Contratação de nômades digitais pode ser oportunidade para times que buscam profissionais com alta capacidade de entrega e pensamento global
Trabalhar de qualquer lugar do planeta parecia um sonho distante, algo que “só os jovens conseguem” ou um “plano para o futuro”. Até que, com o distanciamento social imposto pela pandemia, profissionais e empresas de todos os tipos e portes experimentaram novas formas digitais e assíncronas de colaboração.
É como se, de maneira inesperada, todos pudessem ter a chance de experimentar um pouquinho da rotina dos nômades digitais, expressão que se refere aos profissionais que trabalham remotamente enquanto têm a experiência de viver em diversos locais do mundo.
A princípio, este estilo de vida esteve associado aos jovens que buscavam um maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. No entanto, mesmo com as viagens internacionais em suspenso por conta da pandemia, a contratação remota se tornou mais palatável para um número muito maior de empresas, o que pode ter relação com o salto no número de nômades digitais nos EUA, que saíram dos 7,3 milhões em 2019 para alcançar quase 11 milhões de profissionais em 2020.
Além de permitir que estes profissionais tenham uma vida mais equilibrada em termos de desejos pessoais e carreira, a contratação de nômades digitais também traz benefícios para os contratantes. “Eles são mais abertos ao novo, porque a experimentação já é um valor que trazem no dia a dia. Eles são inovadores e early adopters, porque o estilo de vida que adotaram já é um estímulo para pensar fora da caixa, com maior tolerância ao risco”, contextualiza Juan Bernabó, profissional catalizador de transformações junto a empresas e startups, que desde fevereiro tem também se tornou um nômade digital.
Bernabó também destaca a alta capacidade de entrega destes profissionais, o que pode ser interessante para quem busca resultados rápidos. “Estes profissionais tendem a ser mais focados durante o período de trabalho, exatamente porque querem liberar o dia para ter outras experiências nos locais por onde passam”, atesta.
Quem se dispõe a contratar nômades digitais também abre a oportunidade de refinar ainda mais a qualidade do seu time. Segundo estimativas, os profissionais nômades tendem a ser altamente qualificados, com elevado nível educacional, ampla compreensão cultural e ótimas habilidades no ambiente digital. E, em geral, estão bem satisfeitos com seu trabalho e a renda conquistada, mantendo-se mais comprometidos com treinamentos continuados.
Expandindo o time para além das fronteiras geográficas
Deu para perceber que trazer um profissional nômade digital pode ser incrível para o seu time? As equipes de RH também identificaram essa oportunidade e têm se preparado para recebê-los, criando políticas especialmente voltadas para contratar este perfil profissional.
Isso porque, por mais que a alta capacidade de comunicação, amplitude cultural, perfil inovador e veloz nas entregas sejam interessantes para muitos dos times que buscam escalar, é preciso estar atento a alguns desafios deste modelo de trabalho remoto e sem localização exata.
Especialistas no assunto apontam como pontos de atenção os fusos horários em que os profissionais nômades poderão realizar os trabalhos de forma síncrona, o estabelecimento de um sistema de compensação que não precise considerar a localidade de trabalho e a garantia da segurança do acesso remoto dos profissionais, que podem eventualmente trabalhar a partir de locais que colocam em risco o compliance das empresas.
Ainda assim, ao equilibrar riscos e vantagens, muitas empresas estão aproveitando a oportunidade para elevar a qualidade dos profissionais dos seus times, aumentando também a diversidade das equipes, como acontece em algumas das investidas da Wayra.
Na VOLL, por exemplo, mais da metade do time vem de fora de Belo Horizonte, onde fica a sede da startup. “Começamos isso na pandemia e um dos benefícios foi de fato abrir fronteiras, não ficar limitados só na localização da nossa sede”, explica Jordana Souza, co-fundadora e CRO da startup de mobilidade corporativa que conta hoje com colaboradores em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e de alguns estados do Nordeste. As contratações remotas, ainda que desafiadoras em um primeiro momento, ajudaram a VOLL a estabelecer processos para continuar produtiva também com times que não se encontram ao vivo e à cores. “Foi algo super vantajoso, no meu ponto de vista, e não tivemos nenhum problema com queda de produtividade ou entrega de resultados”, comemora Souza.
Contratar remotamente também foi uma solução para Monkey Exchange, fintech de antecipação de recebíveis, que hoje tem um terço do seu time de desenvolvimento atuando fora da capital paulista, e para a Conube, que passou a empregar parte do pessoal de tecnologia de maneira remota. “Isso expandiu nossos horizontes e até gerou uma redução de custo”, celebra Anderson Feitosa, CEO da startup de contabilidade online.
Outras startups veem a tendência de contratação remota como uma chance de também concorrer no mercado pelos melhores profissionais não só do Brasil, mas também do mundo todo. “Para empresas que estão em franco crescimento, poder contratar os melhores talentos onde quer que eles estejam é muito importante, até para garantir a diversidade de talentos que produzem um produto global como o nosso”, aponta Maria Tamellini, COO e co-fundadora da GamerSafer. “Vemos o potencial de ter times não apenas na América Latina e Estados Unidos, mas também na Europa, com potencial de expandir também para outras regiões, como a Ásia”, promete a co-fundadora da startup de cybersec.
Essa expansão regional e até internacional dos times é crucial especialmente para funções mais disputadas no mercado ou que lidam com déficit de profissionais qualificados, explica Bernabó. “Por se verem como cidadãos do mundo, os profissionais com perfil nômade estão mais abertos à oportunidades em qualquer local do planeta, o que ajuda as empresas a desfazerem gargalos de contratação de talentos que possam existir em determinadas regiões”, analisa.
O segredo para as empresas e startups que quiserem aproveitar essa tendência é se dedicar a encontrar formas de equilibrar os benefícios e os desafios dos modelos de contratação remota, orquestrando times globais que poderão pensar e questionar com um viés cada vez mais provocador e um olhar mais global.
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