a taxa de desemprego só cresce, e a gente fica como?

jobs home office, vagas para nível assistente e um chamado para rever conceitos na hora de contratar

Terena Miller
wewe
3 min readJun 19, 2020

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com uma taxa de desemprego acima de 11% no mês de maio, quais as expectativas para profissionais que ficaram sem trabalho no Brasil?

ontem, quando ouvi o #podcastoassunto, do @G1, esmiuçando os dados da última pesquisa do IBGE, pensei o quanto a crise vai afetar também pessoas que antes nunca se sentiram abaladas pela economia. sim, o desemprego sempre esmaga os mais vulneráveis, mas conheço muita gente privilegiada que se deparou com a demissão — ou está com muito medo dela — nessa quarentena.

como alertou o economista e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, Daniel Duque:

a força de trabalho caiu 8,8%, o que é uma queda que a gente nunca viu no histórico do brasil recente.

e agora?

desde que criamos uma curadoria de vagas de emprego e freelas nas áreas de criação e conteúdo, percebemos alguns movimentos importantes pra compartilhar com vcs:

_têm surgido mais vagas em nível “assistente” do que para profissionais sênior (aquela coisa, né: procura-se mão de obra barata).

_na última semana, vagas de estágio apareceram mais na nossa lista. bom pra quem está em começo de carreira.

_a cidade de SP, embora seja a mais afetada por contágios de covid, ainda é a que mais oferece jobs (53% das vagas).

_as agências e marcas estão demitindo mais do que contratando, mas também é possível ver que há projetos ou clientes novos surgindo — demandando contratações pontuais.

_embora o IBGE tenha registrado 13% das pessoas ocupadas no Brasil trabalhando remotamente, o home office ainda aparece pouco entre as novas vagas: só 13,4% da nossa lista.

_por outro lado, metade das vagas para home office é para posições permanentes!

_as plataformas mais tradicionais de empregos favorecem o anúncio de vagas permanentes. não é ruim, mas torna difícil saber onde estão os freelas desse país. 94% das posições da nossa curadoria são permanentes.

se vc está entre os demitidos dessa quarentena, te lembro que a nossa planilha está sendo atualizada semanalmente, com oportunidades quentinhas, aqui:

a propósito, essa é uma oportunidade pra botar em prática aqueles posts antirracistas, sabe?

dentre tantos demitidos no brasil, adivinha quem fica com a maior fatia desse bolo da desgraça? em fevereiro, a taxa de desemprego de pessoas declaradas pretas era de 13,5%, e a de pessoas declaradas brancas 8,7%. portanto, não tem como não lembrar que toda agência ou marca que entrou no discurso do antirracismo na semana passada tem aí uma ótima oportunidade pra mostrar que quer, também, trazer mais profissionais negros para o mercado.

mas não é só esperar que essa galera chegue prontinha batendo na sua porta, né? a relações públicas Jéssika Elizandra levantou um ponto super importante no depoimento que deu à newsletter Bits to Brands, da Beatriz Guarezi (que, aliás, tá imperdível essa semana):

“Mesmo quando as empresas buscam pessoas negras, elas exigem habilidades e experiências de pessoas brancas de classe média. A conta não fecha!”

a Jéssika se refere à importância de que as empresas se planejem para formar esses profissionais, que normalmente saem perdendo logo na largada. se a gente já passa raiva quando vê aquelas vagas que pedem pós graduação, inglês fluente e experiência de 5 anos pra uma vaga Jr., imagina quem não tem nada disso simplesmente porque vive na desvantagem social?

marcas e agências: vamo nessa? ou melhor: vcs precisam de ajuda nesse processo? a @Claudia Flores e eu estamos à disposição, ok?

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Terena Miller
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estrategista de conteúdo. inquieta. resetando minhas verdades.