Green startups vem aí: saiba por que empreendedores que pensam em soluções sustentáveis e limpas estão em alta

Wayra Brasil
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5 min readJun 2, 2023

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Depois do sucesso das fintechs, health techs e ed techs, estão surgindo no horizonte empreendedor as green startups, iniciativas empreendedoras que apostam nas chamadas “green tech” ou “clean tech”, tecnologias limpas e sustentáveis.

Essa tendência, bastante alinhada às práticas de ESG que estão sendo fomentadas no mundo todo, aponta para um empreendedorismo ainda mais comprometido e preocupado com o meio ambiente e o combate à crise climática.

São empresas que estão dedicadas ao desenvolvimento de tecnologias que prometem melhorar nossa vida e também reduzir o impacto que a humanidade traz para o planeta, seja por meio da eficiência energética, da redução do desperdício, do fomento de uma agricultura sustentável, entre outros cuidados com a emergência climática e a sustentabilidade do nosso planeta.

A médio e longo prazo, o principal objetivo das green startups é criar produtos e serviços que sejam benéficos tanto para os consumidores quanto para os negócios e para o meio ambiente. Um desafio e tanto, mas que cada vez encontra mais interesse dos VCs e CVCs do mundo todo.

Por que os investidores estão de olho nas “green startups”?

A necessidade de abraçar tecnologias mais verdes, limpas e sustentáveis está ficando cada vez mais aparente. Os problemas causados pelas mudanças climáticas deixaram de ser uma “crise” para se tornar uma “emergência”, o que aponta o caráter da urgência de conseguirmos como civilização lidar com a situação: não podemos esperar muito mais para começar a agir.

Por isso, governos do mundo todo e investidores dos mais diversos portes estão pressionando pelo desenvolvimento de soluções sustentáveis, que consigam minimizar o impacto negativo que a humanidade traz para o nosso planeta. Desde março de de 2021, quando a União Europeia aprovou uma série de medidas mais rigorosas e ambiciosas para as práticas associadas ao cuidado ambiental, social e de governança, empresas multinacionais e investidores do mundo todo passaram a dar ainda mais atenção a essa temática.

Para além de serem reconhecidas como capazes de lidar com um problema latente e urgente, as green techs são vistas também como grandes oportunidades para o futuro, atraindo o olhar (e os aportes) dos investidores pelo potencial de resolverem um dos principais desafios do mundo atual ao mesmo tempo que criam oportunidades de negócio rentáveis.

“Green startups são muito promissoras como vetores de inovação, além de oferecerem uma interessante opção de investimento para VCs e CVCs, já que além de causarem um impacto positivo no mundo, também ajudam a melhorar os índices e métricas de ESG das companhias”, frisa Wana Schulze, Head de Investimentos & Portfólio da Wayra Brasil e do Vivo Ventures.

Startups que melhoram consumo de energia, reduzem desperdício e a pegada de carbono

Ainda que a expressão green techs seja recente, a preocupação dos empreendedores com a sustentabilidade não acontece agora, e por isso existem já uma série de green startups no mercado.

Algumas focam no desenvolvimento de soluções relacionadas à energias renováveis, como a energia solar, eólica e hidrelétrica, como é o caso da Inspire, ou no uso mais eficiente da energia, por meio da criação de termostatos e sistemas de iluminação inteligente, setor no qual o painel de eletricidade inteligente da Span é um interessante exemplo.

Painéis eletrônicos digitais, como o da Span, ajudam a manejar a energia de maneira mais eficiente. Créditos: Divulgação

A redução da geração de resíduos também é um tema bastante trabalhado pelas green startups, seja por meio de propostas de reciclagem, compostagem ou economia circular, como é o caso da composteira Lomi e do site de recommerce de smartphones Trocafone, que é uma startup investida da Wayra.

Existem ainda empreendedores que apostam em outras formas de gerar impactos benéficos ao meio ambiente, como por meio de propostas de cultivo mais eficientes. Startups brasileiras e investidas da Wayra, como a Ativa e a IoTag, trabalham com soluções neste sentido. Também existem no mercado propostas de startups que produzem alimentos 100% baseados em plantas, que têm uma menor pegada de carbono.

Um mercado bilionário

Se depender do que apontam as estatísticas, cuidar do meio ambiente não será apenas um dever cívico, mas uma importante oportunidade de negócio para investidores e empreendedores. De acordo com estimativas de 2022, o mercado de tecnologias verdes e sustentáveis já estava avaliado globalmente em mais de US$ 46 bilhões (ou mais de R$ 250 bilhões).

A expectativa dos especialistas é que até 2030 esse mercado chegue a representar 9x mais, chegando a um valor estimado de mais de US$ 417 bilhões, o equivalente a mais de R$ 2 trilhões.

A previsão dos experts é que os mercados norte-americano e europeu estejam entre os mais interessados em tecnologias verdes neste momento. O interesse europeu, inclusive, é bastante alavancado pela grande pressão governamental da União Europeia para a adoção de tecnologias mais sustentáveis e limpas.

Crescimento precisará de investimento, regulação e adoção

Assim como acontece com muitas startups que estão promovendo disrupção ou inovação tecnológica, um dos principais desafios das green startups tem a ver com a conquista de investidores. O acesso a capital é especialmente importante para os empreendedores deste setor porque a maior parte das tecnologias limpas e sustentáveis exigem um significativo investimento inicial para o desenvolvimento e escala das suas tecnologias.

Além disso, algumas destas “startups verdes” podem ter que lidar com ciclos de desenvolvimento mais longo do que outros tipos de startups, o que faz com que o interesse por investidores comprometidos seja ainda maior.

Conquistar aportes de quem está investido com a causa também poderá fazer a diferença no momento em que as green techs forem navegar o complexo cenário de leis e regulações para as tecnologias e soluções que serão criadas. Muitas green techs operam em indústrias muitíssimo bem regulamentadas, como as de gestão de energia ou de resíduos, e por isso precisam estar em conformidade com uma série de legislações e determinações em nível municipal, estadual e federal. Conquistar os selos e certificações necessárias pode ser não só demorado e custoso, como também trazer uma camada de incerteza e risco que apenas investidores mais maduros saberão mensurar e acompanhar de maneira correta.

Por fim, também não basta que as green startups criem soluções se elas não forem utilizadas pelas pessoas e pelas empresas. Os empreendedores de startups verdes precisarão se atentar para garantir que suas comunicações e as suas experiências de produto sejam convincentes o suficiente para levarem os consumidores a fazerem uso das suas propostas.

A Wayra está atenta a esta tendência de empreendedorismo sustentável e quer conhecer green startups do Brasil! Está desenvolvendo uma nova tecnologia limpa e verde? Conte para a gente através do nosso site https://br.wayra.com/

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