Concretismo: importantes artistas
Augusto de Campos
Nascido em São Paulo no ano de 1931, Augusto de Campos foi um poeta, tradutor, ensaísta e crítico de literatura e música que revolucionou a poesia com a revista Noigandres e o grupo de mesmo nome, que dariam início ao concretismo. Os primeiros exemplos consistentes de poesia concreta no Brasil datam de 1955, quando ele publicou uma série de poemas em cores, Poetamenos, abandonando o verso e a sintaxe convencional.
O autor, em parceria de seu irmão Haroldo de Campos e de Décio Pignatari, lançou oficialmente, em 1956, o movimento literário da “Poesia Concreta” no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Eles pregavam o fim da poesia intimista e o desaparecimento do eu lírico, propondo uma concepção poética fundada na geometrização e na visualização da linguagem. O movimento ganhou adesões e apoios, mas também gerou repúdios relacionados à desintegração total do verso tradicional e à radical atomização das palavras.
Augusto realizou também experiências denominadas “Popcretos”, que são montagens feitas a partir de recortes de jornal e revista. Em parceria a outros concretistas, o poeta participou de muitos debates no Brasil e no exterior. Em 1959, reuniram-se autores brasileiros e europeus em uma exposição internacional da arte em Stuttgart. No ano seguinte, fundou-se a “Equipe Invenção”, que juntou concretistas brasileiros e japoneses para uma exposição em Tóquio.
O poeta representa a expressão máxima do Concretismo, pois suas poesias reúnem recursos das artes visuais, da publicidade, da música e das tecnologias digitais, sendo ele um grande pesquisador das mídias eletrônicas. Tal dimensão verbivocovisual está presente em toda a sua obra, valorizando a interação entre a poesia e a música.
Geraldo de Barros
Geraldo de Barros foi um fotógrafo, pintor, gravador, artista gráfico, designer de móveis e desenhista nascido no ano de 1923. Sua vasta obra revela reflexões sobre a criação artística, a percepção da imagem e o papel da arte na sociedade. São reconhecidas nacional e internacionalmente a originalidade, a especificidade, e a atualidade de suas propostas nas áreas da arte concreta, da fotografia abstrata e do design modular.
No início de sua carreira, Geraldo dedicava-se à pintura de figuras e paisagens, tornando-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Além de ser um dos mais importantes artistas concretistas do Brasil, foi pioneiro na fotografia abstrata e no modernismo brasileiro. O artista forma suas imagens a partir da reordenação de elementos e da desconstrução, fazendo-se presentes o efêmero, o fragmento, o tempo, o descontínuo e a ação, para discutir as questões sociais e urbanas, bem como sua inquietude diante da relação entre arte e sociedade.
Barros fez parte de importantes movimentos e associações artísticas, como a Galeria Rex e o Grupo Ruptura. O artista transitou por diversos estilos de arte, como a geometria e a arte pop, mas sempre relacionando-os ao desenho industrial e à fotografia. Suas fotoformas representaram uma revolução para a fotografia brasileira, que deixa de ser considerada mera representação e passa a ser uma nova linguagem artística.
Teve determinante papel na introdução do concretismo no Brasil com sua diversificada atuação no campo das artes visuais, realizando experimentações, exploração das formas e afirmação do papel social da produção artística. Buscando integrar funcionalmente a arte e o cotidiano por meio do design, participou da Unilabor, afirmando seu compromisso com tal ideia.
