Brasil é líder em iniciativas de corporate venturing na América Latina

Wayra Brasil
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3 min readMar 16, 2020
País concentra 38% do volume dessas atividades na região e também lidera em todos os estágios de aporte de venture capital, com 73% dos dólares investidos

Iniciativas de Corporate Venturing estão em alta na América Latina. Dados do estudo Corporate Venturing LATAM 2020, desenvolvido pelo IESE Business School em parceria com a Wayra, mostram que os investimentos de venture capital em startups da região quadruplicaram entre os anos de 2016 e 2018, alcançando a marca de 2 bilhões de dólares. O Brasil é um dos líderes da captação de investimentos em startups latinas em todos os estágios, atraindo 73% do investimento em dólares. Somente entre 2011 e 2018, o país angariou 56% do volume total de investimentos de venture capital na região. No ano seguinte, 115 startups brasileiras arremataram juntas um total de 7,4 bilhões de reais advindos de fundos de capital de risco, entre aportes de venture capital e private equity.

“Com o mercado amadurecendo e empreendedores cada vez mais preparados, existe um mercado local grande o suficiente para comportar startups de tamanho e crescimento exponencial, isso atrai capital e faz a roda girar ainda mais rápido. Iniciativas de corporate venturing como a Wayra têm colaborado também para conectar essas empresas com grandes corporações e facilitar ainda mais o escalamento”, comenta Renato Valente, diretor de inovação aberta da Telefónica e country manager da Wayra no Brasil.

Junto com o boom dos investimentos de Venture Capital, que cresceram mais de 200% na América Latina entre 2015 e 2018, a região também experimentou um aumento das iniciativas de corporate venturing de forma geral, especialmente vindas de empresas de grande porte. Consideradas uma forma de conectar empresas estabelecidas e startups inovadoras, as iniciativas de corporate venturing ajudam a alavancar a adoção de inovações por corporações renomadas como Petrobrás, Bimbo, Merck, Falabella, Itaú e YPF, que por meio dos processos de inovação aberta conseguem impulsionar ideias externas e avançar coletivamente os processos tecnológicos dos seus setores. Nesse contexto, o Brasil é o líder latino, concentrando 38% das iniciativas de corporate venturing na região.

De acordo com o estudo da Wayra e IESE, existem hoje mais de 460 iniciativas latinas de corporate venturing, lideradas por 184 empresas de 19 cidades, que realizam desafios de inovação aberta, descobrem, incubam, aceleram ou adquirem startups, promovem espaços de coworking, estão envolvidas em capital de risco corporativo ou são venture builders. O Brasil se destaca como 172 dessas iniciativas, capitaneadas por 66 empresas, posicionando-se como um líder de Corporate Venturing regional.

Maturidade das corporações faz ecossistema empreendedor decolar

Atuar com Corporate Venturing não é exclusividade de grandes companhias, mas o estudo mostra que empresas com receitas superiores a 25 bilhões de dólares estão adotando o corporate venturing em maior medida do que aquelas cujas receitas oscilam entre 4 e 25 bilhões de dólares.

Ainda que boa parte das iniciativas se concentre em campos como serviços financeiros, tecnologia da informação, consultoria de negócios e telecomunicações, ainda há muito espaço para crescimento. Segundo o relatório, apenas 16% das maiores empresas latinas têm algum mecanismo formal de corporate venturing. Para efeitos de comparação, dentre as empresas listadas na Fortune 100, que engloba as mais importantes empresas dos EUA, 75% delas possuem investem ativamente em startups por meio de corporate venture capital, um dos mecanismos de corporate venturing.

O material completo do Corporate Venturing LATAM 2020 pode ser obtido na íntegra (em inglês) no site IESE Insight.

O estudo Corporate Venturing LATAM 2020 foi conduzido pela IESE Business School em parceria com a Wayra, com apoio da Corporación de Fomento de la Producción (CORFO), agência governamental chilena de fomento à produção. Foram analisadas mais de 92 mil subsidiárias latino-americanas e entrevistados 133 diretores e líderes de inovação de empresas da região.

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