Um streaming para chamar de seu: Netshow.me cria canais próprios de conteúdo para pessoas e empresas

Wayra Brasil
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6 min readApr 15, 2020

Transmitir conteúdo para um grande número de pessoas já foi exclusividade das mídias de broadcast, como a TV. Hoje, temos o privilégio de dar play em qualquer telinha, na hora que bem entendermos, seja para assistir uma transmissão ao vivo, um vídeo no YouTube ou um episódio na Netflix. Só na última década, nosso comportamento multimídia nos levou a ficar encantados com vídeos de receita, a chamar transmissões ao vivo de “lives” e maratonar séries ao assistir episódios em sequência. Nem a educação escapou, com o aumento das ofertas de ensino à distância (EaD), com aulas ministradas remotamente, por meio de vídeos, a alunos de qualquer lugar do mundo.

Ao mesmo tempo, o trabalho remoto também foi ganhando força. Entre 2005 e 2017, as oportunidades de atuar profissionalmente fora de escritórios, executando as atividades pela internet, aumentaram em 159%, segundo análise da FlexJobs divulgada no ano passado e devem crescer ainda mais com a crise do novo coronavírus. Um estudo do coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Miceli, mostra que o trabalho em casa deve saltar 30% após o período de distanciamento social. Junto com a oportunidade de distribuir a força de trabalho, as empresas também encontraram um curioso desafio: como se comunicar remotamente de forma eficiente e engajadora, alcançando diversos territórios, diferentes fusos horários e até diversos públicos com eficácia? Esse contexto se tornou um terreno fértil para o crescimento das tecnologias de transmissão digitais, conhecidas pela sigla OTT, do inglês “over the top”. O termo OTT é usado para designar quaisquer transmissões que aconteçam por meio da internet, sejam elas sob demanda (como é a Netflix) ou não (como as lives).

Poder transmitir vídeos de forma segura, privada e controlada era exatamente o que o mercado queria e precisava.

A estimativa da GlobeNewswire é que empresas de tecnologia OTT movimentem globalmente mais de 332 bilhões de dólares em serviços até 2025.

O crescimento do setor deve inclusive observar um pico a partir de 2020, já que os streamings se tornaram uma das principais alternativas para que eventos se adequassem às limitações de encontros presenciais por conta da pandemia de Coronavirus. Apostar no OTT foi a alternativa encontrada pela conferência de tecnologia Collision, que ao invés de ser cancelada decidiu transmitir os conteúdos online, para serem assistidos pelos participantes “diretamente de casa”. “Não é a mesma experiência porque falta o networking e o encontro das pessoas, mas ainda assim é uma forma de fazer com que o compartilhamento de informações e a confluência de ideias continue acontecendo”, pondera Rafael Belmonte, co-fundador e head of growth da Netshow.me, startup de tecnologia de transmissão OTT que faz parte do portfólio da Wayra.

“Netflix próprio” para alcançar grandes audiências com baixo custo

Para a Netshow.me, montar o próprio streaming é uma interessante solução para as empresas que precisam transmitir para grandes audiências, seja para garantir que todos receberam comunicados gerais ou para realizar treinamentos de equipes. Por meio de uma implementação integrada ao ambiente corporativo, a Netshow.me permite que cada cliente tenha um streaming para chamar de seu, transmitindo para diversos espectadores simultaneamente.

Outra vantagem da Netshow.me é seu funcionamento como uma plataforma White Label, que oferece aos clientes a oportunidade de adaptar a identidade visual e a interface conforme o desejado. Com a cara e o nome escolhidos pelo cliente, a plataforma pode ser usada para uma série de atividades, que vão desde a transmissão de informações em vídeo até a intermediação de treinamentos, encontros ou reuniões corporativas, que conseguem ser exibidas simultaneamente em diversas localidades. Além da conveniência, trazer o OTT para dentro das empresas também pode levar à economia. Foi o caso da Leroy Merlin, uma das clientes da Netshow.me, que chegou a economizar mais de 90% da verba para um treinamento ao realizá-lo online por meio do seu streaming proprietário com base na tecnologia Netshow.me.

