Waze for Cities: Benefícios do uso de dados de mobilidade para o coletivo

Segunda live do projeto Waze Presents reune profissionais que trabalham com mobilidade para conversar sobre o impacto dos dados na mobilidade

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Waze Brasil
5 min readJul 9, 2020

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Por Douglas Tokuno, Head de Carpool e Waze for Cities na América Latina

Trabalho no Waze há quase três anos — e, antes disso, trabalhei sete anos no Google — e sempre que comento sobre todas as informações que são possíveis de coletar pelo app e todas as análises do trânsito que conseguimos fazer, recebo a mesma sugestão: “Nossa, isso devia ser compartilhado com o poder público!”.

Deve mesmo. E o que muita gente não sabe é que isso já acontece. Globalmente, 130 milhões de pessoas confiam nos mapas do Waze para traçar seus caminhos, mas são poucos os que conhecem os projetos de compartilhamento de dados que nós temos com órgãos públicos, institutos de pesquisa e empresas de comunicação, o Waze for Cities.

Para conversar sobre o impacto dos dados na mobilidade, convidei para a segunda live do projeto Waze Presents: Waze for Cities: Benefícios do uso de dados de mobilidade para o coletivo especialistas e parceiros do nosso programa.

Waze for Cities: uma breve história

Thaís Blumenthal, líder global de parcerias no Waze, foi uma das pioneiras do programa que surgiu com um pedido da prefeitura do Rio de Janeiro, em 2013. Diante dos grandes eventos que a cidade estava prestes a sediar — como a Copa, as Olimpíadas e a visita do Papa -, o Centro de Operações Rio (COR-RJ) precisava entender como as intervenções de trânsito, como fechamentos de vias, afetariam a mobilidade dos cariocas.

Assim, começava o que viria a ser o Waze for Cities. Uma parceria em que o COR-RJ teria acesso aos dados anonimizados e, em contrapartida, poderia adicionar informações relevantes ao tráfego no Waze — garantindo um mapa atualizado para os motoristas. O que nasceu como uma demanda operacional de planejamento, hoje evoluiu para um programa com mais de 1.300 parceiros no mundo todo.

Evolução e mil possibilidades

André Ormond, consultor de mobilidade, estava à frente da CET-RJ na época da criação do projeto. Naquele período de grandes obras para os eventos, a rotina de fechamentos de ruas era intensa na cidade. Por isso, Waze foi vislumbrado como um parceiro além dos dados. A plataforma seria o canal de comunicação eficiente e rápido com os motoristas, evitando surpresas no trajeto.

Uma alça na Barra da Tijuca, por exemplo, teve um volume muito baixo de utilização pouco após a sua inauguração. Porém, uma vez inserida no Waze, o volume da nova via triplicou — desafogando o congestionamentos em outros trajetos. Durante as Olimpíadas, quando a interação entre nós já estavam mais alinhada, eram 569 quilômetros de interdições diárias na capital carioca, e a informação ágil pelo aplicativo ajudou a reduzir os impactos para a sociedade.

Hoje, os parceiros vão além de órgãos de trânsito, e são diversos os perfis que o programa possibilita. Centros de emergência nos Estados Unidos utilizam os alertas para receber informações sobre acidentes antes de chamadas telefônicas. A Secretaria de Meio Ambiente de Israel utiliza os dados para entender qual o melhor local para passarelas e parques. Empresas de comunicação se baseiam nos dados para manter a população informada sobre o trânsito nas cidades.

Nesse último ponto, Rodolfo Viana, cientista de dados da Rede Globo, complementa a importância do Waze for Cities para a premissa do jornalismo, que é prestar serviços de informação à sociedade e reportar problemas ao poder público. A análise de dados permitiu diagnósticos como o apresentado na matéria Trânsito piora em regiões de comércio popular, exibida em dezembro de 2019. Já, para Beatrice Zimmerman, do BID, as possibilidades dessa conexão são ainda maiores.

No BID, os dados do Waze ajudam no desenvolvimento de políticas públicas e tomadas de decisão. Dentre as iniciativas que podem ser realizadas a partir da análise de dados, ela destaca o gerenciamento de tráfego, como sistemas inteligentes de semáforos, avaliar o impacto de investimentos de infraestrutura; entender padrões associados a eventos ou fenômenos e intervenções para prevenção de acidentes — como buracos, por exemplo. Essas análises são essenciais para o funcionamento das cidades e a garantia da qualidade de vida de seus moradores.

Esforços durante a pandemia

Novos tipos de uso dos dados continuam a surgir. Dentro do contexto atual de pandemia e quarentena, as informações compartilhadas pelo Waze — somadas a outras fontes de dados — têm sido utilizadas por entidades que se dedicam a tentar entender o impacto de circulação de pessoas durante a pandemia, bem como na atual retomada das atividades.

André faz parte do time consultivo de muitos desses estudos, e relata que os dados estão auxiliando na avaliação da mudança na interação das pessoas com as cidades, e todos os impactos econômicos e comportamentais que ela gera.

Por sua vez, o BID criou um painel público com informações em tempo real sobre congestionamentos — uma vez que esses dados refletem as medidas de distanciamento social nas regiões monitoradas. A Rede Globo foi no mesmo caminho e buscou nos índices do Waze evidências sobre congestionamentos regionais e desenvolveu um mapa que compara alertas de 2019 com 2020. Ambos são panoramas que, combinados com outras informações, permitem uma melhor compreensão da situação pela sociedade e pelo poder público, possibilitando que pessoas e gestores tomem decisões mais assertivas.

Durante o mês de julho, o Waze promove o projeto Waze Presents: uma série de quatro lives com convidados e parceiros sobre o que nos aguarda na volta às ruas e os impactos na mobilidade, nas marcas, com os consumidores e seus comportamentos. Toda quarta-feira, de 1 a 22 de Julho, às 16h, no canal do Waze no YouTube — confira a programação e se increva aqui.

Douglas Tokuno é Head de Carpool e Waze for Cities na América Latina. Em paralelo à sua atuação na empresa, o executivo foi mentor de negócios na Startup Farm e no Google Campus por dois anos. Douglas é formado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestre em Administração pela FEA-USP.

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