Por dentro de um CVC: entenda como funciona o funil de investimentos da Wayra e do Vivo Ventures

Wayra Brasil
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4 min readDec 11, 2023

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Por Wana Schulze, head de investimento e portfólio da Wayra e Vivo Ventures

Os CVCs estão em alta no Brasil, como apontou recentemente uma pesquisa da consultoria McKinsey, e têm se posicionado no ecossistema empreendedor como uma maneira de incentivar as companhias a trabalharem com inovação aberta e investirem em startups alinhadas com suas necessidades de negócios, como destacou recentemente um relatório da ABVCAP.

No Brasil, a Vivo conta com dois veículos distintos para investimento: a Wayra, que aposta em startups em momento de escalada; e o Vivo Ventures, que investe em startups mais maduras e com forte sinergia com os negócios da Vivo no Brasil. Contudo, sabemos que nem todo mundo conhece no detalhe como funciona o fluxo das avaliações de investimento dentro de um CVC. Por isso, vamos explicar em detalhes como esse processo costuma acontecer hoje aqui na Wayra e no Vivo Ventures.

Como funciona o funil de investimentos na Wayra e no Vivo Ventures

Pense no fluxo de avaliações de investimento (o deal flow) como uma torrente de água que passa por um encanamento que vai se afunilando. Simplificando bastante, seria possível cortar esse funil em três partes, que mostram diferentes momentos dessa avaliação.

Primeira fase do funil: um momento de descobertas

Lá no topo do funil, na sua parte mais ampla, inicia-se um momento de descoberta das startups a serem avaliadas pelos nossos investidores. Essa descoberta costuma acontecer de duas maneiras: ativa e passiva.

No formato ativo, nosso time de investimentos se mantém muito atento ao mercado e em relacionamento próximo com empreendedores para buscar startups das áreas prioritárias para a companhia, que vão desde Healthtechs, Fintechs, Edtechs, passando também por Marketplace, Casa Conectada, Entretenimento, Greentechs, inteligência artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), Web3 e Big Data. Ao reconhecer uma startup com potencial, nosso time se aproxima para entender o momento de desenvolvimento da startup e investigar potenciais pontos de sinergia entre as teses de investimento da Wayra e do Vivo Ventures e a startup em questão.

Outro formato de descoberta de startups é o chamado de passivo, que surge por meio do relacionamento comercial da Vivo com Startups ou com outros VCs do ecossistema empreendedor, quando somos convidados a participar em rodadas de investimentos. Essa parceria com outros investidores do ecossistema empreendedor brasileiro acontece porque os VCs parceiros entendem que a Wayra e o Vivo Ventures podem adicionar valor a esse investimento, compartilhando não só a expertise de mercado e como corporação, mas também trazendo um forte potencial de aceleração dos negócios, seja tornando a Vivo uma potencial cliente da startup investida ou oferecendo os canais de distribuição da Vivo junto a públicos finais (B2C) ou corporativos (B2B).

Isso faz com que os CVCs da Vivo participem de uma série de rodadas de investimentos compartilhadas, assim como temos por hábito convidar outros VCs para investir quando observamos que a oportunidade tem fit com outros parceiros do ecossistema.

Meio do funil: avaliando os modelos de negócio

Quando a oportunidade é avaliada positivamente no topo de funil, ela passa para uma segunda fase onde é avaliada criteriosamente pelo time da Wayra e da Vivo Ventures.

Neste momento são avaliados o modelo de negócio da solução, sua proposta de valor para os seus clientes, tamanho de mercado e potencial competidores, estrutura de capital (como aportes que já foram recebidos e a forma como foram investidos), além de uma análise aprofundada das finanças da startup em questão (que vão desde análise do unit economics até a projeção financeira para os próximos anos).

Final do funil: é hora de ouvir o pitch

Quando as startups chegam ao final do funil, elas estão em um momento onde as análises já foram apresentadas aos comitês internos de investimento e as potenciais sinergias foram validadas. Na Wayra, por se tratar de startups em estágio inicial, o horizonte de sinergia é de longo prazo enquanto que na Vivo Ventures o horizonte de sinergia é focado no curto e médio prazo. Em abas as possibilidades de investimento como CVC, preferimos fazer aportes em startups nas quais a Vivo possa adicionar valor, seja acelerando comercialmente os resultados da iniciativa, tornando-a uma fornecedora da Vivo ou até estabelecendo uma parceria que permita aproveitar o alcance dos canais de venda da Vivo, tanto para o cliente final (alcançando mais de 100 milhões de consumidores finais, em uma modalidade B2C) quanto para clientes corporativos (por meio do Vivo Empresas e Telefónica Tech, para a modalidade B2B).

Nessa etapa, os fundadores da startup em avaliação são convidados para uma apresentação presencial, em que podem fazer seu pitch para o comitê de investimentos, respondendo a dúvidas ou questões que os executivos possam ter sobre o negócio e seu market fit.

Apenas 1% das startups que chegam ao topo do funil da Wayra e do Vivo Ventures chegam a ser investidas — ou seja, passam pela última etapa do funil e recebem um aporte. Trata-se de um processo criterioso, que busca compreender a viabilidade da iniciativa e a sinergia com as teses de investimento dos CVCs da Vivo.

A Wayra e o Vivo Ventures estão sempre atentos à startups que estejam alinhadas com suas teses de investimento e áreas prioritárias — você pode inscrever a sua startup para avaliação por meio do site br-pt.wayra.com/

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