Quer promover a inovação aberta na sua companhia? Conheça fatores que facilitam e evite aqueles que inibem o bom relacionamento com startups

Wayra Brasil
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6 min readMay 18, 2022

Falar de inovação aberta se tornou mais frequente nos últimos anos. Seja em conversas entre as lideranças ou em planejamentos estratégicos, a verdade é que as companhias estão em busca de mais proximidade com empreendedores e startups. O intuito desse relacionamento é o de acelerar a transformação digital de corporações ao encontrar oportunidades de colaborar com startups para solucionar dores da corporação com novos ou diferentes processos, aumentando assim sua eficiência operacional, ou para criar e oferecer produtos e serviços inovadores para seus clientes, por meio da parceria com as startups, gerando novas receitas para ambas as empresas.

Ainda que essa parceria seja muito interessante e promissora, ainda falta uma compreensão mais clara sobre os componentes que facilitam a parceria das companhias com empresas externas, bem como quais atitudes inibem a boa relação com empreendedores, segundo experts em administração de empresas e inovação corporativa.

Conferir o fit de negócios entre startup e a corporação é essencial

Um dos primeiros passos para um bom relacionamento que promova a inovação aberta tem a ver com o diagnóstico de potencial alinhamento entre a corporação, que busca inovar, e o empreendimento que traz a inovação. Depois de um pitch inicial e de conversas com objetivos exploratórios, é importante que esteja clara a existência do chamado “fit de negócios”, um alinhamento de visões que permitirá o desenvolvimento de uma relação de ganha-ganha entre corporações e startups.

Via de regra, nos casos em que existe um bom fit, é comum que as startups possam atuar como clientes, fornecedoras ou até parceiras comerciais da companhia em questão. O ideal é que a governança corporativa envolvida em processos de inovação aberta tenha a capacidade de atuar de maneira transversal às unidades de negócio da corporação, de maneira que possa acelerar parcerias com startups tanto para processos internos quanto para a criando novas soluções para o mercado.

“Na Wayra, que é o hub de inovação aberta e corporate venture capital da Vivo, somos fit first, ou seja, buscamos um alinhamento estratégico entre as Startups que estamos avaliando e a Vivo/Telefónica antes da realização de qualquer investimento. Quando encontramos um bom fit, o resultado em geral envolve a implementação de uma nova solução que possa gerar ganhos em eficiência e custos na organização, ou então a cocriação de um novo produto ou serviço que possa ser comercializado ao mercado, abrindo portas para a avaliação de um investimento estratégico na startup, detalha Rafael Marciano, Head de inovação aberta da Wayra.

Ao investir em uma startup, a Wayra não apenas faz um aporte financeiro, mas também traz toda uma estrutura dedicada ao desenvolvimento de negócios entre as suas investidas e a corporação, com a definição de objetivos e metas claras para alavancar o relacionamento da companhia com o ecossistema, o que aumenta as chances de alcançar maiores resultados com a iniciativa. “Ter uma estrutura dedicada à Inovação Aberta permite que a Vivo tenha equipes híbridas de negócios, que contam com grande conhecimento sobre sua estratégia e desafios, assim como um alto nível de conhecimento e relacionamento com o ecossistema externo”, reforça Marciano.

Desta forma, a inovação aberta pode ser entendida como um processo de simbiose entre grandes e médias empresas — que têm credibilidade, reconhecimento de marca, capacidade de distribuição, de investimento e uma rede de fornecedores — e startups, que além de trazerem consigo inovações e melhorias, têm maior velocidade de operação e culturas mais ágeis.

Apostando em estratégias facilitadoras e afastando comportamentos inibidores

Estabelecer um processo de inovação aberta, contudo, exige dedicação de esforços e recursos por parte das corporações. Um estudo da divisão de engenharia e tecnologia da Universidade Nacional de Cingapura, que revisou a literatura acadêmica sobre inovação nas corporações, condensou uma série de comportamentos e atividades corporativas que tendem a facilitar ou inibir uma boa relação de inovação aberta com participantes externos.

