Por que o corporate venture cresce rapidamente

Wayra Brasil
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5 min readJun 26, 2018

Conheça mais sobre o modelo de investimento que vem crescendo anualmente

De 2015 a 2017, 16% dos dólares aportados por fundos de investimento de um total de 19% de todos os deals (acordos/negócios) realizados apenas em empresas com base nos Estados Unidos, vieram de grandes corporações que criaram seus próprios fundos — índice duas vezes maior do que o de 2010. Em 2017, a corrida por esse tipo de estratégia avançou rapidamente. Além da Telefônica, empresas dos mais variados setores, como Google, GE, Santander, Pfizer, Intel, e Qualcomm têm apostado em estratégias de inovação aberta.

Photo by Sweet Ice Cream Photography on Unsplash

Esse modelo de investimento, capitaneado por grandes corporações, é conhecido mundo afora como corporate venture. De acordo com a base de dados sobre Venture Capital, CBInsights, o número de empresas ativas que investem em inovação dobrou de 2012 a 2016 no mundo, passando de 84 para mais de 200. Em alguns países, como o Japão, tem conquistado corações e mentes de investidores e empreendedores que veem aí um enorme potencial de escala para negócios. No Brasil, o número vem crescendo anualmente, mas há ainda muito caminho pela frente.

É sobre isso que conversamos hoje.

Artigo de Josh Lerner, professor de investimento na Harvard Business School, mostra que o corporate venture não é algo novo, mas que está voltando a ganhar força.

“Por décadas, grandes empresas têm sido cautelosas com investimentos de risco. Algumas viram suas iniciativas de venture falharem instantaneamente e muitas outras tiveram que desistir rapidamente”, relata o professor. Segundo ele, muitos não passaram de um ano.

No entanto, o maior problema não foi o modelo em si, mas a falta de conhecimento sobre como tocar o processo. “Mesmo empresas com fundos bem-sucedidos têm tido dificuldade para usar o conhecimento adquirido pelos investimentos em startup. Para ser claro, tocar programas de corporate venture não é fácil: os processos das empresas e suas regras podem deixa-las lentas e sem foco”, diz.

Mas, não tem jeito. “Ao passo que o desapontamento em relação aos resultados de P&D cresce, há indicadores de que o corporate venturing esteja ganhando espaço — e respeito”.

Lerner, o professor de Harvard, dá uma série de exemplos de como corporações e startups se beneficiam desse casamento. A Apple, por exemplo, quando lançou o iPhone, investiu em uma série de desenvolvedores de apps e games. Consequentemente, valorizou seu próprio ecossistema.

A Intel Capital, por sua vez, em um dos seus muitos fundos investiu em empresas que estavam apostando em novos padrões de WiFi. Depois de 2003, quando foi apresentado os padrões 802.11, a companhia já tinha um ecossistema todo desenvolvido para seus produtos.

Já nós da Telefônica investimos em inovação e startups desde 2006 com o fundo próprio chamado Telefônica Ventures e por meio de outras seis iniciativas que foram surgindo ao longo dos anos seguintes.

Corporações e startups: um casamento de segundas (boas) intenções

Startups e corporações buscam o mesmo objetivo: resolver os problemas de seus clientes, melhorando cada vez mais sua experiência para mantê-los sempre fiéis e assim conquistar novos clientes.

Para a corporação fazer isso, ela precisa se manter inovadora, desenvolver novos produtos e serviços ou ser mais eficiente — o que nem sempre sua estrutura gigantesca permite. Já a startup precisa de capital, estabilidade e conquistar bons clientes — o que é o mais difícil de fazer sozinho.

É nesse contexto que grandes empresas, como a Telefônica, apostam na inovação aberta e investem em startups.

Ao colocar capital em startups, elas fomentam inovações que, possivelmente, demorariam muito mais tempo para desenvolver internamente.

Ao fechar contrato com um grande cliente, a startup ganha mais musculatura e notoriedade, se torna mais interessante aos olhos dos investidores, tem potencial de crescer ainda mais e, a grande corporação aumenta sua receita com novos produtos co-criados ou diminui custos, devido à eficiência operacional que a startup traz. Ou seja, um ganha-ganha para os dois lados.

Com um grande cliente e um produto rodando, a startup aumenta consideravelmente suas chances de ganhar novos clientes.

Temos um canal aberto com as maiores empresas do país. Por sermos uma multinacional, conseguimos acesso a outras grandes empresas, que muitas vezes são parceiras, clientes da Telefônica ou vice-versa. Temos contato direto com CEOs e outros o C-levels de diferentes multinacionais”, comenta Renato Valente, country manager da Wayra no Brasil.

“É um acesso que, às vezes, nem fundos de investimentos conseguem. É uma porta muito importante que abrimos e super valorizada pelos empreendedores, que dificilmente conseguiriam tal acesso. Conversamos com os executivos que tomam decisões. Colocamos o empreendedor na frente do gol e ele só precisa chutar e acertar”, defende.

Tudo o que é necessário, obviamente, é que seu negócio seja B2B e que você queira vender para grandes empresas.

Corporate Venture no mundo: um modelo que só cresce

Uma tese comumente apontada para o retorno do corporate venture mesmo após décadas de cautelas e receios é o fato de as empresas finalmente estarem aprendendo como se aproximar das startups.

A Wayra, por exemplo, já está rodando há sete anos. A iniciativa está no Brasil e em mais nove países. Ao todo, investiu R$ 125 milhões em 639 startups — por aqui foram mais de R$ 11,5 milhões em 68 empresas. Com um portfólio amplo e um bom tempo de estrada, há um conhecimento mais embasado do que funciona ou não para o mercado.

Há diversos e ótimos fundos de investimento no Brasil, assim como aceleradoras, incubadoras, investidores anjos e outras formas de investimento. No momento de escolher para onde ir, a startup precisa saber o que importa, qual seu foco e com quem quer se associar. Nenhuma empresa entra na Wayra somente pelo dinheiro. E o motivo é simples: a ligação com a Telefônica (que no Brasil detém a marca Vivo) abre portas e permite muitos negócios.

O importante é ter uma boa relação de produto e demanda. “Não só a Wayra, mas em todos os fundos de corporações o empreendedor que vem para cá tem que ver muito valor na possibilidade de vender ou ser um parceiro de uma grande corporação”, comenta Valente.

Para o empreendedor que está começando seu negócio, beneficiar-se desse momento e contexto pode ser mais importante do que simplesmente conquistar capital inicial. “Investimento financeiro é super importante mas não é o principal. E vemos que empreendedores que têm essa consciência e vêm para cá com esse mindset conseguem fechar negócio, se transformar em grandes cases e levar a empresa para outro patamar”, conclui.

Buscamos startups — preferencialmente B2B — dos segmentos de Cloud, Segurança, IoT (Internet das Coisas),​ Big Data, ​Inteligência Artificial, Machine Learning, Blockchain, AR/VR, Smart Wifi, SaaS, ​Fintech, Agtech, ​Mobile,​ Games, Vídeo, entre outros. Empresas que possuam uma equipe SUPER qualificada com competências complementares (Negócio + Tecnologia), além de resolverem problemas RELEVANTES de um mercado grande com potencial de escalabilidade, que tenham produto desenvolvido e os primeiros clientes. O potencial de negócios com a Telefónica | Vivo e grandes corporações é diferencial.​

Investimos em média em 10 empresas por ano. Então, se você tem uma startup que atende aos requisitos cadastre-se aqui. Estamos interessados em conhecer boas empresas e bons empreendedores o ano todo!

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