Carly Rae Jepsen — The Loveliest Time

A canadense Carly Rae Jepsen apresenta sua obra mais inventiva em anos com The Loveliest Time

André Salles
You! Me! Dancing!
3 min readAug 9, 2023

--

The Loveliest Time

Carly Rae Jepsen

Ouça: “Psychedelic Switch”, “Aeroplanes”, “So Right”, “Kamikaze”, “Stadium Love” e “Shy Boy”
Nota: 8.0
Stream

A mais queridinha estrela do pop dentro da esfera indie, Carly Rae Jepsen lança o que é tecnicamente seu sétimo álbum de estúdio The Loveliest Time. Tal álbum serve como um acompanhamento ao seu trabalho anterior The Loneliest Time, do ano passado, trazendo músicas que foram escritas e gravadas nas mesmas sessões mas não entraram no trabalho final.

Diferente do que já fez no passado com os estelares Emotion e Dedicated (meu álbum favorito de 2019), Carly dessa vez não nomeou o álbum como simplesmente ‘The Loneliest Time Side B’ — indicando que não se tratam na verdade de b-sides, mas sim de um trabalho completo e independente quase como uma situação Folklore/Evermore. E é totalmente possível de entender o porquê: The Loveliest Time é tudo menos uma coleção de músicas descartadas.

Seu anterior The Loneliest Time se revelou um trabalho abaixo da média para Carly, trazendo um cinismo em suas letras e produções que não combinou muito com ela. O resultado havia sido seu álbum mais esquecível até o momento, tendo poucos destaques e mostrando apenas nas faixas bônus toda a criatividade e inventividade de Carly. The Loveliest Time, entretanto, soa como tudo o que eu esperava ouvir dela após Dedicated.

Aqui, Carly soa experimental como nunca explorando sons pouco comuns para sua discografia, com letras românticas e sinceras. Fazendo um uso das mais diversas áreas do pop eletrônico como EDM combinados com a delicadeza do indie pop e a intimidade do bedroom pop, The Loveliest Time é possivelmente o seu trabalho mais criativo desde o lendário Emotion que a consolidou como uma força da natureza dentro do pop.

O que The Loveliest Time falta em termos de coesão, ele com toda a certeza compensa na criatividade, diversidade em produção e, principalmente, na diversão. Trata-se de um álbum pop muitissimo bem produzido, com algumas de suas melhores músicas até hoje trazendo Carly Rae Jepsen de volta para os holofotes na melhor forma possível. The Loveliest Time traz os mais diversos e complexos temas e humores, focando-se na expressão de sensualidade e relacionamentos que ela sempre fez muito bem.

Mais do que qualquer outra coisa, The Loveliest Time soa como um passo para frente em relação ao que ela já nos entregou no passado. Se The Loneliest Time foi um leve escorregão, aqui Carly não apenas conseguiu se levantar novamente mas já saiu correndo assim que se viu de volta em pé. Com um álbum que não tem medo de explorar e diversificar sua paleta sonora com produções e sons inusitados, Carly segue fazendo um pop extremamente genuíno e que ninguém mais conseguiria fazer. Seja muito bem vinda de volta, moça.

--

--