Arte Contemporânea Brasileira

Laís Machado
Cultura & Arte Wiki
5 min readAug 27, 2021

A Arte Contemporânea é uma tendência artística que surgiu na segunda metade do século XX, logo após a Segunda Guerra Mundial. Se estendendo até os dias atuais, torna o período a qual faz referência conhecido como Pós-Modernismo, justamente por apresentar um rompimento em relação à pauta moderna. Esse evento reúne expressões e técnicas inovadoras, que incentivam a reflexão subjetiva sobre a obra. Além disso, apresenta a ruptura com alguns aspectos modernos, ajudando a configurar uma nova mentalidade no mundo artístico. Os artistas contemporâneos passaram a buscar novos meios para se expressar, apoiando-se na crescente globalização e no avanço tecnológico e midiático.

Dessarte, a história da Arte Contemporânea no Brasil se inicia após o advento da Semana de Arte Moderna de 1922, visto que, a partir desse momento, a arte brasileira deixou de lado o seu caráter de imitação e passou a atuar de forma mais autêntica, mesclando conceitos internacionais da arte com brasilidade. Dessa forma, foi evoluindo e ganhando destaque, principalmente na década de 1950, por meio do movimento de vanguarda do Neoconcretismo. A partir dos anos 60, a Pop Art americana influenciou demasiadamente a maneira de se fazer arte no Brasil. Neste início, os artistas expressavam fortes críticas à sociedade e à Ditadura Militar, tendo fortes referências do Tropicalismo. Porém, na década seguinte, a arte acabou se afastando dos movimentos que envolviam contestação política, assumindo assim uma determinada reflexão do pensamento, da razão e da tecnologia.

Há, dentro da arte contemporânea brasileira, diversos artistas que marcaram gerações e modificaram a arte para sempre. Um deles é Cildo Meireles, artista nascido no Rio, valorizador da arte conceitual e experimental. Ele foi o segundo brasileiro a ganhar uma exposição no Tate Modern e, dessa maneira, conquistou o mundo com suas exposições.

Conhecido principalmente por sua obra Desvio para o Vermelho, Cildo usa sua arte como forma de protesto. Seu projeto “Inserções em Circuitos Ideológicos” desafiou a censura ditatorial da década de 1970, colocando mensagens contra ditadura e a favor da liberdade de expressão em objetos cotidianos que circulam pela mão de milhares de brasileiros, como cédulas de dinheiro.

Outrossim, Rosana Paulino, em sua obra, busca mostrar a discrepância social de gênero e raça da mulher negra na sociedade brasileira. Chama a atenção também para a violência dirigida à população negra, intermediando uma reflexão crítica sobre a contemporaneidade e a vida da própria artista. Suas obras são uma mescla de técnicas entre elas estão a pintura, desenho, gravura, fotografia e tecelagem. Em 2018, após 25 anos de carreira, foi a primeira artista negra a ganhar uma exposição na pinacoteca de SP com a exposição de “A costura da memória” que contém mais de 140 trabalhos feitos pela artista no decorrer de sua carreira.

Um dos destaques desta exposição é a “Parede de memória”, trabalho realizado a partir de criação de 1500 patuás — pequeno objeto assemelhado a uma bolsinha para ritos de proteção das religiões de matrizes africanas. Este trabalho foi realizado a partir de 11 fotos de sua família intercalado para trazer a sensação de visibilidade, pois a partir de 1500 pares de olhos te encarando deixa de estar em estado de invisibilidade.

Existem grandes expoentes da arte contemporânea no país, que contribuíram com obras de grande valor e reconhecimento internacional. A artista Fernanda Quinderé frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde fez workshop com Niura Bellavinha, estudou fotografia no Ateliê da Imagem e concluiu uma pós-graduação em Arte: Curadoria e Crítica na PUC-SP. Foi indicada ao prêmio PIPA em 2013 e 2014 tendo sua obra “Deixe me voar”, 2014, com impressão fine art em canvas, exposta.

Além disso, outro grande artista brasileiro é o Tunga, desenhista, escultor e performático, foi o primeiro artista contemporâneo a expor no Museu do Louvre. Sua vasta produção reúne fotografias, esculturas, desenhos, vídeos e performances que o consagra como uma das figuras mais emblemáticas da cena artística nacional. Para criar seus trabalhos, Tunga explora diversas áreas do saber como literatura, psicanálise, teatro e ciências biológicas, produzindo obras dotadas de simbolismo. Sua obra “A luz de dois mundos” exposta no Museu do Louvre em 2005, mistura política e arte por meio de uma estrutura de bronze e aço bem organizada ao redor de um suporte fixo central.

Por fim, o artista Leonilson, que cursou educação artística na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), abordava questões intimistas por meio do desenho, pintura e bordado. Na maioria das vezes, em tom de confissão, sua obra possui um caráter autobiográfico. Após descobrir ser portador do vírus da Aids seu trabalho passa a ter um sentido espiritual e alude à fragilidade da vida, como pode ser notado em sua instalação “Sob o Peso dos Meus Amores”.

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