#weweInsights: 6 aprendizados do 1º dia de YouPIX Summit

Cláudia Flores
wewe
Published in
6 min readSep 1, 2020

Vem de resumão das conversas (e algumas problematizações) do dia #1

Os talks vão ficar disponíveis para quem se inscreveu no site

A edição 2020 do YouPIX Summit tá 100% online, gratuita e recheadinha de informação boa sobre tendências do mercado de criação de conteúdo e influência.

Para quem não conseguiu assistir às conversas desse primeiro dia, a Terena Miller e eu acompanhamos as principais para trazer um resumão com os melhores insights desse dia #1. Salva aí, povo:

#1 O mercado da influência está crescendo: 4 segmentos + perfis para ficar de olho

Reprodução live YouTube “O Futuro da Influência” / YouPIX Summit

A palestra “O Futuro da Influência”, do consultor da WGSN Stefano Arpassy, clusterizou os principais segmentos de influência para ficar de olho daqui pra frente: 1) Formadores de Opinião (com foco no pensamento crítico e nas causas), 2) Criadores (originais e tendência), 3) Pioneiros (longevidade digital) e 4) Defensores (criadores de novas narrativas, mobilizadores).

Tem um resumão maravilhoso feito pela Terena aqui.

Cada um desses 4 segmentos inclui perfis bem diversos, que nos mostram que o mercado — que já era nichado — está se tornando mais complexo e cheio de arquétipos diferentes.

Isso quer dizer que hoje, quando uma marca ou agência precisa de um creator para uma ação ou campanha, é preciso cada vez mais informação sobre quem cria, seu lifestyle, comportamento, parcerias e públicos. Não adianta escolher com base em critérios genéricos (influencer de games, beleza, humor — isso é MUITO genérico, gente, e pode dar ruim).

#2 A palavra do momento quando se fala em construir e consolidar marcas é: COMUNIDADE

Reprodução live do Felipe Oliva / YouPIX Summit

A palestra “Fórum 4.0: Como a colaboração irá transformar a comunicação das marcas”, com o cofundador e CSO da Squid Felipe Oliva, foi uma das minhas favoritas desse primeiro dia, porque reforça muito o que acredito sobre o novo momento do branding: mais empático, baseado em conteúdo colaborativo, e também na curadoria de conteúdo.

Para resumir: no princípio, era tudo Propaganda. Depois, as marcas passaram a produzir conteúdo para contar histórias. Hoje, o conteúdo é produzido em cocriação com creators e usuários das próprias marcas, numa vibe cada vez mais colaborativa, construindo relações cada vez mais próximas e profundas entre marcas e pessoas. E a tendência para o futuro são as marcas produzirem cada vez menos conteúdo, e atuarem mais como curadoras desse conteúdo produzido por seus lovers ❤.

Parece um sonho, né, mas vamos acordar: esse relacionamento não nasce do dia para a noite. E tudo começa com uma prática nada fácil: saber OUVIR. Hoje em dia, as marcas estão ainda muito focadas somente em falar. Tipo aquelx ~amigx~ que só te chama para falar de si mesmx, sabe?

Reprodução live do Felipe Oliva / YouPIX Summit

#3 O Reels ainda é uma funcionalidade em teste pelo Instagram

Reprodução live do André Maranhão / YouPIX Summit

Para quem é criador de conteúdo e está com a cabeça cheia de nóias com a quantidade de canais disponíveis no Instagram — agora com sua nova ferramenta, o Reels — vamos acalmar um pouquinho a ansiedade, gente.

Quando André Maranhão, Partner Solutions Manager do Instagram, apresentou o Reels hoje em sua palestra, fiquei com a impressão de que a empresa ainda está implementando e avaliando essa funcionalidade, e não tem informações claras sobre volume ideal de conteúdos, métricas, etc.

Na palestra, ele não mencionou quantos conteúdos seria ideal produzir para o Reels, não trouxe muitos exemplos de marcas usando essa funcionalidade, e disse que o Instagram tem em seu radar fornecer mais métricas do Reels para ajudar seus creators na avaliação de performance. Ou seja, tudo ainda bem em fase de desenvolvimento, né?

