Well behaved women rarely make history.

Andréa Freire
Woman in Tech
Published in
3 min readJan 1, 2017

Ao olhar para a evolução da ciência ao longo dos anos, nota-se que pouco é divulgado e discutido sobre os trabalhos de mulheres notáveis que transformaram a nossa compreensão sobre a realidade, o universo e o nosso lugar nele.

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Mulheres que fizeram descobertas revolucionárias décadas antes de sequer terem direito ao voto. Pioneiras que nunca esperaram o status quo alcançar ou reconhecer suas capacidades e méritos intelectuais.

Mais do que grandes estudiosas, foram e ainda são referências vanguardistas que ultrapassaram as barreiras de suas épocas, superaram a escassez de oportunidades e enfrentaram o preconceito de gênero.

Numa retrospectiva histórica, seus legados transitam entre extremos - da pura inspiração até o completo abandono — sendo testemunhos de genialidade e tragédia pela negação de direitos humanos básicos e igualitários.

Neste cenário, três casos radicais se destacam:

_Lise Meitner

Pioneira no estudo da física, descobriu a fissão nuclear.

>> Excluída do Prêmio Nobel.

_Jocelyn Burnell

Astrofísica, descobriu o primeiro pulsar (estrela de nêutron), uma das principais descobertas do século 20.

>> Excluída do time que recebeu o Prêmio Nobel , foi reconhecida anos depois.

_Vera Rubin

Astrônoma, confirmou a existência da matéria escura.

>> Também excluída do Prêmio Nobel, faleu em 2016 sem receber o reconhecimento pela descoberta.

No site do Prêmio Nobel (nobelprize.org) consta que dos seus 911 ganhadores (1901 a 2016), somente 48 foram mulheres. Isso significa que somente 5% de todos os profissionais ali reconhecidos são do sexo feminino.

É interesse analisar que apesar do aparente progresso cultural dos dias de hoje, mulheres ainda recebem pouco apoio e reconhecimento em diversos campos do conhecimento e, especialmente, na ciência. Ainda vivemos uma luta diaria em busca de inclusão, justiça e igualdade.

“WELL BEHAVED WOMEN RARELY MAKE HISTORY.” — Laurel Ulrich

No vídeo abaixo, Jocelyn Burnell faz uma reflexão sobre a mulher na ciência a partir da sua própria experiência na astronomia: ela aborda a dominância do gênero masculino, os papeis e comportamentos pré formatados e como meninas eram obrigadas a estudar economia doméstica e não ciências.

Ao pensar sobre a necessidade da mudança e evolução de mentalidade sobre papeis e gêneros (e de gerar discussão sobre o tema), decidi publicar (aqui, semanalmente) alguns textos garimpados ao longo dos anos sobre mulheres+cientistas+que revolucionaram sua época.

Se interessou? Então é só acompanhar.

Texto traduzido e adaptado do site Brainpickings.com. Versão original em: brainpickings.org/2016/12/26/mary-somerville-scientist/

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Andréa Freire
Woman in Tech

Innovation Strategist and Trend Forecaster. Captures urban signs and writes about cultural research.