Treinamento da Leroy

Multitela com segurança e métricas

Pelo seu caráter digital, a transmissão de conteúdos OTT é também alinhada com o conceito de multitelas, podendo ser exibida em TVs conectadas, computadores, tablets e smartphones. Com a chegada do 5G ao Brasil, a expectativa é que o consumo móvel de conteúdo via OTT — que representa hoje 80% dos acessos feitos às plataformas com tecnologia Netshow.me — possa ter uma qualidade ainda maior. “A experiência será ainda mais fluida”, antecipa Belmonte.

Por saber que trafega por sua plataforma informações confidenciais das companhias, a startup também tem redobrado cuidado com a segurança das conexões, assim como cuida para que os dados e métricas obtidos durante as transmissões sejam coletados de forma transparente e ética. “Nossa capilaridade permite identificar o consumo individual do conteúdo, mas fazemos isso com segurança e usando formulários de autorização”, ressalta o fundador da plataforma.

Transmissão da Thompson Reuters

Ter acesso a métricas e dados é extremamente importante para um streaming corporativo, especialmente se a transmissão estiver direcionada a potenciais clientes futuros, como é o caso de webinars ou eventos remotos. Ao ter maior granularidade e permitir a criação de clusters entre os espectadores, a plataforma da Netshow.me permite que sejam feitas ações futuras com a audiência, como o envio de materiais complementares ou follow ups. Esse tipo de funcionalidade foi essencial para a Thompson Reuters, uma das clientes da Netshow.me, que ao final das suas transmissões pode contatar a audiência para compreender o estágio de cada espectador no seu funil de vendas.

De olho em produtores de conteúdo e focados na construção de um marketplace de conteúdo

Depois de conquistar o público corporativo, a Netshow.me também está de olho no mercado dos produtores de conteúdo, que cada vez mais buscam plataformas proprietárias para seus negócios. É o caso da jornalista Mariana Ferrão, que abandonou o posto de apresentadora na Globo para ter o seu próprio canal de conteúdo, o SoulMe. Criado com base na tecnologia de OTT da Netshow.me, o SoulMe consegue monetizar e controlar o acesso ao conteúdo, que é liberado apenas para os assinantes do canal.

SoulMe

Além de representar um novo nicho de atuação para a startup — que tem dobrado de tamanho ano a ano e promete dobrar o faturamento e o número de colaboradores até 2021 — a aproximação com os produtores de conteúdo também se alinha com a estratégia de se transformar em um marketplace de conteúdo digital. “Não queremos apenas prover a tecnologia, mas também nos envolver na distribuição do conteúdo”, explica Belmonte, apontando uma sinergia entre a expertise dos produtores de conteúdo e a necessidade de material para os streamings proprietários das companhias. “Os produtores sabem produzir, mas não têm audiência ainda; em contrapartida, as corporações têm audiências, mas nem sempre sabem como produzir”, sintetiza. A chave, na visão da Netshow.me, seria intermediar essa parceria entre os dois lados com a criação de um marketplace dentro da plataforma.

Outra iniciativa da startup foi criar o próprio canal OTT para servir de exemplo. Eles lançaram o Flow, canal gratuito para profissionais aprenderem a criar, distribuir e monetizar seu projeto de conteúdo digital com os especialistas da Netshow.me, parceiros e outros clientes.

Mesmo sem navegar em um oceano azul de oportunidades, a Netshow.me tem se destacado no mercado pela qualidade da sua tecnologia e pela extensão das suas possibilidades de personalização. O resultado disso é percebido nos números da startup, que viu a adoção do produto crescer 100% ao mês por seis meses consecutivos. “A ideia é que continuemos exponenciais, trazendo mais clientes e refinando as estratégias de produção e distribuição dos conteúdos”, estima Belmonte.

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