“Vivemos como sonhamos, sós”

Yan Boechat
Yan Boechat

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Joseph Conrad, em no Coração das Trevas

Cheguei ao Congo sozinho no início de uma tarde quente de sexta-feira. Depois de quase 24 horas pingando de aeroporto em aeroporto finalmente eu estava em Kinshasa. Do alto do avião, consegui ver as curvas do Rio Congo e o início das corredeiras que mantiveram este gigante africano escondido dos europeus por séculos. Passei pouco tempo por lá. Meu destino era Goma, a capital do Kivu do Norte, no extremo Leste do país, na fronteira com Ruanda e Uganda, onde a ONU mantém a base de sua maior missão do mundo, comandada pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Desde o final do ano passado, eu queria fazer um perfil desse militar que já estava na reserva e foi convidado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para ser o “Force Commander” de uma experiência absolutamente nova na história da ONU. Pela primeira vez desde 1945, os capacetes azuis tinham autorização para disparar o primeiro tiro, tornando-se assim uma força de agressão.

Passei 15 dias na província do Kivu do Norte. Estive em áreas controladas pelos rebeldes, áreas recém conquistadas pelo exércio congolês e, na maior parte do tempo, áreas sob o controle das tropas da ONU. Fiz uma matéria para a revista Istoé e estou produzindo algumas outras proutras revistas. Mas o que mais fiz acho que foram fotos. Centenas delas. Milhares, até. E a maioria vai ficar de fora dessas reportagens. Então, decidi colocar algumas que não serão usadas nas próximas matérias aqui, pra não morrerem no fundo da gaveta — mais precisamente no fundo do HD. Ai pra baixo tem um monte de fotos. Se tiver paciência, dá uma olhada.

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