Enquanto forma de expressão, a videoarte se lança logo nos anos 1960, muito por conta de desenvolvimentos tecnológicos que permitiram a portabilidade de câmeras, e seu fácil acesso. Contudo, o desbravamento dessa arte no Brasil foi em grande parte posterior, dada a inacessibilidade pelo custo de equipamentos e disponibilidade de mercado, que levou o auge nacional para os anos 1980 e 90, não coincidentemente pós-ditadura, período onde diversos artistas foram perseguidos e censurados. Essa censura porém, não impediu que alguns artistas de vanguarda usassem do novo meio para expressar suas críticas ao sistema.
Seguindo a redemocratização na década de 80, e a fundação de emissoras como a Rede Globo, a videoarte passou a integrar a programação nacional, onde se almejava ampliar a oferta de conteúdo da recém chegada televisão, e apresentar ao espectador brasileiro cultura diversa para além do entretenimento de massa. A lei de incentivo à cultura de 1986 do governo Sarney, posteriormente tornada Lei Rouanet, foi outro importante passo na democratização da produção audiovisual e cultural em geral.
O Festival Videobrasil é outro exemplo da contribuição do Estado brasileiro, que desde 1983 agregava cada vez mais vozes internacionais a esse palco brasileiro, e promovia o diálogo entre o estado da arte de diversos países. Certas empresas, como Sony e SHARP foram instrumentais para sua realização, sendo financiadoras e fazendo sorteios em sua duração.
É porém na década seguinte que vê-se a era de ouro dessa expressão artística. Com estruturas de incentivo e popularidade de canais internacionais como MTV, cada vez mais produtores passaram a atuar no ramo televisivo, viram-se performances e programações diversas chegarem a um público cada vez maior, conversas com produtores ao redor do Sul geopolítico, e a inclusão de arte digital.
Bibliografia:
- MACHADO, Arlindo (org.). Made in Brasil: três décadas do vídeo brasileiro. Curador Arlindo Machado; Texto Walter Zanini, Fernando Cocchiarale, Cacilda Teixeira da Costa et al.. São Paulo: Itaú Cultural, 2003. 275 p., il. p&b.
- PEGGY, Gale (ed). Video by atists. Toronto: Art Metropole, 1976, 223 p. il. p&b.
- SCHNEIDER, Ira & KOROT, Beryl. Video Art, an anthology. New York: Harcourt Braer Jovanovich, 1976, 286 p. il. p&b.
- XII FESTIVAL VÍDEO BRASIL DE ARTE, São Paulo: Sesc, 1998, 106 p. il. p&b. color.
- https://www.dw.com/pt-br/o-surgimento-e-a-evolu%C3%A7%C3%A3o-da-videoarte-no-brasil/a-16164844
- https://tvbrasil.ebc.com.br/brasilvisual/episodio/videoarte-no-brasil