Apostando no futuro dos robôs, Pluginbot conecta todos eles

Wayra Brasil
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3 min readMay 27, 2019
Foto: Divulgação Pluginbot

Já tem um tempo que robôs deixaram de ser assunto para entusiastas de ficção científica e tornaram-se parte essencial da estratégia de negócios de qualquer empresa. Quem compartilha desta visão é a equipe da Pluginbot, uma plataforma para gestão de robôs.

“Acreditamos que, até 2025, todas as casas e empresas terão ao menos um robô em casa. Serão os novos computadores”, comenta Alvaro Manzione, cofundador da empresa.

Por robôs, Manzione está falando desde máquinas físicas (com formato humanoide ou não) até a tablets e chatbots. Desde que tenha inteligência artificial e poder de tomar ações de forma autônoma, um robô precisa de gestão.

Em um mundo cada vez mais habitado por diferentes robôs, conectá-los e gerenciá-los é um desafio que cresce exponencialmente. Só na Pluginbot, por exemplo, é possível conectar-se a mais de 300 modelos diferentes. Por isso, a empresa aposta em uma plataforma para administrá-los. Ela funciona em quatro camadas:

  • Dashboard — Plataforma onde consegue ter os principais insights dos robôs;
  • Geolocoalização — Interface na qual o cliente consegue gerenciar a localização física todos seus robôs;
  • Plugins — Onde consegue conectar diferentes dispositivos e sistemas de inteligência artificial;
  • Botpedia — Base para gerenciar e editar as bases de conhecimento das máquinas.

Com essas quatro camadas, a plataforma mira em setores desde o varejo até a hotelaria. Ela permite, por exemplo, conectar a robôs específicos para programar suas ações — como ações de checkout, atendimento de clientes, redirecionamento de suporte ou serviços de concierge.

A plataforma da Pluginbot ainda permite centralizar processo de gestão, como a administração de temperatura em um ambiente, intensidade de luz e controle de umidade. Também dá para oferecer serviços de atendimento completo, controlando assistentes de voz, personalizando chatbots ou ainda criando bases de service desk.

Tudo isso, é claro, gerando dados para o cliente transformar em insights e aprimorar a experiência entre os robôs e as pessoas.

Um futuro artificial

A Pluginbot nasceu quando, em 2015, Manzione enfrentou o desafio de integrar a plataforma de inteligência artificial da IBM, o Watson, ao NAO, um robô humanoide desenvolvido pela francesa Aldebaran Robots e que hoje pertence à SoftBank. “Fomos a primeira empresa da América Latina a fazer essa integração e isso nos ajudou a ver as possibilidades de colocar inteligência artificial em bots físicos”, comenta.

Inclusive, a visão da Pluginbot de apostar não só em inteligência artificial, mas robôs físicos, é um tanto interessante. Segundo Manzione, remete ao conceito de “Fisital” — um híbrido entre físico e digital. Para ele, o Fisital é a evolução de omnichannel, uma vez que não basta reconhecer todos os canais digitais com os quais você precisa interagir com seu cliente, mas também é necessário levar em conta as interações físicas que ele terá com a tecnologia.

Por isso tudo, as apostas da Pluginbot no momento se concentram em quatro setores: varejo, segurança, hospitalidade e saúde. No varejo, eles vislumbram robôs fazendo atendimento e captando mais dados dos clientes; na segurança, aproveitam a tecnologia para reconhecer objetos e otimizar a vigilância de um espaço; em hospitalidade, pensam em robôs como verdadeiros concierges; enquanto no campo da saúde os bots podem colaborar com dados e manipulação de precisão.

Para esse futuro cada vez mais robótico, no entanto, os fundadores da Pluginbot investem na ideia de “voice first” — a interação mediada principalmente por voz, como acontece com os assistentes virtuais, como Alexa, Google Assistant, Siri e Cortana. “O homem interagirá cada vez mais com as máquinas por meio da voz. Por isso, todo o nosso design hoje é pensando em derrubar essa barreira cognitiva e aproximar robôs de pessoas pela voz”, comenta Manzione.

Mas, um futuro tão robótico não ameaça nossos empregos? “Os robôs estão vindo para ajudar os humanos. Depois, eles gerarão novos empregos. Não acredito na substituição. Sempre serão necessárias pessoas para criar e administrar essas novas tecnologias”, diz Manzione. Sua crença tem base: relatório do Fórum Econômico Mundial afirma que até 2025 os bots farão mais trabalhos do que os humanos. Isso não significa, no entanto, menos trabalhos. Pelo contrário: a organização prevê que, enquanto as máquinas eliminarão 75 milhões de vagas, criarão demanda para outros 133 milhões.

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