Empreendedorismo feminino

Wayra Brasil
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4 min readJun 15, 2018

empresas lideradas por mulheres têm melhores resultados, mas são minorias

Camilla Lopes, Mediação Online

Ter mulheres em uma startup (principalmente em cargos de gerência) é saudável e aumenta as chances de resultados positivos para qualquer negócio. Por outro lado, o mercado segue de ouvidos tapados e com pouco espaço para elas em negócios tecnológicos. É o que sugerem números de diversas pesquisas tanto no Brasil quanto no mundo.

Durante o ano de 2017, apenas 17% das startups americanas tinham uma fundadora. O número é da Crunchbase, uma das maiores bases de dados sobre startups do mundo. Gerida pelo site de tecnologia Techcrunch, ela apresenta o mesmo índice desde 2012.

Na lista das 500 maiores empresas dos Estados Unidos, criada pela revista Fortune, apenas 21 (4,2%) têm CEOs mulheres.

No Brasil, os dados não são muito melhores. Em 2016, apenas 16% das empresas eram comandadas por mulheres aqui. O dado, de uma pesquisa da Women in Business, realizada pela Grant Thorton, mostra, ao menos, que as coisas estão melhorando no país, uma vez que em 2015 o índice era de 11%. Mais do que isso, o Brasil está à frente da média global, que é de 12%.

Nem mesmo em empresas que buscam inovação a situação é equilibrada. Pesquisa da Associação Brasileira de Startups mostra, por exemplo, que 40% das startups brasileiras não têm uma mulher sequer na equipe.

O paradoxo da falta de diversidade

Na contramão dos dados em relação à falta de diversidade, há os números que mostram que, quanto mais mulheres, tanto na equipe quanto na liderança, maiores são as chances de a empresa performar bem.

É difícil uma mulher conseguir espaço na diretoria de uma empresa de tecnologia. Mas quando ela consegue, os resultados são ótimos.

O banco escandinavo Nordea, por exemplo, analisou 11 mil empresas no mundo e chegou a uma conclusão clara: empresas com uma mulher CEO ou responsável pelo conselho de diretores tem resultados muito melhores do que as geridas apenas por homens.

Enquanto as empresas lideradas por homens traziam, desde 2009, retornos anuais médios de 11%; as geridas por mulheres traziam retornos de 25%. Se você pretende investir em empresas de capital aberto, inclusive, fica a dica.

Apesar disso, apenas 400 das 11 mil empresas de capital aberto estudadas tinham uma mulher à frente.

Outra pesquisa, da TINYPulse, mostra que startups fundadas por mulheres têm mais chances de crescer rapidamente. De acordo com o estudo, é 75% mais provável que uma empresa que cresça 200% ao ano seja fundada por uma mulher do que por um homem.

Mais um estudo, do Peterson Institute for International Economics, que avaliou 22 mil empresas de capital aberto em 91 países, sugere que, empresas com mais mulheres no conselho administrativo ou em posições executivas, tendem a ter melhores resultados econômicos. Estima-se que, companhias que aumentam em 30% a presença de líderes mulheres tendem a ter 15% de crescimento no lucro.

E ainda tem gente que acha que as mulheres são menos capacitadas ou qualificadas que os homens… Porém, contra dados não há argumento, afinal números não faltam.

Como a Telefônica Open Future busca mudar a situação

Estudos do Telefônica Open Future, braço de inovação da Telefônica, revelam dados semelhantes ao das pesquisas citadas. Uma análise de 785 startups que integram o programa também mostra, com clareza, que empresas mais diversas têm melhores resultados.

Enquanto a taxa de falência de empresas na carteira global do programa é de 28%, entre as que tem líderes mulheres o índice cai para 14%.

Ao mesmo tempo, apenas 12% das startups analisadas tinham uma fundadora ou CEO mulher. Se levarmos em consideração a presença de mulheres em algum cargo executivo, a presença feminina salta para apenas 20%.

No entanto, o programa investe, cada vez mais, em mulheres. Até outubro de 2017 foram 56,8 milhões de euros em startups lideradas por mulheres — 35% do total aportado.

A região que mais cresce em investimentos em empreendedorismo feminino é justamente a América Latina: foi de 2 milhões de euros em 2016 para 14,5 milhões em 2017.

Veja mais dados no infográfico abaixo:

O Telefônica Open Future está ativamente procurando por startups fundadas por mulheres e está disposto a investir nelas. Para atrair mais negócios capitaneados por elas, desenvolve iniciativas como o evento Women’s Age, que reúne mulheres para discutir empreendedorismo feminino. Se você é mulher, tem uma startup ou faz parte da diretoria de uma, nos procure. Podemos te apoiar.

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