Você já aprendeu a aprender?
Eu nasci quando minha mãe tinha apenas 16 anos. Ela já tinha um histórico de dificuldade de aprendizado e casou com o meu pai, que era considerado o gênio da família e do bairro.
Minha mãe conta histórias cruéis da dificuldade que ela tinha com a matemática, por exemplo. Conclusão… Ser chamada de burra era uma rotina.
Quando eu entrei na escola, eu sempre fui muito bem e sempre gostei muito de estudar. Desde a primeira reunião escolar meu pai dizia “Inteligente como o pai!”. Minha mãe ficava chateada, mas depois de um tempo passou a concordar.
Recentemente eu estava participando de uma call em inglês, e quando acabei minha mãe perguntou porque eu estava falando sobre os meus cachorros, e porque em uma reunião séria nós contamos tantas piadinhas. Eu me espantei, e perguntei como ela sabia. E ela disse que quando meu pai estudava inglês ela ficava ouvindo e depois repetia, e por isso conseguia entender algumas coisas.
Ano passado nós duas fomos para Madri e Barcelona. Lá eu preferia conversar com as pessoas em Inglês, principalmente em Barcelona onde falam Catalão. No segundo dia, minha mãe chegava nas lojas e já conseguia se comunicar super bem, as pessoas iam falar com ela e ela pedia para falarem em Catalão porque ela conseguia entender.
Quando voltamos, eu perguntei se ela havia percebido a facilidade que ela tem em aprender outros idiomas… E ela disse que não era inteligente para aprender nada rápido.
Dois aspectos me chamam atenção no caso de mamis… O primeiro é que ela acredita piamente que é a pessoa mais burra do universo, e isso a limita. O segundo é que ela precisa ouvir e depois falar para conseguir aprender.
Quantas vezes a opinião alheia te limitou?
Assim como aconteceu com a minha mãe, vejo que a opinião do outro tem muito poder sobre a nossa vida e as nossas conquistas.
Muitas vezes o nosso impostor [1] ganha uma força tremenda, com as pessoas que dizem que não somos capazes.
E como lutar contra ele? Eu acredito na força das redes! Acredito que devemos estar unidas às pessoas que nos incentivem, e que mostrem possibilidades e não limitações.
Crie a sua rede de apoio. Participe de eventos, seja acolhida, e acolha também.
No dia 27/10 acontecerá o Women Dev Summit, a maior Conferência de Mulheres na Tecnologia. Você já se inscreveu? Vá com as amigas, mas se ninguém quiser ir com você vá sozinha! Permita-se conhecer mais mulheres, ter novas amigas e acredite… Seu impostor enfraquecerá!
Neste momento o nosso país passa por um momento complicado… Dependendo do resultado das eleições precisaremos estar mais unidas do que nunca.
Você sabe qual seu método de aprendizado?
Normalmente eu estudo parecendo uma louca, escrevendo e falando sozinha. Prefiro o silêncio e estudo melhor quando estou sozinha. Esta é a minha fórmula do sucesso.
Para aproveitar melhor o meu tempo de deslocamento, eu costumo ver vários vídeos e ler muito. Eu até entendo alguma coisa quando faço isso, mas parece que esqueço em seguida. Por isso semanalmente faço alguns resumos daquilo que eu estudei.
Minha mãe passou a vida sendo chamada de burra, quando na realidade ela aprende de uma maneira diferente. Percebi que ela precisa que alguém fale para ela aquilo que ela precisa aprender, e depois ela repete… Na Espanha ela pedia para as pessoas falarem com ela e tentava se comunicar. Ela ouvia e falava. Por isso a escola era tão complicada, o professor falava e ela escrevia, mas esta fórmula não é a mais adequada para o estilo dela de aprendizado.
Se você está com dificuldades na faculdade, se o seu impostor está cada dia mais forte, ou se você está rodeada de babacas, antes de chutar o balde, verifique se você está respeitando o seu estilo de aprendizagem.
Eu adoro o quadro abaixo, porque me ajudou muito a entender como eu aprendo melhor, e mudando alguns detalhes meu rendimento tem sido muito melhor.
Eu sou cinestésica preciso escrever, preciso falar para aprender… E preciso estar sozinha porque me disperso de forma muito fácil. Minha mãe também se enquadra neste grupo (ao contrário do que meu pai dizia, acho que sou bem parecida com ela…)
Conclusão
Muitas vezes eu achei que me respeitar era não brigar com a minha celulite ou não odiar meu cabelo. Mas vai muito além… Eu também me respeito quando não deixo as opiniões alheias me diminuírem, e quando eu encontro os melhores meios para estudar e aprender cada vez mais.
Se você não entende o que lê, tente escutar, se não funcionar tente gravar um vídeo, tente explicar para alguém, tente escrever… Eu só te peço para tentar! Porque o seu conhecimento pode fazer a diferença na sua vida e na vida das pessoas a sua volta!
Links úteis
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[1] Nesse post eu me refiro ao nosso impostor, ou ao seu impostor como um método fofo de falar da síndrome do impostor “As pessoas que sofrem este tipo de síndrome, de forma permanente, temporária ou frequente, parecem incapazes de internalizar os seus feitos na vida. Não importando o nível de sucesso alcançado em sua área de estudo ou trabalho, ou quaisquer que sejam as provas externas de suas competências, essas pessoas permanecem convencidas de que não merecem o sucesso alcançado e que de fato são nada menos do que fraudes.
As provas de sucesso são desmerecidas como resultado de simples sorte, ter estado no lugar certo na hora certa, ou se não por ter enganado as outras pessoas fazendo-as acreditar que são mais inteligentes do que o são em realidade.
Há estudos mostrando que esta síndrome é mais comum entre mulheres, especialmente mulheres bem sucedidas em profissões tipicamente ocupadas por homens. Outros, no entanto, revelam que ela incide em um igual percentual de homens. É comumente encontrada no mundo acadêmico, especialmente entre estudantes de mestrado e pós-graduação.
A síndrome do impostor, caracterizada pela incapacidade de pessoas acreditarem nas suas próprias competências pode ser vista como o oposto do Efeito Dunning-Kruger, em que as pessoas não conseguem ver as suas próprias incompetências.” (https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_do_impostor)