Como cheguei na Yara Digital Labs

Kauê Mendes
yaradigitallabs
Published in
6 min readOct 22, 2018

O mundo de tecnologia e informação é meio doido, quem trabalha nele sabe do que eu to falando. Você pode seguir uma linha de consultor e ser mais corporativo e provavelmente ficar milionário, ou você pode seguir a linha mais despojada, trabalhar de casa ou de bermuda e chinelo, fazer longas horas e ganhar o suficiente pra viver tranquilo, mas levar uma vida mais tranquila.

No começo você obviamente não ganhará muito bem, mas todo mundo começa na merda, mas acredite tecnologia pode ser financeiramente recompensável, uma vez na merda abra os dedos — Não desanime, já estive aí.

Mas por que toda essa introdução, Kauê? Simplesmente para poder contar uma história para vocês e dizer que já vivi os dois mundos e hoje na Yara Digital Labs, eu vivo meu melhor momento e eu quero explicar o porque.

Quando a gente começa nesse mundo, no meu caso foi meio sem querer, mas sempre fui o tipo curioso, então em meados de 2001–2002, o Brasil ainda era apresentado a Internet e eu começava a fazer pequenos templates para o blogspot.com e blogger.com, meus primeiros contatos com HTML e bem pouco de CSS (risos).

Vendia meus templates aos coleguinhas de escola que queriam seus blogs personalizados. Daí pra frente passei por muita coisa, trabalhei em fábrica de software bem família, que o meu gerente era o dono da empresa, e acho que isso é a grande maioria das pequenas empresas de softwares aqui no Brasil, um modelo bem bagunçado, que estava sempre em grandes tentativas de organização, chegou a ter uma época em que eu era o único desenvolvedor da empresa, mas depois chegaram a ter três ou quatro desenvolvedores trabalhando comigo, obviamente tive a oportunidade de aprender muito durante longos 5 anos.

Então eu decidi que precisava respirar algo novo, algo mais jovem e topei o desafio de começar a desenvolver um produto do começo numa startup de venda de ingressos, ali eu tive contato com um mundo mais parecido comigo, ainda no modelo tradicional de gerenciamento. O meu papel como desenvolvedor era apenas dar vida as idéias da equipe de que tinha idéias. Depois de 3 anos desenvolvendo esse produto, saí com a sensação de tarefa realizada, o produto já alcançava 18 estados brasileiros e centenas de milhares de pessoas impactadas. Hoje a plataforma já caminha com as próprias pernas com provavelmente 80% do meu código.

De lá eu saí para me aventurar pela primeira vez em trabalhar numa empresa multinacional, onde eu sabia que o corporativismo poderia falar mais alto. Essa empresa havia adquirido recente uma startup e tentava mudar seu método de trabalho para como a StartUP fazia. Após inúmeras tentativas de implementar um laboratório de inovação o corporativismo absorveu o ágil e praticamente todos que haviam sido contratados para mudar a forma como a empresa tradicional operava para um novo conceito, foram mandados embora.

Após isso resolvi começar a trabalhar e casa, trabalhar para mim mesmo, consegui entrar num projeto em que pela primeira vez senti que realmente estava fazendo algo de útil, desenvolvendo uma solução voltada para saúde e graças ao modelo de trabalho alcancei uma qualidade de vida muito boa. Trabalhava de casa, sem precisar me deslocar, conseguia fazer um horário que eu conseguia praticar atividade física sem precisar pegar trânsito. Para um morador de São Paulo uma vitória. Infelizmente o investimento para continuar nesse projeto chegou ao fim, hoje eu sei que ele continua vivo e muito bem, rodando em diversos hospitais pelo Brasil.

Logo após isso me institucionalizei, voltei ao trabalho corporativo, dentro do mundo financeiro brasileiro em uma das empresas mais polêmicas do ramo. Lá, o corporativismo gritava, ou era aquilo ou não era nada, me sentia acuado. Pouco contribua com processos, era apenas uma engrenagem de uma máquina muito maior que eu, muitos gostam desse tipo de coisa, mas definitivamente não era para mim.

Eis que então, de muitos dos processos seletivos que havia me inscrito, sou chamado para uma entrevista na Yara, no braço digital que ela estava formando.

O PROCESSO

Já estava esperando uma entrevista no modo tradicional, eu o gerente e mais algum coordenador, eis que sou chamado e entro na sala, acho que tinham umas 8 pessoas [assustador], mas e aí todos se apresentam, e todos são gente como a gente, nenhum coordenador, nenhum gerente, a equipe em si.

Exatamente as pessoas com quem você trabalharia caso fosse contratado. Logo, pensei que seria um bombardeio de perguntas técnicas e fiquei com medo, pois não havia me preparado para aquilo. Eis que o primeiro me pergunta — Ei, o que você gosta de fazer quando não está trabalhando? — Achei estranho, mas respondi tranquilamente.

Não vou entregar todas as perguntas, mas foram perguntas tão nerds que eu me senti em casa, personagens de filme de ficção cientifica favoritos, qual plataforma de video game favorita, super-heróis e super-poderes. Foi incrivelmente diferente, nunca havia participado de uma entrevista dessas, durante uma hora batendo papo sobre nerd-ices.

Nos despedimos e fui embora com a sensação — "Eu preciso fazer parte dessa equipe". Alguns dias depois recebi o teste técnico, achei que pelo menos eu tinha respondido as perguntas certas, para ter avançado para próxima fase. Depois de algumas semanas, recebi a notícia que havia sido selecionado e que eles gostariam que eu fizesse parte da equipe. Não tive dúvidas, apenas respondi que sim.

EXPECTATIVA vs REALIDADE

Hoje aqui na Yara Digital Labs me sinto acolhido, estou indo para o meu segundo mês e já posso dizer que tenho muitas perspectivas e trabalho com pessoas que são incríveis desde o lado técnico até pessoalmente. Temos desafios diários que precisamos transpor todos os dias, mas temos a liberdade de sempre continuar aprender, aplicando novos conhecimentos nos projetos que se iniciam, podemos participar da criação do projeto e o seu ponto de vista é levado em consideração, suas idéias são avaliadas e somos estimulados a ser colaborativo, que é quase uma mantra para todos aqui dentro-COLABORAÇÃO.

A Yara Digital Labs ainda está crescendo, montando equipes, muitas coisas ainda estão pra acontecer por aqui, fazer uma transformação digital em uma empresa centenária é algo que leva tempo. A Digital Farm é realidade aqui e a Yara tem a consciência que isso precisa continuar invariavelmente, pois esse será o futuro do mundo, isso dá tranquilidade para a Yara Digital Labs trabalhar e poder colaborar e trocar experiência com outros hubs Digitais da Yara pelo mundo.

Hoje o Digital Farm está em São Paulo, San Francisco, Berlim e Singapura. Com muitos outros pontos espalhados pelo mundo, hoje aqui no Brasil tentamos ser referência para os outros HUBs e pela primeira vez ao invés dos gringos serem seguidos, nós queremos ser a referência e inverter essa lógica.

E se você quer saber mais sobre o Digital Farm, fique atento por aqui, pois ainda tem muitas coisas novas por vir e pretendo trazer tudo. E se você quer fazer parte dessa equipe, fique atento por aqui.

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