Por isso, devagar com o andor: trocar TikTok pelo Reels? Não recomendo. Focar mais no Reels do que nas outras funcionalidades? Também não. A palestra deixou bem claro que a função da novidade é “complementar a estratégia de conteúdo nas outras superfícies”.

#4 Precisamos falar (e agir) sobre o racismo estrutural em campanhas com influenciadores

Reprodução live do Ricardo Silvestre e da Lara Lages / YouPIX Summit

Ricardo Silvestre, fundador da Black Influence, e Lara Lages, Líder de Projetos da Sharp, apresentaram hoje os resultados iniciais da primeira pesquisa do Brasil sobre o mercado da influência preta, e eles soaram como um grande alerta para o nosso mercado.

O dado que mais me chocou foi que 60% dos respondentes da pesquisa — em maioria brancos — classificaram o mercado da influência como inclusivo (gente, inclusivo onde?). A partir do momento em que nós, brancos, não percebemos que há algo errado em creators pretos receberem menos, serem menos contratados, e só chamados para falar sobre a questão racial no Dia da Consciência Negra e datas pontuais, estamos reforçando o racismo estrutural em nosso mercado, e colaborando para manter a desigualdade.

O racismo é o maior motivador de ataques de ódio recebidos pelos creators (Pesquisa Black Influence)

#5 Faça vídeos. Se paute mais pela audiência. Olhe para os resultados.

Reprodução live do Camilo Coutinho / YouPIX Summit

A palestra do estrategista digital Camilo Coutinho, sobre “O que eu devo analisar nos meus vídeos para ter sucesso?”, renderia um textão maior, mas como aqui é resumão fiquem com este top five rapidex:

  1. Produzir vídeos sem ter um objetivo claro é um dos maiores erros hoje;
  2. Quem produz vídeo focando só em inscritos perde o mais valioso, que são as visualizações, e a origem dos viewers (de onde eles vêm);
  3. É preciso variar formatos, testar mais, não ter medo de experimentar;
  4. Consistência é fundamental para quem cria vídeos: busque seguir suas temáticas (em vez de atirar para tudo quanto é lado e querer falar de tudo), e buscar SEMPRE se pautar pelo que as pessoas querem ver;
  5. Ter uma rotina de Analytics é obrigatório para quem faz vídeo. A dica é escolher uma métrica para começar a analisar. Camilo sugere focar em CTR (taxa de cliques de impressões).
Reprodução live do Camilo Coutinho / YouPIX Summit

#6 O briefing ideal para um job com influenciadores precisa ser aberto, detalhado e colaborativo

Assista aqui o papo da Thais Mara com a Carla Lemos

Curti muitíssimo o papo reto que a influenciadora Carla Lemos, do Modices, e a Diretora Criativa do YouPIX, Thais Mara, fizeram hoje, listando “5 coisas que todo influencer gostaria que as marcas soubessem”. Uma leve cutucada nas marcas que querem trabalhar com creators mas que na real não sabem criar um briefing que permita a cocriação.

As 5 coisas que as marcas deveriam saber (algumas senti um pouco de vergonha alheia):

  1. Não é legal exigir que o creator fale ou faça exatamente o que a marca quer: isso tira sua liberdade de fazer o que realmente sabe, que é criar. Briefings mais abertos pfvr, marcas!
  2. A cocriação deveria ser uma premissa do trabalho: o creator sabe bem o que seu público gosta, quer e prefere em termos de linguagem, formatos, abordagens.
  3. Seja flexível na hora de briefar: não é porque o briefing é aberto que ele não pode ser detalhado e sujeito a mudanças que se conectem mais com o público daquele creator (justamente quem a marca quer impactar);
  4. Respeite os formatos dos canais do creator, e confie na sua expertise (imagine ver aquele creator super zoeiro fazer post serião? Ou o influencer que não tá no TikTok fazer vídeos estilo TikTok?? Se liguem, marcas!)
  5. Creator não é ator (impor textos prontos para publis em que o influencer pareça forçado pode ser um tiro que sai pela culatra sim).

Curtiu o resumão? Voltamos amanhã nesse bat-canal com mais insights quentinhos do segundo dia. Já deixa um alô se fez sentido, não me deixe sóó!

--

--