Fintechs trazem eficiência e economia para empresas de pequeno porte

Wayra Brasil
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3 min readSep 10, 2020

Os números recentes de queda do PIB brasileiro apenas evidenciam a crise econômica que muitas empresas já têm vivido na prática. O aperto financeiro acontece de forma especialmente forte no segmento das pequenas e médias empresas (PMEs), que somam mais de 17 milhões de CNPJs no Brasil (dados do SEBRAE, 2020) e representam mais de 99% das empresas nacionais (dados do BID, 2018). Sua importância é tamanha que governos e bancos rapidamente apresentaram linhas de créditos especiais para empresas de pequeno porte, que também receberam a chance de flexibilizar o pagamento de impostos e a contratação de pessoal. Além dessas opções mais tradicionais, muitas PMEs têm encontrado nas startups da área financeira, chamadas de fintechs, uma oportunidade de trazer mais eficiência e economia para os seus negócios, o que é especialmente bem-vindo em um momento tão turbulento.

Mais eficiência e economia

Dada a sua natureza digital, é comum que as fintechs tenham processos muito mais eficientes e, por isso, mais acessíveis economicamente, o que as torna bastante competitivas no mercado. Tanto é que a fintech de contabilidade Conube, investida da Wayra, viu o número de PMEs que migraram de escritórios de contabilidade tradicionais para a sua plataforma aumentar durante os meses de pandemia. “Esse movimento aconteceu especialmente porque esse público de pequenos e médios negócios buscava uma economia de custos, e encontrou na Conube valores mais acessíveis, sem perder a qualidade técnica no serviço contábil e ainda ganhando mais praticidade para acompanhar a gestão da empresa de forma digital”, explica Anderson Feitosa, CEO da startup.

Inicialmente focada em PMEs com atividades de serviço (como pequenas e médias empresas de desenvolvimento, arquitetura, psicologia, fisioterapia, entre outras), agora a Conube expandiu sua atuação para as atividades de comércio, levando as vantagens da contabilidade online para bares e restaurantes de pequeno e médio porte. “Estamos empolgados com essa oportunidade de ampliar esse atendimento, impactando também uma parte do setor de comércio e levando toda essa praticidade e preço acessível para que as PMEs possam continuar atuando nesse momento mais desafiador da economia”, complementa Feitosa.

Flexibilidade e personalização

Além de buscar mais agilidade e menores custos, muitas PMEs também estão enfrentando dificuldades na obtenção de empréstimos, especialmente em um momento tão crítico. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE FGV) mostrou que mais de 60% das empresas que tentaram crédito e não conseguiram durante a pandemia eram de pequeno porte. Ao observar essa necessidade, a fintech Monkey Exchance, especializada na antecipação de recebíveis, ampliou seu escopo de atuação para atender também pequenas e médias empresas, antecipando pagamentos de cartão de crédito. “Esse é um pedido antigo dos nossos clientes, porque é uma antecipação que apoia as operações do dia a dia das companhias”, explica Gustavo Muller, CEO da startup. Na comparação com os empréstimos convencionais, a antecipação de recebíveis pode ser não apenas mais veloz, mas também econômica para as PMEs, já que a taxa cobrada pela antecipação é 30% menor do que a de um empréstimo convencional.

A expectativa da Monkey Exchange, que também faz parte do portfólio da Wayra, é antecipar cerca de R$ 200 milhões para lojistas nos próximos meses, podendo chegar até R$ 1 bilhão em antecipação de recebíveis para as empresas de pequeno porte, que estão ansiosas pela injeção de caixa. “Essa é uma forma de apoiarmos as PMEs, que estão sendo especialmente impactadas nesse momento de pandemia de COVID-19”, reforça Muller.

A colaboração e a parceria entre as PMEs e as fintechs pode ser uma importante alavanca para o sucesso, ainda mais em tempos tão bicudos. De um lado, as PMEs ganham oportunidades inéditas de superar os solavancos da economia. De outro, as startups ganham o potencial de escalar seus serviços atendendo um novo e vasto público de pequenos e médios empreendedores. Juntas, startups e PMEs podem influenciar números mais positivos do PIB nos anos por vir.

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