíamos encontrar a plenitude.

A plenitude de estar completamente OK, não importando onde estamos ou o que fazemos. De ser absurdamente apaixonado com a sua própria experiência, de não precisar de nada além do que já possui.

Vejamos como:

  1. Pare, fique parado e em silêncio um pouco. Deixe todas as distrações de lado, não atenda o desejo de fazer ou se entreter.
  2. Sinta o desconforto da sua existência. Sinta a incerteza de quem você é e do que deveria estar fazendo e o que traz o seu significado para o mundo. Se permita sentir isso por completo, esteja presente junto com esse sentimento.
  3. Perceba a bondade existente no seu coração. É um coração gentil, que pode ser carinhoso e não quer ser machucado, que ama e quer ser amado de volta. Ele está sempre presente.
  4. Conecte-se com um sentimento de completude não apenas em você, mas em tudo. Em toda sua volta. É caótico mas é a vida, é imperfeito mas é profundamente incrível. Amplie sua consciência para tudo que está a sua volta, e perceba como você é parte disso, interconectado com tudo. Sua plenitude está na conexão com tudo a sua volta. Permita-se começar a sentir isso, e confiar nesse sentimento.

Você pode trazer essa consciência para esse sentimento de plenitude em tudo (incluindo você mesmo). Você pode relaxar nessa sensação, pode aprender a confiar nela.

Não é fora de nós, nos nossos celulares ou online, em livros ou no que todo mundo está fazendo, na TV ou na comida, ou em compras e coisas do gênero, que encontraremos plenitude. É em tudo isso e muito mais, contudo não precisamos procurar qualquer uma delas para recuperar esse incrível, amável, maravilhoso sentimento de plenitude. E você pode senti-lo várias e várias vezes.

Você consegue encontrar o texto original aqui.

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Isabela Silva
wabi-sabi

Escrevo (e falo) sobre Recursos Humanos, Amor próprio, autoestima e algumas coisinhas mais 🤷🏻‍♀️