Angel Olsen — Whole New Mess

Angel Olsen revisita o trabalho anterior e lança uma versão caseira

Lauriberto Pompeu
You! Me! Dancing!
2 min readSep 8, 2020

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Whole New Mess

Angel Olsen

Lançamento: 28/Ago/2020
Ouça: “Too Easy (Bigger Than Us)”, “Lark Song”, “(New Love) Cassette” e “Whole New Mess”
Nota: 8.8
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O lançamento da promissora Angel Olsen não é exatamente um lançamento, mas uma versão mais crua de músicas lançadas no álbum de 2019 All Mirrors, com o acréscimo de algumas faixas novas como a “Whole New Mess”, que dá título ao disco.

É um álbum que provoca um sentimento de melancolia agradável por mais contraditório que isso possa parecer. A totalidade das músicas, ainda que uma ou outra ensaie um movimento enérgico, é em essência contida em si e são bem acústicas, sem guitarras, baixo ou nada do tipo muito evidente.

Whole New Mess é um daqueles trabalhos que tem um significado reforçado por conta da famigerada pandemia do coronavírus. Além da carga reflexiva, há letras que ora falam sobre um isolamento auto-imposto, ora discorrem sobre vícios e a necessidade de estar apegado a algo.

O fato de as músicas serem versões caseiras, muitas delas versões demo do All Mirrors, reforça essa identificação com o momento atual de trabalhos com menos produções técnicas ou que pelo menos dão impressão disso. Ainda que essa possa não ter sido a intenção de Angel Olsen, esses elementos reforçam a facilidade de identificação das pessoas com o álbum.

O disco é bom e agradável, mas talvez dê sono para aqueles que não curtem o estilo. Isso na verdade não é problema, pois quem não gosta do estilo sad white girl emo revival, já não iria ouvir mesmo que fosse um álbum com guitarras. O problema é que em 2020 há muita concorrência nesse campo, principalmente com o excelente Punisher da Phoebe Bridgers. Mas chega de comparações, Angel Olsen entregou um ótimo trabalho e tem tudo para ser uma das porta-vozes dessa geração atual de artistas alternativos.

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