Construtivismo Russo
Contexto Político-Social
No começo do século XX, sob o poder do czarismo e seu caráter monárquico-absolutista, a Rússia vivia um momento de caos social, explicitado nas péssimas condições de vida, altos impostos, o problema da fome e a falta de liberdade (até mesmo para as camadas econômicas mais beneficiadas).
Devido ao grande despreparo dos militares russos, a 1ª Guerra Mundial enfraqueceu o país e o desestabilizou economicamente, tal fator resultou na demanda da população pela saída da Rússia da guerra, além do fim do governo czarista. Essa circunstância influenciou os acontecimentos sucessivos da Revolução Russa, em 1917, quando foi abolida a monarquia e implantou-se um governo com ideais socialistas.
Dessa forma, o Construtivismo Russo foi um movimento artístico de vanguarda que buscava acompanhar as transformações político-sociais que o país passava. Ao atribuir um traço revolucionário à arte, o Construtivismo Russo baseou-se em pensamentos marxistas e foi impulsionado pela indústria e racionalidade científica. Um dos objetivos do movimento era utilizar da arte como objeto de mudanças sociais, ampliando seu alcance a fim de democratizá-la.
Entretanto, em 1921, a implantação de uma nova política econômica por Lênin, seguida de sua morte e da instauração da ditadura stalinista na União Soviética, tornou a arte um instrumento de propaganda política e de divulgação cultural, com a finalidade de doutrinar as massas. Portanto, a partir desse momento apenas o Realismo Socialista era permitido como forma de arte na URSS; com a não autorização da vanguarda, retornam as tradições artísticas datadas do século XIX.
Apesar de sua curta duração no território russo, o Construtivismo teve grande influência no mundo inteiro, principalmente nas vanguardas europeias (mutual) e no design moderno. No Brasil, essa influência pôde ser observada após o período da 2ª Guerra Mundial, no movimento do Concretismo em São Paulo e no Rio de Janeiro, e no Neoconcretismo da década de 1950.
