Architects — For Those That Wish To Exist
Banda britânica lança, provavelmente, o melhor álbum de metal de 2021
For Those That Wish To Exist
Architects
Ouça: “Dying Is Absolutely Safe”, “Dead Butterflies” e “Little Wonder”
Nota: 10
Stream
O Architects é uma banda nascida em Brighton, na Inglaterra, durante o “boom” de bandas de post-hardcore e metalcore (e qualquer coisa que termine com “core”) que atingiu com mais força os Estados Unidos. Assim como sua banda irmã de Sheffield, o Bring Me the Horizon, o Architects trilhou um caminho totalmente contrário de 99,8% das bandas do gênero que ou ficaram genéricas e sem identidade própria ou acabaram.
Após perder Tom Searle — fundador, principal letrista e guitarrista — para um terrível câncer de pele em 2016, a banda conseguiu superar a traumática perda lançando o ótimo Holy Hell em 2018 e agora, em 2021, os britânicos trouxeram o — provável — melhor álbum de metal do ano e o melhor álbum de sua carreira de 17 anos. Se alguns anos atrás, o Architects incorporou elementos eletrônicos em suas canções para criar uma atmosfera sombria em contraponto à fúria das guitarras e bateria, em For Those That Wish To Exist, temos adicionados elementos de música clássica. Violinos, violoncelos, harpas e corais foram combinados com sintetizadores e guitarras mais ritmadas do que nos trabalhos anteriores e o resultado ficou incrível.
O vocalista Sam Carter também mudou sua forma de cantar, combinando seus ótimos e clássicos guturais com vocais melódicos de muito bom gosto. Dan Searle, irmão gêmeo de Tom Searle, assumiu o papel de principal letrista e nos entregou composições sobre salvação, danação e existencialismo. Na estrutura e sonoridade das canções, temos uma ruptura com o metalcore melódico apresentado nos álbuns anteriores, indicando uma inclinação ao post-hardcore, heavy metal e até mesmo pitadas de hard rock, porém, sem soltar completamente as mãos de suas raízes no metal extremo.
For Those That Wish To Exist é, provavelmente, o melhor álbum de metal de 2021 e de forma indiscutível. Não são os novos elementos incorporados que fazem o álbum ter esse posto — pois há várias bandas que já utilizam de elementos de música clássica em suas músicas — e sim a forma com que eles são utilizados e aqui, foram utilizados com maestria. O disco é grandioso, quase que apoteótico (o encerramento dele deixa isso bem claro), uma verdadeira obra épica existencialista em forma de metalcore que deixaria Tom Searle profundamente orgulhoso.
