apostas: The Snuts

Banda escocesa não faz nada novo, mas é cativante e deve agradar os saudosistas das bandas indies do começo dos anos 2000

W.L.

The Snuts

Parece: The View, The Pigeon Detectives e Arctic Monkeys
Ouça: “Juan Belmonte”, “Always” e “Glasgow”
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Quando se fala em música, existe algo mais cansativo do que a “morte do rock”? Tema que não passa de conversa batida, piegas e sem sentido, mas que sempre volta quando aparece alguma banda nova para “salvar o rock” (ou para fazer sucesso comercial… seria essa a salvação então?). E, neste ano, os causadores destes comentários são os escoceses do The Snuts que chegam com um debut recheado de influências das bandas indies do começo dos anos 2000.

Para contextualizar, o The Snuts é uma banda do interior da Escócia que vem lançando bons singles desde 2016 e que, neste ano, lançou seu primeiro disco cheio, W.L. A banda já faz um sucesso relativo no Reino Unido desde 2019, conseguindo emplacar singles e EP’s nas paradas da Inglaterra e da própria Escócia. A expectativa é que com este primeiro disco e o retorno dos shows, a banda se torne mais um nome constante e de destaque nos festivais do verão europeu.

São muitos os ecos do indie 2000 britânico que podem ser ouvidos no debut do grupo. Basta ouvir faixas como “Juan Belmonte” e “Always” para perceber a influência direta da sonoridade que o Arctic Monkeys fazia em Favourite Worst Nightmare. Até o timbre do vocalista Jack Cochrane é muito parecido com o de Kyle Falconer do The View, outro expoente dos anos 2000 que se perdeu no caminho, como aconteceu com tantos outros nomes do mesmo período.

No entanto, apesar das influências diretas e semelhanças com tais influências, o som que o The Snuts faz é muito bom e merece ser ouvido. W.L. é recheado de faixas bem produzidas, cativantes e que, ora pendem para o lado mais animado e energético, ora pendem para o lado mais acústico com boas harmonias vocais, mas nunca perdem o foco.

O The Snuts não faz nada novo, mas os integrantes tem talento suficiente e a sonoridade é tão cativante que, além de agradar os saudosistas das bandas indies do começo dos anos 2000, devem render ao grupo relativo sucesso comercial, destaque em festivais e shows lotados no futuro (seja lá quando isso for possível novamente).