De acordo com os estudiosos, a existência de departamentos focados em inovações, bem como unidades de negócio menores e mais ágeis, estão entre as definições corporativas que são vistas como facilitadoras na implementação de atividades de inovação aberta. Além disso, foi apontado como crucial que os times envolvidos com inovação tivessem não só clareza das dores e fragilidades da companhia, como também pudessem trabalhar projetos piloto (também conhecidos como POCs, sigla para Proof of Concept ou provas de conceito em português), de maneira a testar e avaliar a efetividade de inovações, sejam elas para públicos internos ou externos.

Em contrapartida, a ausência de testes, a falta de engajamento das áreas de negócios, confusões acerca das dores da corporação e até o excesso de aprovações e/ou integração de tecnologias podem atravancar iniciativas de inovação aberta, inibindo um bom relacionamento com players externos que podem transformar a maneira como as corporações se posicionam no mercado, de acordo com pesquisadores acadêmicos como Dan Yu e Chang Chieh Hangem seu artigo “A Reflective Review of Disruptive Innovation Theory” (2010)

Esse tipo de análise mostra que não existe um padrão (ou uma “receita de bolo”) que vá se adaptar às necessidades de todas as corporações que buscam inovar. No entanto, tanto estudiosos quanto especialistas da área sugerem que manter-se atento aos fatores que facilitam a inovação e esmerar-se em minimizar os inibidores que reduzem as chances de inovar pode ser importante para o planejamento estratégico das organizações que não querem parar no tempo e visam adaptar-se às novas realidades de mercado.

Abrindo caminhos para a inovação aberta

Uma linha de pensamento semelhante a essa proposta pelos pesquisadores, que privilegia fomentar os facilitadores e mitigar os inibidores da inovação, tem sido utilizada pelo grupo Telefónica/Vivo no Brasil e no mundo.

Além da criação da Wayra como hub de inovação aberta da companhia, analisando potenciais fits entre a corporação e as startups, e a realização de investimento financeiro nas startups, a companhia tem apostado fortemente em promover uma cultura de inovação e agilidade nas suas mais diversas unidades de negócios. A iniciativa Vivo Shaper, por exemplo, que é parte do programa Vivo Discover, se dedica a evangelizar colaboradores da companhia no sentido de compreender as fases de desenvolvimento de uma startup e avaliar os melhores momentos de conexão com a corporação para a compra de produtos, serviços ou a realização de projetos piloto e integrações.

Por isso, ao decidir apostar em projetos de inovação aberta, é importante que as corporações preparem-se da melhor maneira possível para também dedicar tempo, esforços e recursos humanos na realização de projetos pilotos e POCs, que podem ter duração de 1 até 6 meses. Afinal, serão exatamente esses pilotos que vão permitir testar e validar as soluções inovadoras, estabelecendo métricas de sucesso que permitam posteriormente atestar a viabilidade dos projetos e da colaboração entre startups e corporações. “A realização de testes em menor escala é essencial para validar a efetividade de uma nova solução ou mesmo a aceitação de um novo serviço pelo mercado, reduzindo assim os riscos envolvidos com implementações ou investimentos de maior magnitude”, detalha Marciano.

Com os aprendizados obtidos ao longo de mais de 10 anos de inovação aberta, e que também foram percebidos pelo Venture Capital 500 Startups, hoje a Wayra tem privilegiado a proximidade com startups em estágios mais maduros, que tendem a trazer valores de negócios mais claros e, portanto, mais chances de sucesso, especialmente em áreas como inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), 5G, big data, robótica, computação em nuvem e cibersegurança.

Acredita que a sua startup tem sinergias e/ou um bom fit com os negócios da Telefónica/Vivo no Brasil? Saiba que a Wayra está aberta a conhecer startups que possam alavancar tanto soluções empreendedoras como resolver dores da companhia durante o ano todo! Mais do que acesso a capital, startups do portfólio da Wayra recebem também acesso a uma rede global de especialistas e às melhores ferramentas para escalar seus negócios. Saiba mais em https://br-pt.wayra.com/

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